Air Macau, com prejuízos de 109 milhões, criticada por má gestão
Perdas aumentaram 76%
Perdas aumentaram 76%
A Air Macau, participada da TAP Portugal, registou em 2007 prejuízos de 109 milhões de patacas, um aumento de 76 por cento nas perdas que foram duramente criticadas na assembleia geral de ontem.
Fonte contactada pela agência Lusa explicou que na assembleia geral da Air Macau, a SEAP - Serviços, Administração e Participações, que integra a TAP Portugal e o BNU e que detém 20 por cento do capital da empresa, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, com 14 por cento, e o próprio representante do Governo de Macau, criticaram a gestão da companhia nos últimos anos.
"Foi criticada a gestão porque os accionistas perceberam que o que se passa na Air Macau é má gestão", uma ideia já sublinhada por diversas vezes por representantes da transportadora portuguesa.
A mesma fonte explicou que Zhao Xiaohang, presidente do conselho de administração, justificou as perdas da Air Macau com, entre outras, as constantes subidas do preço do petróleo, mas garante que "ao longo de 2007 a Air Macau não utilizou totalmente a verba inscrita no orçamento para a compra de combustível".
Desde 2005 que a Air Macau tem vindo a acumular prejuízos constantes e 2007 foi o segundo ano de maiores perdas depois dos prejuízos de cerca de 150 milhões de patacas registados em 2003, o ano marcado pela pneumonia atípica.
"A Air Macau tem de mudar ou então vai continuar a registar prejuízos constantes e sempre superiores", afirmou também a fonte que criticou o facto da companhia de bandeira local "ter a sua operação fortemente concentrada no mercado de Taiwan que será duramente afectado quando existirem os voos directos entre a China e Taiwan", previstos, em regime de charter ao fim-de-semana, para meados do ano.
"É preciso reforçar a estratégia de diversificação dos destinos que a gestão da Air Macau quer agora fazer porque sabe que o impacto de voos direitos no Estreito de Taiwan vai afectar fortemente a companhia", afirmou.
"A Air Macau, que tem mais de 60 por cento do seu tráfego concentrado em Taiwan, tem planos para, a partir de meados do ano, reforçar voos para a Coreia, Japão e continente chinês com a consequente redução dos voos da Formosa", disse ainda a fonte ao salientar que esta medidas "já deviam ter sido tomadas há muitos anos".
Em 2005 a Air Macau registou um resultado negativo de 20 milhões de patacas e em 2006 de 62 milhões de patacas.
A Air Macau tem como accionistas a China National Aviation Corporation (51 por cento) - integrada na holding gerida pela Air China - e a SEAP - Serviços, Administração e Participações, que integra a TAP Portugal e o BNU (20 por cento), a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (14 por cento), e, depois em partes iguais de cinco por cento o Governo da Região Administrativa Especial de Macau, transportadora de Taiwan Eva Air e um grupo de pequenos accionistas privados.