Ponto Final

Lau Si Io discursou na abertura do 5º Fórum Sem Fios da Telecomunidade da Ásia Pacífico
Governo estuda aumento
da cobertura da banda larga

O Governo de Macau está a estudar a possibilidade de aumentar a cobertura da rede de Internet sem fios. Actualmente, a cobertura desta tecnologia de banda largaem Macau abrange 130 pontos da região, pontos esses onde os cidadãos podem aceder ao serviço de banda larga.
A existência do estudo foi revelada ontem pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, durante o discurso do responsável na cerimónia de abertura do 5º Fórum Sem Fios da Telecomunidade da Ásia Pacífico, que decorre até amanhã na Doca dos Pescadores.
Lau Si Io lembrou no seu discurso que, desde a liberalização do mercado das telecomunicações móveis, em 2000, existem em Macau quatro operadoras daquele serviço, utilizando para tal diferentes tecnologias. Esta situação, para o governante, traduz-se "não só em mais possibilidades de escolha para os consumidores locais, mas também dá resposta às necessidades dos muitos visitantes" que vêm a Macau.
Relativamente ao mercado local, e demonstrando a pujança com que as telecomunicações móveis se desenvolveram e cresceram no território, o secretário referiu perante o Fórum que Macau tem, neste momento, uma das maiores taxas de penetração de telefones móveis em todo o mundo. Actualmente, disse Lau Si Io, essa taxa de penetração ultrapassa os 156 por cento, o que significa que existem mais do que um telefone móvel por habitante.
No entanto, Lau Si Io deixou entender que o Executivo de Macau vai promover a aposta nas novas tecnologias, nomeadamente na Internet sem fios. E é nesse sentido que surge a intenção de expandir a cobertura dos locais públicos onde é possível aceder à Internet sem fios. Para o governante, esse é um desígnio importante para "elevar a nossa competitividade e eficiência".
Ao mesmo tempo que deixou antever o futuro da região na área das telecomunicações, Lau Si Io fez também um balanço da política do Governo de Macau no que àquela área diz respeito. Neste sentido, disse, a política foi a mais correcta. "A política de uma liberalização gradual do mercado e o ambiente de abertura que o Governo de Macau promoveu, está provado, foi o caminho correcto de trazer as mais recentes tecnologias e os serviços mais inovadores que, sem dúvida alguma, correspondem às nossas necessidades, tanto da sociedade como do sector dos negócios", resumiu Lau Si Io.
Referindo-se apenas à "liberalização gradual" que tem existido até ao momento, o secretário não fez, contudo, qualquer referência a um dos anseios que tem sido generalizadamente manifestado - a liberalização das telecomunicações de rede fixa. Recorde-se que este fim-de-semana, foi Alexandre Ho, presidente do Conselho dos Consumidores, a considerar que é necessário liberalizar o sector das telecomunicações em Macau. A conclusão surgiu depois de o organismo ter concluído um estudo sobre o sector, no qual fica explícito que só com a liberalização poderá haver uma melhoria significativa dos serviços nesta área.
A abertura do mercado a novos operadores e o fim do monopólio da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) nos serviços fixos é, assim, o caminho apontado por Alexandre Ho. O contrato da CTM, em regime de exclusividade, termina apenas em 2011, mas Alexandre Ho sugere mesmo que a situação seja alterada antes dessa data, isto para que as inovações tecnológicas cheguem mais depressa aos consumidores.
"Mais concorrência é melhor para os consumidores, em qualidade, preços e tecnologia", disse Alexandre Ho.