10.3.08

Hoi Fan perde com Lam Pak e fica mais longe do “sonho”
Jovem Nuno Peres marca cinco
na vitória do líder Monte Carlo


Regresso do campeonato sem surpresas. Ganharam os favoritos. Monte Carlo goleou “irmão” Heng Tai e o homem do jogo foi o jovem português, Nuno Peres, autor de cinco tentos. Revelação Hoi Fan derrotado pelo Lam Pak e por isso mais longe da discussão do título

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Arrancou a segunda volta do campeonato de futebol de Macau da I Divisão e, das equipas da frente, apenas o Hoi Fan saiu a perder, começando a distanciar-se do comandante da prova, o Monte Carlo.
Vitórias de Monte Carlo, Vong Chiu e Lam Pak, que parecem ser, de facto, os mais capazes de “aguentar a pressão” da luta pelo título. Clubes que foram os três primeiros classificados no final da época anterior.
O maior destaque do fim-de-semana futebolístico da RAEM vai, sem dúvida, para a “veia goleadora” do jovem avançado português, Nuno Peres, autor de cinco golos da sua equipa, Monte Carlo, no confronto com o “irmão” Heng Tai. Dois clubes que, como se sabe, pertencem ao mesmo “patrão”, Firmino Mendonça.
Mas apesar dos números, triunfo do Monte Carlo por 7-2 (resultado que não é muito vulgar no futebol, mas é quase frequente quando se defrontam equipas locais demasiadamente abertas…), quem assistiu ao encontro viu um Monte Carlo muito superior, virado para o ataque, e um Heng Tai que tentou jogar de igual para igual e acabou goleado.
Ao contrário do que aconteceu em todos os desafios anteriores para o campeonato, o treinador do Monte Carlo, Tam Iao San, utilizou o jovem português Nuno Peres pela primeira vez no “onze” inicial, dando assim uma oportunidade ao jogador de 19 anos.

Maior experiência
com jogos nas pernas

E foi uma boa aposta, já que Nuno Peres, apesar do desafio ter sido “quase amigável”, correspondeu muito bem e marcou cinco golos, tentando dizer ao treinador que merece mais oportunidades.
“Senti-me bem e o facto de ter actuado os noventa minutos, o que também foi a primeira vez, acabou por proporcionar este número de golos. Mas o mais importante é que a equipa ganhou, tendo eu contribuído para isso”, referiu ao PONTO FINAL, Nuno Peres.
“Jogando mais tempo é natural que me sinta melhor e ganhe mais experiência. Os meus golos foram fruto de um trabalho colectivo e igualmente em lances individuais. Foi um desafio que me correu bem e ganhámos, o que é o mais importante, mantendo o primeiro lugar do campeonato.”
O técnico Tam Iao San confirmou a intenção, neste desafio, de dar uma boa oportunidade a Nuno Peres:
“Ele é um jovem com valor, mas tem ainda de melhorar bastante. Neste jogo quis colocá-lo no “onze” e correspondeu. Acabou por jogar o tempo todo.”

Duas equipas amigas
em “jogo limpo”

O orientador do líder do campeonato diz ter sido um “jogo limpo”, apesar das relações, que se conhecem, entre os dois clubes.
“Se assim não fosse eu nem teria ido sentar-me no banco”, salientou Tam Ian San, para quem o título na prova continua a ser o grande objectivo a alcançar. “Passámos mais um adversário, mas há ainda muito pela frente, já que há várias equipas que podem complicar a nossa tarefa. Vai ser uma segunda volta interessante.”
O Monte Carlo pôde assim manter-se na liderança da competição, iniciando a segunda volta com uma partida de certo modo facilitada, pelo facto do Heng Tai nada ter a perder e por isso actuar de “peito aberto”, o que lhe custou sete golos.
Ao intervalo, já o Monte Carlo tinha o encontro garantido (4-0). Nuno Peres apontou um golo nos primeiros quarenta e cinco minutos e mais quatro no período complementar. Os restantes do conjunto “azul e amarelo” seriam marcados por Chan Kin Seng e Allison Brito, este também um avançado que entrou bem no plantel, dando outra eficácia à formação de Tam Iao San.
Os golos do Heng Tai foram ambos apontados por Chan Ka Wai.

Monte Carlo aguenta
pressão de Lam Pak

O Monte Carlo começou assim da melhor maneira a segunda volta do campeonato, mantendo a liderança isolada, com dois pontos de vantagem sobre o segundo, o Lam Pak, que se desenvencilhou, para já, do seu companheiro de segundo posto, Hoi Fan.
A equipa de Francisco Rosário, Hugo Afonso, Vasco e Paulo Conde, tinha um teste de grande importância face ao actual campeão, Lam Pak, e não conseguiu evitar a derrota, por 2-0. Os golos só surgiram nos segundos quarenta e cinco minutos, ambos da autoria do goleador da competição, o chinês Un Chon Fai.
O Hoi Fan, que continua a ser considerada a equipa revelação da temporada, falhou na finalização, em especial na primeira metade, em que tentou surpreender o adversário em contra-ataque. Hugo Afonso teve nos seus pés a hipótese de marcar e dar outra história ao desafio, numa soberana ocasião.
O Lam Pak forçou o andamento na segunda parte e Un Chon Fai não perdoou por duas vezes, garantindo os três pontos preciosos num confronto em que a derrota para qualquer um dos lados poderia significar o “quase adeus” à guerra do título.

Hoi Fan fica longe
dos dois da frente

Com este desaire, o Hoi Fan fica já consideravelmente afastado do primeiro lugar (cinco pontos), ainda que tudo seja possível até ao fim da competição.
“Penso que a partir de agora tudo será bastante mais complicado em termos de luta pelo título, mas nós nunca nos sentimos candidatos”, começou por referir ao nosso jornal, o macaense Francisco Rosário.
“Entrámos bem e aguentámos o Lam Pak na primeira parte, mas fomos abaixo na segunda. Foi pena não termos marcado quando tivemos oportunidade. Mas temos de reconhecer que estamos limitados . Não temos suplentes à altura e isso faz a diferença, em especial nestes jogos com equipas mais fortes. Talvez se tenha acabado o sonho com esta derrota, mas convém dizer que os nossos objectivos estavam bem definidos no início da época. Vamos tentar lutar pelos três primeiros lugares do campeonato e apostar agora um pouco mais na Taça de Macau.”

Vong Chiu recupera,
Polícia alivia posição

Nos restantes dois desafios do fim-de-semana, o Vong Chiu cumpriu a sua obrigação, ao derrotar o Vá Luen, mas com dificuldade, já que apenas um golo fez a diferença.
Marcou Lei Fu Weng aos 19 minutos, numa partida em que o Vong Chiu dominou quase por completo, mas desperdiçou uma mão cheia de oportunidades para construir um resultado bastante mais tranquilo.
O Vá Luen privilegiou o sector defensivo, apostando, como é seu hábito, no contra-ataque. E quase marcava nos derradeiros minutos, depois de um deslize de um defesa do Vong Chiu em zona proibida, à saída da sua grande-área.
O Vong Chiu colou-se assim ao Hoi Fan no terceiro lugar da classificação, a cinco pontos do comandante Monte Carlo.
Quanto ao Vá Luen, deixou-se de novo ultrapassar pela Policia, que ultrapassou os sub 21 por 2-0, dois tentos apontados por Cheong Kit Leong, o veterano que continua a a ser o suporte ofensivo dos “policiais”.
Depois desta ronda, a oitava, a tabela está assim ordenada:

Monte Carlo 21 (31-10)
Lam Pak 19 (32-9)
Vong Chiu 16 (17-14)
Hoi Fan 16 (12-7)
Polícia 9 (8-13)
Vá Luen 7 (7-22)
Sub 21 4 (8-20)
Heng Tai 1 (3-22)

CAIXA
Hong Kong ganha todos os jogos
no Interport de hóquei em campo

Depois de muitos anos de interregno, voltou a realizar-se o confronto entre selecções de hóquei em campo de Macau e Hong Kong.
O regresso teve por palco o sintético do Centro de Hóquei da Taipa, situado mesmo ao lado do Estádio, num sábado de grande convivio das “famílias” do hóquei em campo dos dois territórios.
Ao contrário do acontecia anteriormente, em que apenas as selecções principais se defrontavam. Desta feita os jogos integraram diversos escalões, todos eles favoráveis a Hong Kong, o que demonstra a sua maior experiência e desenvolvimento da modalidade.
No encontro entre formações A, a equipa treinada pelo paquistanês Ghulam Ghous, discutiu o resultado até ao fim, tendo mesmo desperdiçado excelentes ocasiões para marcar, com destaque para os derradeiros dez minutos.
Ao intervalo Hong Kong vencia por 2-0, golos apontados por Paul Ohima (4 minutos) e Healthy Wong (31).
Macau respondeu melhor na segunda metade e reduziu aos 47 por intermédio de Lei Kwok Hong.

Veteranos discutiram
resultado até final

Nos outros encontros, Hong Kong venceu a sua congénere da RAEM em juniores por (3-2), veteranos (2-1) e senhoras (8-0).
Foi um convívio bonito que se espera ver repetido, a partir de agora, sem qualquer interrupção.
Destaque para as velhas glorias, com Macau a apresentar jogadores que fizeram muito no passado pelo hóquei em campo, tais como Vitor Pereira, João Colaço, Rodolfo Dias, Eduardo Jesus Júnior, Filomeno Jorge, entre outros. Os veteranos macaenses estiveram a ganhar, golo apontado por Agostinho Leong logo aos três minutos.
O presidente da Associação de Hóquei de Macau, Herculano Ribeiro, que também alinhou no jogo dos mais velhos, referiu no final do Interport que “este convívio vale a pena continuar, para bem da modalidade.”

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