Segunda fase do processo prevê acusação mais empresários
Investigação a Ao Man Long
concluída até final de Abril
Investigação a Ao Man Long
concluída até final de Abril
A segunda fase da investigação do caso de corrupção que envolve o antigo Secretário dos Transportes e Obras Públicas do Governo de Macau vai ser concluída até ao final de Abril, disse ontem à Agência Lusa fonte ligada à investigação.
"Não há uma data precisa para terminar as investigações mas até ao final de Abril o processo estará concluído", disse a fonte contactada pela Lusa, salientando que, neste segundo processo, Ao Man Long, já condenado a 27 anos de cadeia em consequência do julgamento que derivou da primeira fase da investigação, será também acusado de "corrupção passiva para acto ilícito".
"Pode dizer-se que a principal acusação é a corrupção passiva para acto ilícito em obras e concessão de terrenos e que, além de Ao Man Long, serão também acusados empresários locais que não estão ainda a ser julgados no processo conexo que decorre no Tribunal de Base de Macau", disse, escusando-se a adiantar mais detalhes.
Depois de Ao Man Long ter sido julgado no Tribunal de Última Instância, competente para julgar em primeira instância os titulares de cargos políticos de Macau, decorre no Tribunal Judicial de Base um julgamento conexo onde são réus o pai Ao Veng Kong, o irmão Ao Man Fu, a mulher Camila Chan Meng Ieng, a cunhada Ao Chan Wa Choi e os empresários Frederico Nolasco da Silva, Ho Meng Fai e Chan Tong Sang.
Dos sete acusados, apenas o pai, irmão e cunhada e o empresário Frederico Nolasco da Silva estão no banco dos réus, já que tanto Camila Chan Meng Ieng e Ho Meng Fai se encontram em parte incerta e Chan Tong Sang autorizou que o julgamento decorresse sem a sua presença.
Ao Man Long, que entre 20 de Dezembro de 1999 e 06 de Dezembro de 2006 - dia em que foi detido pelo Comissariado Contra a Corrupção - foi o responsável governamental pela área dos Transportes e Obras Públicas, foi condenado a 30 de Janeiro a 27 anos de cadeia pelos crimes de corrupção, branqueamento de capitais, abuso de poder, inexactidão da declaração de rendimentos e riqueza injustificada, num total de 57 crimes.
Independentemente da pena que lhe possa ser aplicada no segundo processo, Ao Man Long não poderá cumprir mais do que três anos além dos 27 a que já foi condenado, na medida em que o limite máximo da pena de prisão em Macau é de 30 anos.
