Seis jovens com 16 e 17 anos em prisão preventiva por associação secreta e violência
Tríades nas escolas
Tríades nas escolas
O Tribunal de Instrução Criminal de Macau decretou a prisão preventiva de seis jovens com 16 e 17 anos de idade por associação secreta e violência contra estudantes de várias escolas, anunciou ontem o Ministério Público. Os jovens tinham sido detidos há uma semana pela Polícia Judiciária.
De acordo com uma nota do Ministério Público, a investigação revelou que em Novembro de 2007, nove jovens de 16 e 17 anos, todos residentes de Macau e estudantes de várias escolas, "tinham procedido à angariação de membros para a sua associação em diferentes escolas".
Alguns alunos foram "forçados a aderir à associação por meio de violência e ameaça ou pedido de pagamento de dinheiro sob pretexto de protecção".
"Uma vez constituída a nova associação, agruparam-se nas ruas para práticas de coacção e agressão física junto de outros alunos", segundo a nota.
"O Ministério Público considera que a conduta dos arguidos envolve vários casos de violência nas escolas, prejudicando a segurança física dos ofendidos assim como a ordem social e a segurança dos jovens pelo que promoveu a aplicação da prisão preventiva a seis jovens", acrescenta.
Os restantes três arguidos ficaram sujeitos a termo de identidade e residência, apresentação periódica às autoridades e proibição da ausência do território.
Na altura da detenção, a Polícia Judiciária de Macau, que prossegue as investigações, revelou que 10 dos elementos do grupo continuavam a monte.
Investigados há quatro meses
A alegada tríade de jovens foi desmantelada pela PJ há uma semana numa operação que terá apanhado os nove jovens em flagrante delito. “Surpreendemos o grupo nas proximidades das ruínas de S. Paulo que estava a agredir um aluno de uma escola da zona”, revelou fonte da polícia. Ao PONTO FINAL, a mesma fonte afirmou que “estamos atentos a entes grupo há cerca de quatro meses. Posso dizer que é uma seita muito activa em Macau, tem 20 e tal elementos, e está relacionada com pelo menos dez casos de agressão em zonas próximas de escolas secundárias”.
A investigação terá arrancado com as queixas que alguns alunos reportaram às instituições de ensino. “Disseram que havia um grupo que ameaçava e coagia os alunos de forma sistemática e os pressionava para integrar a seita”.
Entre oito a dez membros da associação criminosa que se estimam em parte incerta, alguns terão menos de 16 anos. “Há ainda intervenientes a monte. Ainda estamos a fazer a localização também de menores”, dissera a fonte no final da passada semana. Segundo a PJ, os membros mais próximos do líder da tríade rondarão os 16 anos, sendo que os menores deverão ter 15.
Segundo a lei, considera-se “sociedade secreta toda a organização constituída para obter vantagens ou benefícios ilícitos”, através da prática de crimes como ofensas à integridade física ou “ameaças, coação e extorsão a pretexto de protecção”.