Má qualidade do ar é o elevado preço a pagar pelo desenvolvimento industrial
Poluição mata pelo menos
10 mil por ano no Delta
Poluição mata pelo menos
10 mil por ano no Delta
Pelo menos 10.000 pessoas morrem todos os anos em Hong Kong, Macau e na região sul do continente chinês devido ao agravamento regional da poluição atmosférica, indica um estudo ontem divulgado em Hong Kong.
A poluição atmosférica é responsável pela ocupação de 440.000 camas de hospital e 11 milhões de consultas médicas todos os anos, indicam os dados do estudo efectuado pela consultora Civic Exchange.
“Estimamos que haja 10.000 mortes atribuídas à poluição atmosférica, 10.000 mortes que poderiam potencialmente ser evitadas”, afirmou Anthony Hedley, professor no departamento de medicina comunitária na Universidade de Hong Kong, que parcialmente conduziu o estudo.
O mesmo responsável garante que as estimativas “são muito conservadoras” e que o preço a pagar pela poluição “é muito alto”.
Os investigadores estimam que o preço da poluição na região do Delta do Rio das Pérolas, onde as três regiões estão inseridas, seja de 6,7 mil milhões de yuan anuais em custos médicos e perdas de produtividade.
Imagens de satélite mostram que a situação na região piorou consideravelmente entre 2003 e 2006, o ano em que os dados foram recolhidos.
A área do estudo compreende Hong Kong, Macau e o Delta do Rio das Pérolas que se transformou na base de milhares de indústrias nos últimos 30 anos de forte desenvolvimento chinês.
A equipa de investigadores aconselham os governos de Macau, Hong Kong e da província continental de Guangdong a adoptarem medidas de gestão da qualidade do ar, reforçar padrões da qualidade do ar e melhorar a informação sobre a qualidade do ar à população.
Relativamente a Hong Kong, cuja poluição alguns grupos económicos consideram estar a colocar em causa as potencialidades da cidade para atrair altos quadros empresariais, o estudo aconselha o governo a reforçar medidas para reduzir as emissões dos transportes marítimos e terrestres.