David Fei responde a Con Korfiatis mas mantém silêncio sobre agressão de piloto
Air Macau diz que
"Viva não tem restrições"
Air Macau diz que
"Viva não tem restrições"
"A Viva Macau não tem quaisquer tipos de restrições de voos. Eles até podem ter as mesmas rotas que nós!", explicou, sem grande vontade de abordar o assunto, David Fei. O presidente da Air Macau encontrava-se ontem com uma delegação de Okinawa para falar nos novos voos que a companhia aérea terá para o Japão, ainda este ano, ao abrigo do acordo de livre trânsito que os dois governos celebraram, em finais de Janeiro. No final da reunião, aberta aos jornalistas, David Fei respondeu às perguntas dos media, mas não quis mais falar sobre as relações com a Viva Macau, nem a propósito dos voos para Singapura que a Air Macau vai iniciar no próximo ano.
Em 2007, a Viva Macau terá pedido autorização para efectuar estas rotas, mas esta ter-lhe-á sido negada porque os direitos de tráfego aéreo estavam reservados a empresas que, em termos práticos, não existem, como é o caso da Wow Macau e da Golden Dragon. A rota acabou por ser explorada por duas empresas de Singapura, e no próximo ano, segundo David Fei, também a Air Macau voará para lá.
O presidente da companhia aérea também não quis tecer comentários sobre o episódio de violência entre dois dos seus pilotos. "São questões pessoais", limitou-se dizer, tal como a empresa havia anunciado dois dias depois do incidente, no mês passado.
Questionado sobre a eventual perda de turistas vindos de Taiwan, caso o candidato do Kuomitang ganhe as eleições presidenciais de 22 de Março, David Fei explicou que neste momento, os visitantes vindos da ilha limitam-se a fazer trânsito em Macau, já que o destino final é a China continental. Segundo dados de 2007, metade das pessoas que usaram o aeroporto vieram de Taiwan. "Nós queremos promover Macau como destino, não como local de trânsito. Temos de mudar a nossa estratégia, é nisso que estamos a investir e, se realmente forem criadas rotas directas entre Taiwan e a China [intenção já reiterada pelo candidato do Kuomitang], não penso que percamos clientes", explicou David Fei. A poucos dias da assembleia anual para balanço do ano de 2007, David Fei explica "os resultados em termos de desenvolvimento são positivos, em termos financeiros há algumas perdas, mas os lucros são maiores que em 2006"
Voos para cinco destinos no Japão
Esta também poderia ser a razão para começar a investir no mercado japonês, começando logo com seis rotas. A partir da segunda metade de 2008, a Air Macau terá cinco voos regulares para cinco cidades japonesas, sendo uma delas Okinawa, e um voo charter para Tokio. Mas a verdade é que os novos voos mais parecem servir os residentes de Macau do que os do Japão.
Se realmente os japoneses só virem Macau como uma cidade de jogo, então o interesse em vir não será grande. Hideo Kinjyo, representante do governo municipal de Okinawa não hesita em dizer que os japoneses gostam menos do jogo do que os chineses. E a sua resposta até se faz a rir, como se a pergunta fosse absurda e a réplica óbvia. Segundo ele, o Governo Central do Japão vai rever a lei do jogo em Junho próximo, mas Kinjyo admite que "a maioria das pessoas não quer um casino em Okinawa, que relacionam muito com o aumento do crime. Temos de arranjar uma solução que previna o incremento do crime antes de propormos a construção de casinos na cidade ". Neste momento está em curso um estudo, com finalização prevista para final deste mês, que deverá servir de fundamento para a decisão sobre o jogo pelo Governo Central. "O Governo Central tem muitas restrições em relação aos casinos, mas só depois de analisado o estudo é que se conhecerá a sua posição formal sobre o assunto".
Em contrapartida, Kinjyo está à espera de uma avalanche de turistas vindos de Macau. "Nós achamos que no primeiro ano podemos ter mil pessoas, mas que no ano seguinte já teremos 10 mil. Penso que o crescimento vai ser rápido", admitiu o representante do governo municipal de Okinawa. Neste momento, Kinjyo adianta que Okinawa recebe cerca de 5,87 milhões de turistas por ano, sendo a maioria estudantes e vindos sobretudo de Hong Kong e Taiwan. Os visitantes procuram este cidade por causa da prática do judo e da comida saudável, já que a esperança de vida em Okinawa é a maior do Japão. Kinjyo diz que 68 por cento dos turistas da cidade são repetentes nas visitas. O Governo municipal de Okinawa espera, em 2016, receber um milhão de turistas ocidentais, em vez de atrair quase exclusivamente asiáticos.