18.8.08

Manuel Silvério peremptório sobre a entrada de Macau no Comité Olímpico Internacional
É antes de Londres ou nunca

José Costa Santos *

Macau foi nos últimos anos palco de eventos internacionais de carácter olímpico e é hoje a base de várias delegações que preparam Pequim2008, mas ao contrário da “irmã” Hong Kong não vai ter atletas nos Jogos Olímpicos.
A história conta-se, talvez, em poucas linhas, mas o facto de o Comité Olímpico local tentar há cerca de 20 anos a entrada no Comité Olímpico Internacional já preencheu muitas páginas dos jornais.
As promessas de análise da situação feitas antes e depois da transição de poderes da administração portuguesa para a chinesa, a passagem por Macau de Juan Antonio Samaranch ou até de Jacques Rogge perspectivavam motivos de esperança na resolução do caso, até porque Macau está nas mesmas condições de Hong Kong - antigo território sob administração estrangeira a Região Administrativa Especial da China.
Mas, até agora, não foi isso que aconteceu e Manuel Silvério, vice-presidente do Comité Olímpico de Macau, não esconde algum desencanto com a questão, ainda por cima quando Macau tem sido palco de várias competições internacionais realizadas com o próprio aval do Comité Olímpico Internacional.
Dos Jogos da Ásia Oriental, em 2005, aos Jogos da Lusofonia, em 2006, e terminando com os Jogos Asiáticos de Recinto Coberto, em 2007, Macau tem organizado vários eventos desportivos e é um dos mais activos comités olímpicos da região asiática, tendo investido mais de 320 milhões de euros (ao câmbio actual) em obras de remodelação e construção de novos espaços desportivos.
Os mesmos equipamentos são hoje a base do treino de algumas das delegações olímpicas que se preparam para Pequim, habituando-se no território ao fuso horário - o mesmo que na capital chinesa -, à temperatura e humidade, semelhantes à da sede dos jogos.
Mas o envolvimento de Macau nas questões olímpicas não se fica apenas pela organização de eventos ou o acolhimento de delegações já que a própria candidatura de Pequim incluiu Manuel Silvério na comissão.
Hoje, são os dirigentes de Pequim a reconhecer o papel essencial do vice-presidente do Comité Olímpico de Macau na conquista de alguns votos na candidatura vencedora da capital chinesa.
“Por tudo o que temos feito, pelo investimento em infra-estruturas e recursos humanos, podemos perceber a desilusão da população e dos atletas de Macau em não terem uma delegação em Pequim, ainda mais quando estarão lá delegações de Hong Kong e Taiwan”, sublinhou à Agência Lusa Manuel Silvério, que é também vice-presidente do Conselho Olímpico da Ásia.
Acrescentou também que “Macau vai continuar a trabalhar em prol do desporto” seja em que condição for e que “fará sempre valer os seus argumentos para integrar a família olímpica internacional”.
O mesmo responsável confessa também ter agora como objectivo poder levar uma delegação de Macau aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e garante que depois dos Jogos de Pequim, Macau estará em melhor posição para mostrar à família olímpica o que tem feito nos últimos anos em prol do desporto, dos ideais olímpicos e da juventude local.
“Acredito que se Macau não conseguir a entrada no Comité Olímpico Internacional antes dos Jogos de Londres, então nunca mais vai entrar”, disse.

* Agência Lusa

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