18.5.08

Nuno Jorge, responsável da Cruz Vermelha de Macau
Ajuda deve ser financeira

A ajuda internacional às vítimas do sismo de segunda-feira na província chinesa de Sichuan deve ser financeira, defendeu o presidente emérito da Cruz Vermelha de Macau, Nuno Jorge.
"Não vale a pena insistir em erros antigos como aconteceu no tsunami que afectou a região asiática no final de 2004", explicou Nuno Jorge, salientando nem sempre ser possível distribuir bens numa zona de catástrofe.
"Muitos dos bens recolhidos para as vítimas do tsunami ficaram retidos ou deteriorados nos aeroportos porque não havia meio de transporte e distribuição", referiu.
"Se as equipas de socorro em grande parte da zona afectada pelo sismo se deslocam a pé, é porque é impossível a circulação automóvel e, assim, impossível distribuir alimentos a partir de terra", disse.
Por outro lado, explicou, a "entrega de bens implica sempre o seu transporte para a zona de catástrofe feita habitualmente por avião, ficando o frete aéreo muito mais caro do que os bens em si mesmo".
Nessa perspectiva, Nuno Jorge defende a entrega de dinheiro para custear primeiro as operações de socorro e, segundo, adquirir bens localmente para distribuir às populações.
"Se todos os países enviarem bens estamos a criar vários problemas porque existem lojas e armazéns que não vão vender os seus produtos, criando assim mais dificuldades na zona afectada, além das dificuldades da sua distribuição", disse.
Além de mais de 100 milhões de patacas do Governo de Macau, diversas organizações e empresas têm vindo a efectuar donativos aos representantes do Governo chinês em Macau e depósitos nas contas da Cruz Vermelha, atingindo as verbas atribuídas para ajuda às vítimas do sismo cerca de 140 milhões de patacas.

Stanley Ho doa 10 milhões

O magnata Stanley Ho também contribui com um donativo de 10 milhões de dólares de Hong Kong para as vítimas do sism.
Num comunicado, o empresário expressa "a minha mais profunda solidariedade face aos infortúnios dos nossos compatriotas. Todos nós devemos contribuir com o nosso auxílio, esperando que o esforço colectivo de socorro em curso venha a desenrolar-se suavemente, a fim de poder ajudar a construir novas habitações para os sinistrados para que possam retomar a vida normal."
Stanley Ho apelou ainda aos "compatriotas de Hong Kong e de Macau" para que também façam contribuições.
Esta contribuição de fundos para a qual Stanley Ho doou o dnheiro é uma iniciativa do Conselho Consultivo Político da República Popular da China, e será encaminhada para Sichuan através da Federação de Beneficência “Zhonghua” do Ministério de Administração Civil da China. A cerimónia de entrega do donativo foi transmitida, em directo, através estação televisiva “Phoenix”.

Governo apela a donativos
da função pública


A Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) enviou na passada quarta-feira um ofício-circular a todos os serviços públicos e emitiu uma mensagem no “Portal do Governo da RAEM”, apelando a todos os trabalhadores da função pública para prestarem apoio activo na assistência ao “Sismo em Sichuan”, "contribuindo entusiasticamente com donativos e, assim, estendermos as mãos em conjunto para ajudar a população das zonas afectadas e responder às suas necessidades mais urgentes."

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