19.8.08

Atleta ficou em segundo lugar na prova de triatlo feminino
O dia em que Vanessa conquistou
a primeira medalha portuguesa


A delegação portuguesa viveu ontem finalmente um dia de sucesso nos Jogos Olímpicos Pequim2008, com Vanessa Fernandes, prata no triatlo, a conquistar a primeira das quatro medalhas sonhadas pelos responsáveis do Comité Olímpico de Portugal (COP).
Depois de uma grande desilusão com a judoca Telma Monteiro, apenas nona em -52 kg, quando é a vice-campeã mundial, e de outros resultados abaixo das expectativas, a triatleta do Benfica, de 22 anos, fez a bandeira portuguesa subir ao pódio no 10º dia dos Jogos.
Vanessa somou ainda sete pontos às contas nacionais e Portugal passou a contar com 11 dos 60 ambicionados pelos dirigentes do COP, pois os velejadores Álvaro Marinho e Miguel Nunes terminaram em oitavo na classe 470, lugar com direito a diploma e mais um ponto.
Em Changping, onde tinha ganho as três últimas edições da Taça do Mundo de Pequim, Vanessa Fernandes, pentacampeã europeia e número um mundial, só não bateu a veterana australiana Emma Snowsill, de 37 anos.
Tricampeã do Mundo (2003, 2005 e 2006) e com oito vitórias em Taças do Mundo, Snowsill realizou um imperial percurso de corrida a pé e terminou com 1:58.27 horas, 1.06 minutos antes da triatleta de Perosinho, Vila Nova de Gaia.
A Austrália também garantiu a medalha de bronze, através de Emma Moffatt, de 23 anos, que cortou a meta 22 segundos depois da portuguesa.
“É mais do que ouro. É uma medalha importante e que me sabe muito bem”, disse Vanessa Fernandes no final da prova, visivelmente emocionada por ter conseguido o primeiro pódio olímpico da carreira, após ter sido oitava em Atenas2004, então com apenas 18 anos.
Após conquistar a 21ª medalha de Portugal em Jogos Olímpicos – passando o saldo para três de ouro, sete de prata e 11 de bronze –, Vanessa lamentou que o seu trabalho tenha sido “mais complicado” por não ter uma companheira de equipa e dedicou o triunfo à “família e amigos”.

Vela promete

Se Vanessa Fernandes é, para já, a grande figura individual da delegação portuguesa, a vela é a modalidade com melhores resultados colectivos: ontem Gustavo Lima apurou-se para a “Medal Race” de Laser no terceiro lugar e Marinho e Nunes deram mais um ponto a Portugal.
Lima, que iniciou o dia no sexto posto e conseguiu um 16º, um oitavo e um terceiro lugares, tem boas hipóteses de chegar à prata ou ao bronze já hoje, pois na “Medal Race” os pontos contam a dobrar e o “carioca”, de 31 anos e campeão mundial em 2003, está só a três pontos do segundo, o sueco Rasmus Myrgren.
Com a medalha de ouro quase entregue ao britânico Paul Goodison, que soma 45 pontos, Lima, que foi quinto em Atenas2004 e sexto em Sydney2000, tem, no entanto, também de olhar para trás, pois é seguido de perto pelo esloveno Vasilij Zbogar (67) e pelo italiano Diego Romero (69).
Em 470, Marinho e Nunes, campeões europeus de 2007 e vice-campeões mundiais, já só tinham hipóteses matemáticas de chegar à medalha de bronze e acabaram por terminar em oitavo, caindo uma posição relativamente a domingo por terem sido últimos na “Medal Race”.
Pioraram relativamente a Sydney2000 e Atenas2004, onde foram quintos e sétimos, mas somaram o 11º ponto de Portugal em Pequim2008, após os sete ontem conseguidos por Vanessa Fernandes, os dois da judoca Ana Hormigo, sétima em -48 kg logo no primeiro dia dos Jogos, e um dos remadores Nuno Mendes e Pedro Fraga, oitavos em double-scull ligeiro.
Em Star, Afonso Domingos e Bernardo Santos regressaram ao sexto lugar com os terceiro e quinto postos nas sexta e sétima regatas, após domingo terem terminado o dia em nono devido a uma penalização por falsa partida. Hoje disputa-se a oitava regata, na quarta as nona e 10ª e na quinta a “Medal Race”.
Na prancha RS:X, o campeão europeu e vice-campeão mundial João Rodrigues começou mal, mas estava a recuperar e ontem terminou o dia em nono, após nove das 10 regatas da primeira fase. A “Medal Race” disputa-se amanhã, mas o madeirense já não tem hipótese de medalha.
Ainda num plano de água, o canoísta Emanuel Silva apurou-se com facilidade para as meias-finais de K1 1.000 metros, prova em que foi sétimo em Atenas2004, ao ficar em quarto na primeira série, ganha pelo britânico Tim Brabants, que assim garantiu já presença na final.

Évora facilmente na final

No atletismo, a figura portuguesa do dia foi o campeão do Mundo do triplo salto, Nelson Évora, que se qualificou facilmente para a final de quinta-feira, ao conseguir 17,34 metros no segundo salto, depois de um nulo.
Évora, que tinha de passar 17,10 para garantir logo a qualificação, disse estar “melhor do que nunca” e “muito confiante” na hipótese de bater o recorde nacional de 17,74 que há um ano lhe deu o título mundial em Osaca, prevendo que quem ganhar em Pequim terá de saltar cerca de 18,00.
Difíceis foram as provas de Vânia Silva no martelo e de Arnaldo Abrantes nos 200 metros, tendo os dois ficado muito longe dos primeiros e revelado que fraquejaram emocionalmente.
A lançadora de Leiria foi 46ª com 59,42 metros, menos 9,42 que o seu recorde nacional, e disse que não é “muito dada a este tipo de competições”, enquanto o velocista do Sporting afirmou que o ambiente do estádio o bloqueou e “as pernas não responderam ao tiro de partida”. Seria no total de todas as séries 52º, com 21,46 segundos.

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