Zeng Zhonglu considera que o Governo tem condições para implementar medida
Académico defende sistema
de bonificação para Macau
Académico defende sistema
de bonificação para Macau
Continuam a surgir reacções à media do Executivo em atribuir 5 mil patacas aos residentes da RAEM como forma de atenuar a inflação. Ontem, foi o professor do Instituto Politécnico de Macau, Zeng Zhonglu, a afirmar, em declarações ao Ou Mun, que o território tem condições para instituir um sistema de bonificação para a população.
O académico defende que a actual situação financeira da RAEM permite, a longo prazo, pensar na criação de um fundo de providência, para onde iria uma determinada percentagem dos excedentes anuais. "Macau tem uma população base pequena, e este fundo não seria um peso para o Governo. Se houvesse excedentes, far-se-ia a distribuição pelos residentes, se não, naturalmente não haveria bónus", observou.
Mas Zeng Zhonglu admite que esta medida tem de ser muito bem ponderada. Diz o professor do IPM que há questões a precisar de esclarecimento: "Receberão os ricos e os pobres o mesmo? Ou será que as pessoas que mais contribuem para o desenvolvimento da cidade devem receber mais? É complicado. Há que fazer um estudo profundo da questão", admitiu.
Ontem, o Ou Mun publicava, igualmente, a opinião do deputado Lao Pun Lap, que considera serem razoáveis as críticas feitas à Administração de que a medida das 5 mil patacas é uma solução temporária que não resolve o problema de fundo. "Em teoria, este dinheiro deveria ser usado para um investimento na formação e educação de pessoas com baixos rendimentos", argumenta o deputado que, ainda assim, não se mostra totalmente contra a medida do Executivo. "O Governo tinha um excedente de 20 mil milhões de patacas e só usou 10% desse valor."