16.1.08

CONSELHO DOS CONSUMIDORES DENUNCIA ESQUEMAS ILEGAIS
Agências continuam a enganar

Marta Curto

As agências de viagens de Macau continuam a merecer queixas. O Conselho de Consumidores decidiu enviar falsos clientes a 12 agências de viagens para entender se os preços e condições que eram colocados nos anúncios de jornais correspondiam à realidade. E a verdade é que a publicidade colocada na imprensa engana, oferecendo fantásticas viagens a preços baixíssimos. "Quando se chega à agência é que se percebe que, afinal, aquele preço só era válido para o dia anterior, e entretanto aumentou", disse ontem o presidente do Conselho, Alexandre Ho, numa conferência de imprensa sobre a publicidade enganosa das agências de viagens.
O responsável explica que o problema reside na flexibilidade dos preços. "A margem entre o preço mais baixo e o mais alto é muito grande, e claro que as agências só publicitam o valor mais baixo". O presidente do Conselho de Consumidores aconselha as agências de viagens a colocarem a margem de preços a que a viagem pode chegar, logo no anúncio.
Outra queixa cada vez mais recorrente são as promessas de viagens multi-destinos. Cerca de 50 por cento das agências testadas recorrem a este truque.
Nos anúncios aparece, por exemplo, uma ida a Hong Kong, Macau e Zhuhai. O consumidor pensa que a viagem engloba todos os destinos, mas depois descobre, já na agência, que a cada um corresponde um preço diferente. O objectivo era mesmo só atrair potenciais clientes ao ponto de venda. O mesmo acontece com as garantias.
No anúncio garante-se a 100 por cento que a viagem acontecerá, mas vários consumidores acabaram por ver as suas férias canceladas à ultima hora. "O dinheiro é-lhe devolvido, mas o cancelamento é-lhes comunicado tão tarde que já não têm tempo de marcar outra viagem. No entanto, compraram aquela viagem porque o anúncio da agencia lhes garantia que não iria ser cancelada".
Os extras são outro problema a ter em conta. O preço inicial, publicitado na imprensa, é baixo. "Na agência é acrescentado um extra de taxas, outro extra pelos serviços e, no fim, o preço não tem nada a ver com o anunciado", explica Alexandre Ho.
Aos consumidores aconselha-se a não se deixarem levar pela primeira promoção. "Muitas vezes, as agências dizem que se a compra for feita de imediato o preço será mais baixo, ou que já há poucos lugares e por isso é melhor marcar o mais rapidamente possível. Eu aconselho os consumidores a não se deixarem pressionar e compararem preços antes de comprarem uma viagem", sugere Alexandre Ho.

Excursões a "custo zero" sem fim à vista

"O caso das excursões a custo zero foi entregue ao Departamento de Turismo de Macau", explicava ontem Alexandre Ho. O presidente do Conselho de Consumidores encerrava assim o episódio de confrontos em Hac Sa, entre a Polícia de Segurança Pública e turistas do continente, em Dezembro passado. As intenções, amplamente discutidas nessa altura, de terminar com as excursões a custo zero ainda não terão sido levadas a avante, com Ho a admitir que "o Conselho de Consumidores de Macau e o da China já fizeram tudo o que podiam".

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