25.8.08

RAEM no mapa do caminho para a Glória Olímpica
Um tesouro chamado Macau

Os ingleses ficaram encantados com as condições que Macau lhes oferecia e não hesitaram em escolher a RAEM em detrimento da sua antiga colónia, a vizinha Hong Kong. Aposta ganha! Naquela que já é a melhor prestação olímpica da história da Grã-Bretanha nos Jogos, 15 dos medalhados do Team GBR estagiaram em Macau. Muitos outros campeões olímpicos fizeram a fase decisiva da preparação na RAEM, num total de oito (ver quadro de honra).
Os Jogos Olímpicos de Pequim, acabaram, de forma indirecta, por ser uma montra da RAEM, sobretudo das magníficas instalações desportivas construídas para os Jogos da Ásia Oriental de 2005

Alfredo Vaz
Ricardo Pinto

“Ponto de passagem, cidade internacional...”, o início do refrão da música Cairo, dos ‘rockers’ portugueses Táxi, assenta que nem uma luva ao estatuto que a RAEM vem conquistando no mapa das competições desportivas internacionais. Por um conjunto de diferentes razões: desportivas, comerciais, promocionais ou politicas – Macau ameaça roubar o estatuto que Hong Kong vem reclamando: de Capital Asiática do Desporto. A maior ‘bofetada de luva branca’ que a antiga colonia poderia levar da sua antiga potência colonizadora acabou mesmo por acontecer na escolha do local de estágio do Team GBR para as olimpíadas de Pequim: Macau e Hong Kong estavam na primeira fila da corrida, e a RAEM bateu a RAEHK.
Na longa prospecção que fizeram por esta parte do Mundo, à procura do Centro de Estágio Ideal, os ingleses disseram ter encontrado “um tesouro” em Macau. Bernnie Cotton, responsável pelas performances do selecção Britânica – Team GBR – já tinha visitado Doha, No Qatar (palco dos Jogos Asiáticos de 2006, também dotado de novas e excelentes infra-estruturas) e Hong Kong.
Ao princípio, a exigente imprensa britânica torceu o nariz. Macau está mais associado a outros jogos, que aos Olímpicos. Com a tentação ali à mão, que conseguiria ‘controlar’ três centenas de almas, entre atletas, treinadores, dirigentes e outro pessoal ligado à logística? E na memoria colectiva recente pairava ainda o espectro do ‘sinuoso’ estágio da selecção portuguesa de futebol, a caminho da fracassada prestação no Campeonato do Mundo de 2002, Coreia/Japão.
Mas Cotton, esse não teve dúvidas. Ao blogue oficial do Team GBR, o homem responsável pelas performances, diz que nem sequer pestanejou: “Mal cheguei a Macau disse para mim próprio: encontrámos um tesouro. Não apenas por causa das infra-estruturas, mas também pelo calor humano que nos rodeou, e o apoio incondicional que tivemos, tanto do Instituto do Desporto, como do Governo da RAEM, em geral.
Ao todo, cerca de 500 atletas e técnicos de nove delegações olímpicas, estiveram em Macau com diversas equipas a preparar as competições, disfrutando de 10 instalações olímpicas. A Inglaterra, com quase 300 atletas e dirigentes, foi a maior delegação a estagiar em Macau, seguida da delegação brasileira, que trouxe à RAEM um grupo de centena e meia de olímpicos. As delegações da Argentina, como 40 elementos, Portugal, com 30, da Rússia, com 18 (dois terços – 12, entre atletas, treinadores e dirigentes – fizeram parte da delegação de natação sincronizada que acabou por conquistar em Pequim a terceira medalha de ouro consecutiva); Cabo-Verde, com 15, Moçambique, com 10, Timor-Leste, com cinco e Angola, com quatro atletas e dirigentes estiveram também em Macau.
E mais não vieram porque as instalações ficaram lotadas.
Alguns ficaram de fora, por terem feito o pedido tarde demais. Consta que a poderosa delegação da África do Sul foi uma delas.
Apesar de não ter feito estágio em Macau, a selecção de basquetebol dos Estados Unidos iniciou a fase final da preparação olímpica na RAEM, aqui jogando os primeiros encontros de aclimatização ao fuso horário que encontrariam em Pequim, e vencendo de forma categórica as congéneres da Turquia e da Lituânia (que acabou em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos, Espanha e Argentina).
E Macau viu também este ano em acção aquelas que se tornaram no passado Sábado as novas campeãs olímpicas de voleibol. O Brasil participou, pela sétima vez, na etapa de Macau do Circuito Mundial de Voleibol Feminino, perdendo na final realizada em Maio para a favorita República Popular da China (as chinesas quedaram-se pela medalha de bronze no torneio olímpico).

Entrada de Sendeiro, saída de Leão

Da quase desilusão à euforia. Assim se escreve a introdução da crónica sobre o estágio olímpico brasileiro na RAEM.
Fábio Gomes da Silva, atleta do salto com vara, chegou a Macau em finais de Julho e tinha à sua espera uma polémica: o seu nome foi incluído num manifesto pela independência do Tibete, publicado na página da organização "Sports for Peace", e a sua assinatura numa carta que foi também enviada ao presidente da China, Hu Jintao.
O saltador nega que tenha assinado a carta. O documento , estava datado do dia um de Junho, da época do GP de Berlim, na Alemanha. "Eu não assinei nada sobre isso", garantiu o saltador brasileiro à sua chegada a Macau.
Além dele, outros nomes importantes do atletismo latino-americano, como o cubano Darion Robles (que conquistou a medalha de ouro nos 110 metros barreiras) e o panamiano Irving Saladino (que estagiou em Macau e conquistou a medalha de ouro no salto em comprimento, em Pequim) também aparecem na lista. "Eu não tenho nada a dizer sobre o Tibete", resumiu Saladino.
Resolvida a ‘falsa questão’, as atenções e esperanças brasileiras viravam-se para o Complexo Olímpico da Taipa: para a caixa de saltos do Estádio de Macau, onde treinava a saltadora em comprimento, Maureen Maggi; e para o complexo de piscinas, onde os brasileiros apostavam forte em César Cielo Filho, um dos nadadores mais rápidos da actualidade (mais rápido que o próprio Michael Phellps, embora as provas de ambos nunca se cruzassem, por serem disciplinas diferentes). O Brasil importou da Austrália um finalista olímpico para ajudar o paulista César Cielo a conquistar uma medalha nas Olimpíadas de Pequim. Entre técnicos a falar em português, Brett Hawke, sexto classificado nos 50 m das Olimpíadas de Atenas, dava instruções apenas em inglês.
Nas vésperas da despedida de Macau, os nadadores fizeram o treino usando os revolucionários fatos de competição: o novo LZR, da Speedo, fato revolucionário e usado em praticamente todos os recordes mundiais batidos esta temporada.
O atletismo brasileiro teve em Pequim uma mulher primeira mulher no pódio olímpico. A segunda modalidade que deu mais medalhas para o País (13, contra 14 da vela) sempre teve homens no pódio, mas desta vez Maurren Maggi, no salto em comprimento, tinha a melhor marca do ano e acabou por conquistar o ouro.
Em Macau, Maurren Maggi dizia que o treino “está a correr melhor” do que esperava, já que teve uma adaptação fácil ao clima e ao fuso horário, desejando ainda uma “briga boa” com Naide durante os Jogos. (Naide, é Naide Gomes, a esperança – que se tornou vã de mais uma medalha olímpica para Portugal.
Quem treinou em Macau com o escrete, foi o panamiano Irving Saladino, campeão mundial em título, que nos Jogos Olímpicos de Pequim2008 garantiu também o ouro no salto em comprimento, bastando-lhe a "modesta" marca de 8,34 metros para vencer o concurso. Foi o primeiro ouro da história do país, justamente para um atleta que mora e treina no Brasil há quatro anos.
O técnico de Saladino é Nélio Moura, o mesmo da equipa de saltos do Brasil, e o panamiano passou dez dias em Macau fazendo aclimatação junto com a equipa brasileira. "Essa medalha é 50% para o Brasil, 50% para o Panamá", disse Saladino ao jornal brasileiro Terra. "O Nélio é meu segundo pai, já falei isso pra ele. Ele me trata como a um filho e estou muito agradecido ao Nélio. Agora vamos torcer pela Maurren (Maggi, saltadora em comprimento, que acabou também por ganhar o ouro, no concurso feminino).
Os treinos da equipa brasileira foram também afectados pela passagem do Ciclone Tropical Kamuri por Macau. Nos dias cinco e seis de Agosto, quase em cima do arranque dos Jogos (dia oito), a equipa brasileira de atletismo ficou retida nos quartos de hotel.

TEAM GBR

À procura de “paz de espírito” num local com “as melhores infra-estruturas”, Bernnie Cotton, chefe do sector de competição da delegação britânica encontrou “um tesouro em Macau.”
A selecção do próximo anfitrião olímpico (Londres 2012), andou num vai-e-vém entre Macau e Pequim. Os atletas só deixavam a RAEM nas vésperas das suas provas, e regressavam à Macau para por aqui ficarem até regressarem, no último fim-de-semana, para participarem na Cerimónia de Encerramento. Cotton explicou porquê: “Quando os atletas vão para a Aldeia Olímpica, apenas as primeiras 24 horas são de grande excitação, depois torna-se maçador. Queremos assegurar que a equipa esteja o melhor preparada possível. Encontrámos em Macau um ambiente pacifico e das melhores infra-estruturas que há no Mundo. Aqui os atletas têm tudo o de que precisam, incluindo camas confortáveis, que lhes asseguram noites bem dormidas. A comida é preparada por um Chefe australiano, que está em contacto diário com os nutricionistas da Federação Britânica.”
Paula Radcliffe, recordista do mundo e campeã mundial da maratona, esteve para não correr a prova mais emblemática das olimpíadas. Apesar da atleta estar lesionada, e de ter corrido muito poucos quilómetros de treino este ano, a federação inglesa não poupou esforços e arrendou o campo de golfe de Coloane para a atleta ali poder treinar, sem interrupções e distracções. Em Macau Radcliffe disse “Sinto-me bem da perna e ela tem aguentado bem a intensidade e a carga dos treinos.” “Preciso de relaxar, de me concentrar e pensar positivo. Tenho que ter grande flexibilidade, para poder liderar com factores imponderáveis”, disse Paula à chegada à RAEM.
Mas na hora da verdade, nas ruas de Pequim, a atleta acabou por ter uma prestação para esquecer, chegou a parar sensivelmente a meio da prova para descansar, mas conseguiu concluir num esforço olímpico, mas arredada do top 20.
A passagem do Team GBR por Macau ficou ainda marcada por um episódio insólito, ocorrido a sete de Agosto, véspera do arranque dos Jogos.
Temido pela força dos seus socos certeiros, o pugilista britânico Frankie Gavin “parecia uma criança a chorar convulsivamente e estava lavado em lágrimas”, quando regressou ao hotel de Macau onde a comitiva estava instalada, contou na altura um jornalista de um jornal londrino que assistiu ao episódio. A razão de tamanho desconsolo foi o afastamento da delegação olímpica britânica. Frankie Gavin é o único pugilista inglês que conquistou o título mundial amador, e o campeão queria juntar o título olímpico (apenas reservado a atletas amadores) antes de embarcar numa – mais lucrativa – carreira profissional.
Gavin estava inscrito para participar na categoria até 60 quilos, mas a verdade é que não conseguiu perder peso suficiente, e já não chegou a participar na última pesagem, realizada ontem à noite.
“Está claro que o Frankie não vai conseguir fazer o peso antes das pesagens de amanhã (quinta-feira) à noite - admitiu o técnico inglês Terry Edwards, ao site da emissora BBC.
Segundo Edwards, Frankie Gavin está muito abalado com a situação. “Desde o início da carreira, Frankie trabalhava com os Jogos Olímpicos em perspectiva obviamente, ele está muito arrasado.”
A imprensa britânica achou a história muito estranha, não percebendo como é que os nutricionistas da delegação não conseguiram fazer baixar o único quilo a mais que o pugilista apresentou na última pesagem, realizada já em Macau. segunda-feira, Gavin pesava 61 quilos, e chegou a brincar com a situação, dizendo que com a humidade e o calor nem precisava de sair do quarto de hotel para perder o peso. Enganou-se e partiu em lágrimas.


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“Mal cheguei a Macau disse para mim próprio: encontrámos um tesouro. Não apenas por causa das infra-estruturas, mas também pelo calor humano que nos rodeou, e o apoio incondicional que tivemos, tanto do Instituto do Desporto, como do Governo da RAEM, em geral.”
Bernnie Cotton, responsável pelas ‘performances’ do Team GBR

"Eu não assinei nada sobre isso"
Fábio Gomes da Silva, fundista brasileiro, negando ter assinado um manifesto pela independência do Tibete, publicado na página Sports for Peace.

"Eu não tenho nada a dizer sobre o Tibete",
Irving Saladino, campeão olímpico panamiano, sobre o mesmo tema

"Essa medalha é 50% para o Brasil, 50% para o Panamá. O Nélio é meu segundo pai, já falei isso para ele.
Irving Saladino, novo campeão olímpico do salto em comprimento, que treinou em Macau integrado na equipa brasileira, sob o comando de Nélio Moura

“Ele era velocista e nós temos tempos parecidos. Entendemo-nos muito bem, estou com ele há três anos e confio inteiramente nele.”
César Cielo Filho, campeão olímpico dos 50 metros livres, medalha de bronze nos 100, sobre Brett Hawke, campeão antigo campeão autraliano, um dos seus treinadores no estágio de Macau

“O treino está a correr melhor do que esperava,e tive uma adaptação fácil ao clima e ao fuso horário. Quero uma ‘briga boa’ com Naide durante os Jogos.”
Maureen Maggi, que entretanto conquistou a medalha de ouro no salto em comprimento feminino, numa alusão à eventual batalha – que acabou por não travar – com a saltadora portuguesa Naide Gomes

“As condições para treinarmos são excelentes. O Brasil está muito atrasado em relação a esses países. Treinamos em uma pista sintética com dez raias (pistas).”
Fabiano Peçanha, meio-fundista brasileiro

“Sinto-me bem da perna e ela tem aguentado bem a intensidade e a carga dos treinos.” “Preciso de relaxar, de me concentrar e pensar positivo. Tenho que ter grande flexibilidade, para poder liderar com factores imponderáveis. Gosto de sentir dores. Quanto mais exigente é a corrida, melhor é a minha prestação”
Paula Radcliffe, recordista mundial e campeã do mundo da Maratona

“Com esta humidade e calor nem precisava de sair do quarto de hotel para perder o peso.”
Frankie Gavin, pugilista britânico, campeão mundial, antes de saber que falhou a pesagem e foi afastado das olimpíadas.


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Quadro de honra

Os atletas olímpicos que estagiaram em Macau, ou cujas equipas realizaram torneios de preparação na RAEM (caso da super-favorita selecção masculina de basquetebol dos Estados Unidos) conseguiram quase duas vintenas de medalhas em Pequim, oito das quais de Ouro. A Grã-Bretanha, organizador das próximas Olimpíadas, escolheu Macau em detrimento da sua antiga colónia de Hong Kong, e deu-se muito bem com os ares de Macau. Os próprios cavaleiros, que disputaram as suas provas no novo complexo de Sha Tin, em Hong Kong, voltavam à base de Macau todas as noites para aqui dormir, e acertar estratégias, no espírito da ‘aldeia olímpica’ britânica em Macau. Destaque especial para o brasileiro César Cielo Filho, medalha de ouro nos 50 metros livres, e prata nos 100 metros. A preparação final foi feita no magnifico complexo de piscinas olímpicas da Taipa. Macau ficará também para sempre assinalado na história do atletismo do Panamá. A RAEM foi ‘ponto de estágio’ para a medalha de ouro de Irving Saladino no salto em comprimento. A primeira da história daquele pais sul-americano.

Medalhas de ouro: 8
Medalhas de Prata: 3
Medalhas de Bronze: 8

Nº de Países medalhados: 5
Nº de modalidades medalhadas: 9
Nº de atletas medalhados : 15 (GB) + 2 (Bra) + 10 (USA) + 1 (Pan) + 9 (Rússia) = 38

Atletas com mais do que uma medalha: 4
Kristina Cook (GB) – provas equestres;
Casar Cielo Filho (Bra) – natação;
Anastasia Davydova (Rússia) natação sincronizada;
Anastasia Ermakova (Rússia) natação sincronizada.

GRÃ-BRETANHA:

Provas Equestres:
Bronze:
Individual: Kristina Cook
Competição por equipas: Daisy Dick; William Fox-Pitt, Kristina Cook; Sharon Hunt e Mary King.

Atletismo:
Ouro:
400m , senhoras: Christine Ohuruogu
Prata:
Triplo Salto, homens: IDOWU Phillips
Bronze:
400m Barreiras, senhoras: Tasha Danvers

Ginástica Artística:
Bronze:
Salto Cavalo: Louis Simth

Taekwondo:
Bronze:
+67kg, senhoras: Sarah STEVENSON

Boxe:
Gold:
75kg, homens: James Degale

Bronze:
+ 81kg: Tony Jeffries
+ 91kg: David Price

Pentátulo Moderno:
Prata:
Senhoras: Heather Fell

BRASIL:

Natação:
Ouro:
50 metros livres, homens: César Cielo Filho
Bronze:
100 metros livres, homens: César Cielo Filho

ATLETISMO:
Ouro:
Salto em Comprimento, senhoras: Maurren Higa Maggi

ESTADOS UNIDOS:
Basquetebol:
Ouro:
Selecção masculina

PANAMÁ
Atletismo:
Ouro:
Salto em comprimento, homens: Irving Saladino

RÚSSIA:
Natação Sincronizada:
Ouro:
Dueto feminino: Anastasia Davydova; AnastasiaErmakova
Equipas: Anastasia Davydova; AnastasiaErmakova; Maria Gromova; Natália Ischenko; Elvira Khasyanova; Olga Kuzhela; Svetlana Romashina; Anna Shorina e Elena Ovchinnikova.

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