Ng Kuok Cheong fala em falta de informação sobre o conflito
Democratas de Macau
não se manifestam
Democratas de Macau
não se manifestam
A onda de violência no Tibete e a actuação da administração chinesa têm provocado manifestações à escala mundial que também já se fizeram sentir em algumas províncias chinesas. A Associação Novo Macau Democrático está preocupada com os conflitos, mas percebe a conduta de Pequim. Não planeia nenhuma acção de protesto até porque, explica Ng Kuok Cheong, faltam informações sobre as raízes da violência. A única questão que o democrata lança ao Governo Central tem que ver com a proibição de entrada de jornalistas no território.
“Deixa-nos muito tristes, como é óbvio. É uma situação muito séria e é preciso fazer uma análise muito profunda sobre os conflitos que estão a ocorrer. O Governo Central quer manter a ordem social e tem que recorrer às forças policiais. Talvez, necessariamente”, observa o deputado Ng Kuok Cheong.
Os protestos no Tibete começaram a 10 de Março, com o governo tibetano no exílio a apontar para 80 mortos em Lhasa, enquanto Pequim nega o número das vítimas e atribui a morte de 16 pessoas aos manifestantes. A Lusa noticia que o governo chinês estipulou um prazo para a rendição dos separatistas em protesto (até à meia-noite de ontem) e ameaçou responder com “consequências severas”, caso os manifestantes insistissem. Segundo a agência Pequim bloqueou ainda o acesso aos sítios da imprensa estrangeira. “Algumas mensagens do Governo Central podem ser vistas como exageradas. A questão principal é perceber porque é que Pequim não permite a entrada de jornalistas na região. Percebe-se a necessidade de manter a ordem, mas não nos podemos sentir completos sem saber porque é que os jornalistas não podem reportar os factos”, defende Ng Kuok Cheong.
Os democratas de Macau estão “preocupados” com a crise no Tibete, mas querem saber mais. “Não temos nenhuma manifestação planeada. Temos que receber mais informações sobre os conflitos”, explica o deputado.
O líder espiritual tibetano Dalai Lama acusou Pequim de estar a promover um “genocídio cultural”. E é esta afirmação que, para Ng, tem que ser esclarecida: “Os polícias só podem manter a ordem social. O mais importante é saber se existe um conflito cultural ou se estão a ser provocados danos culturais”, conclui.