Vicente Moura defende revisão de todo o sistema desportivo português
Revolução precisa-se
Revolução precisa-se
Vicente Moura considerou ontem que para Portugal ganhar as medalhas desejadas nos Jogos Olímpicos é necessário rever todo o sistema desportivo do país, pois entende que a acção única do Comité Olímpico de Portugal é manifestamente insuficiente.
“Se é preciso vir aqui ganhar algumas medalhas é o sistema desportivo português que tem de responder. O COP, naturalmente, com certeza o Governo também, as escolas, o desporto escolar, autárquico e universitário. É todo o sistema integrado de desenvolvimento desportivo. Tem de ser tudo avaliado”, disse o presidente do COP.
O dirigente defende que “o Projecto Olímpico tem de integrar-se e ser harmonizado com esse projecto muito mais vasto”, deixando, no entanto, reflexões mais profundas para o regresso a Lisboa.
Ainda assim, Vicente Moura não tem dúvidas: “Parece que se comprova que a tentativa ou intenção do COP de, sozinho, assumir a responsabilidade desta preparação e participação olímpica já não chega, face às condições actuais das organizações. Talvez chegasse para os anos 90. Estamos atrasados quase uma década. Precisamos partir para outra”.
“Temos de fazer uma reflexão em Portugal. Se queremos vir aos Jogos Olímpicos apenas para mostrar a bandeira, para estar presente - como muitos países africanos, sem qualquer tipo de ambição, que gastam pouco dinheiro, porque também não o têm, e vêm cá com cinco ou seis atletas, e satisfazem-se por isso - ou queremos vir aqui ganhar algumas medalhas”, alertou.
Como exemplo da dificuldade de Portugal em competir com alguns países, Vicente Moura citou o exemplo da China “que tem 400.000 crianças de três a quatro anos a viver em permanência longe das famílias, em centros de alto rendimento de ginástica rítmica, circunstâncias que se aplicam a várias outras modalidades”.