25.3.08

Diplomas falsos voltam a Macau

Sem frequentar aulas ou passar em exames é possível obter em Macau falsos certificados de habilitações profissionais ou diplomas universitários. Segundo o jornal Va Kio, o caso já é antigo, mas voltou às páginas dos jornais depois de uma revista de Hong Kong, a East Weekly, ter publicado um artigo em que dizia que os empregados que tivessem cometido fraude na candidatura a um posto de trabalho num casino seriam despedidos.
Ainda no início do ano passado, de acordo com o diário de Macau, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) deixou um alerta e avisou os residentes que teriam que seguir os caminhos legais para poderem obter um curriculum académico de nível superior. Porém, uma cidadã referiu ao jornal que vários residentes conseguiram receber um certificado de uma universidade do Continente, sem nunca terem assistido a uma aula. O GAES já reportou o caso ao Ministério da Educação da República Popular da China. O ministro referiu que os cidadãos de Macau teriam que finalizar a formação académica de acordo com a lei e acrescentou que os diplomas teriam que ser aprovados pelo órgão governamental.
Segundo o GAES, o modelo de aprovação do curriculum académico foi já alterado: um candidato a um posto na função pública – por exemplo, o cargo de professor numa escola não privada – terá que ser sujeito a exame por um júri (composto pelos departamentos responsáveis pelo serviço) que irá comprovar a validade dos documentos académicos apresentados pelo concorrente.
Uma fonte também ouvida pelo “Va Kio” acusou uma escola secundária de Macau de receber alunos a meio do semestre e permitir que os estudantes faltem às aulas dois dias por semana: no final do ano lectivo, os estudantes menos assíduos conseguem também transitar de nível. O residente destacou que é difícil, neste caso, validar o certificado académico e que o processo se torna mais complicado quando em cima da mesa estão diplomas conseguidos por um curso feito à distância.
Um dos responsáveis por uma universidade de Zhuhai declarou ao jornal que depois da transição de soberania mais de mil e cem residentes de Macau estudaram na instituição de ensino superior. No leque de alunos, incluem-se, destacou, funcionários da Administração Pública, como agentes da polícia e dos serviços de alfândega que decidiram prosseguir com os estudos para conseguir uma promoção na carreira e um aumento salarial.

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