28.4.08

Ainda as reacções aos subsídios anunciados pelo Governo: Pereira Coutinho e Ho Heng Kok
Distribuição de dinheiro é "errada"

O deputado e líder da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, Pereira Coutinho, classificou de "errada" a medida anunciada pelo Governo de distribuir dinheiro pela população e compara o anúncio à queima de fogo-de-artifício.
"É uma medida errada no que toca a resolver as dificuldades das pessoas mais desfavorecidas, pessoas com deficiências e jovens universitários que têm dificuldades em pagar as suas propinas", considerou Pereira Coutinho em declarações à agência Lusa.
Pereira Coutinho considerou que, "não obstante a medida ser populista e agradar a muita gente, o dinheiro seria muito melhor aproveitado se fosse directamente para os bolsos dos que mais precisam e que auferem pensões de aposentação e sobrevivência miseráveis".
Ou então, disse, "se fossem destinados à construção de um novo hospital público ou na imediata aquisição de casas económicas e sociais destinadas às famílias mais carenciadas".
O deputado, que é ainda Conselheiro das Comunidades Portuguesa, considera "necessário mais apoio às pessoas com deficiência, mais ajuda para as famílias monoparentais e mais ajuda aos universitários com dificuldades no pagamento das propinas".
Pereira Coutinho comparou, por isso, a medida do Governo "à queima de fogo-de-artifício" já que "dura um curto espaço de tempo e depois volta tudo à estaca zero".
"Vai alegrar pessoas durante um período muito curto mas não resolverá problemas estruturais com que Macau se debate neste momento.

Só um analgésico

Para Ho Heng Kok, líder da Associação dos Trabalhadores de Macau (tradução não oficial), um dos principais promotores das últimas grandes manifestações no território, o subsídio do Governo "é um 'Panadol' [marca de analgésico]" para os pobres que "não vai resolver qualquer problema" e "está mal estruturado".
"A atribuição do subsídio seria muito mais justa se o Governo dividisse a população em várias categorias para poder beneficiar com mais dinheiro quem efectivamente mais precisa, como os idosos ou os trabalhadores de salários mais baixos".
O mesmo responsável acrescentou que o Governo de Macau deveria apostar, para combater a inflação, "na construção de habitações sociais para atribuir à população mais carenciada que está a passar dificuldades devido ao aumento constante dos preços das rendas".
Ho Heng Kok defendeu ainda que os trabalhadores locais "deveriam ver os seus postos de trabalho melhor protegidos" já que, sustenta, "hoje em dia há muitas pessoas do exterior que ocupam lugares que deveriam ser dos locais" e que o Executivo deve dar "maior atenção e combater de forma mais eficaz" os fenómenos de corrupção da sociedade.

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