12.3.08

Julgamento conexo ao de Ao Man Long retomado só no próximo dia 25
Patrícia Nolasco da Silva emitiu cheques
porque "confiava" no marido


Ontem, durante a tarde, foi ouvida no Tribunal Judicial de Base, no julgamento conexo ao do antigo secretário para os Transporte e Obras Públicas Ao Man Long, a mulher do empresário Frederico Nolasco.
Patricia Nolasco da Silva, mulher do sétimo arguido do processo em que são julgados familiares de Ao Man Long e três empresários. Patrícia Nolasco da Silva é arguida noutro processo relacionado, e poderia ter recusado prestar depoimento, mas não o fez. A empresária, sócia principal e gerente da empresa Pollymile, foi a responsável pela emissão de cinco cheques de valor superior a sete milhões de patacas que acabaram numa das contas do pais de Ao Man Long, em Hong Kong.
Segundo a Rádio Macau, a empresária afirmou em tribunal que emitiu os cheques a pedido do marido, em quem disse "confiar completamente". De acordo com o relato da empresária, Ferederico nolasco ter-lhe-á dito que a Companhia de Resíduos Sólidos (CSR) deveria realizar uma transferência avultada para a conta da Pollymile na ordem dos 9 milhões de patacas. Terá alegado que o dinheiro parado não rendia, e que queria investir. Patrícia Nolasco da Silva entendeu assim que a necessidade de emitir cinco cheques diferentes resultava do facto de o marido querer fazer diferentes investimentos em produtos financeiros e também em diferentes alturas. Disse ainda que, como confiava no marido, não colocou questões perante três propostas de acordo entre a CSR e a Pollymile que o marido lhe pediu que assinasse.
Só mais tarde, quando inspectores do Comissariado contra a Corrupção lhe bateram à porta é que a empresária se terá dado conta de que haveria problemas com os acordos e cheques que assinou. Como Frederico Nolasco se encontrava ausente de Macau nessa altura, quando regressou explicou à mulher que se tratava de "assuntos comerciais do interesse da companhia". Segundo a empresária, isso bastou para que não fizesse mais questões.

"Fazer pouco do tribunal"

Foram ainda ouvidas três testemunhas, funcionários e subempreiteiros da San Meng Fai, para explicarem transferências realizadas a pedido do empresário Ho Meng Fai. Os subempreiteiros justificaram que se trataram de pagamentos de empréstimos cedidos por Ho Meng Fai. Segundo a Rádio Macau, algumas testemunhas insistiram em não se recordar dos factos, o que levou o Ministério Público a levantar a voz e também a juíza presidente do tribunal, Alice Costa, a dar uma reprimenda por estarem a "fazer pouco do tribunal".
A próxima sessão deste julgamento está marcada para o próximo dia 25, devido às férias judiciais da Páscoa. Serão ouvidas várias testemunhas que, apesar de notificadas, não apareceram ontem em tribunal. Entre estas conta-se o representante de Macau à Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Lau Siu Cheng, uma investigadora do CCAC e uma testemunha arrolada pela defesa.

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