China considera entrada no fórum de cooperação com países de língua portuguesa
"Porta aberta" para São Tomé e Príncipe
"Porta aberta" para São Tomé e Príncipe
A China tem a "porta aberta" para São Tomé e Príncipe entrar no Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, disse ontem à Agência Lusa Zhao Chuang.
O novo secretário-geral do secretariado permanente do fórum explicou que a participação em 2006 em Macau de uma ministra de São Tomé e Príncipe na reunião ministerial que se realiza de três em três anos foi um "símbolo" da reunião e garantiu que, no âmbito dos objectivos do fórum, a China tem a "porta aberta a todos os países de língua portuguesa que queiram participar".
O mesmo responsável escusou-se, contudo, a comentar os aspectos políticos da participação de São Tomé e Príncipe, nomeadamente o facto daquele país africano ter relações diplomáticas com Taiwan em detrimento de Pequim, deixando para o poder central qualquer eventual exigência de mudança da embaixada de Taipé para a República Popular.
São Tomé e Príncipe é o único país de expressão portuguesa que actualmente mantém relações diplomáticas com Taiwan.
Nas suas novas funções, Zhao Chuang, que era conselheiro comercial do departamento de Cooperação Internacional do Ministério do Comércio da China, garantiu que se vai empenhar na "promoção dos assuntos económicos e comerciais", entre a China e os países de língua portuguesa, e "trabalhar na concretização do plano de acção de cooperação da segunda conferência ministerial de 2006".
Zhao Chuang disse também que em 2008, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa deverão ultrapassar os 50.000 milhões de dólares americanos, uma meta que apenas se previa ser atingida no final de 2009.
O comércio entre a China e os países de língua portuguesa cresceu 35 por cento em 2007 para 46,35 mil milhões de dólares (31,48 mil milhões de euros).
Entre 2003 e 2006, as trocas comerciais entre a China e a lusofonia mais que triplicaram para um total de 34 mil milhões de dólares (25,6 mil milhões de euros) no final de 2006, um crescimento que na altura correspondia a 46,9 por cento face a 2005.
Petróleo de Timor interessa
No que se refere à cooperação específica com países da lusofonia, Zhao Chuang acrescentou que, relativamente a Timor-Leste, a China está interessada nos recursos petrolíferos e nas fontes energéticas naturais, mas garantiu que existem outras áreas de cooperação como as pescas, partilha de tecnologia e formação profissional de quadros numa "lógica de cooperação bilateral".
A China designou Macau como a ponte para os contactos com os países da lusofonia em 2003 e o território passou a ser a plataforma de cooperação multilateral com a lusofonia, organizando de três em três anos a conferência ministerial.