António Trindade, presidente da Associação das Indústrias do Ambiente
Lixo de remodelação de edifícios
é "preocupante"
Lixo de remodelação de edifícios
é "preocupante"
O presidente da Associação das Indústrias do Ambiente de Macau considerou ontem "preocupante" a quantidade de lixo produzido no território com obras de remodelação de edifícios e defendeu a criação de um serviço de protecção do ambiente.
Em declarações aos jornalistas à margem do fórum e exposição sobre ambiente que ontem teve início em Macau, António Trindade contestou o facto do território "estar a desperdiçar recursos que poderiam ser reutilizados" ao mesmo tempo que "não estabelece regras que sejam protectoras do ambiente".
"É quase escandaloso uma sociedade rica e evoluída como Macau e que tem recursos limitados estar a produzir lixos de construção, da actividade hoteleira e industrial a volumes incomportáveis para o território, que esteja a importar mais de 50 por cento da energia consumida e 100 por cento da água que consume e que, depois de tratar as águas residuais, as deita para o rio sem as reutilizar para consumo não humano", disse.
António Trindade defendeu que "com muito pouco investimento", Macau "pode entrar no caminho da sustentabilidade sem exigir tanto esforço da população e da China, que fornece recursos como a água e energia que também já são escassos no continente".
Salientou que o Governo deve "apostar rapidamente" na criação de uma direcção de serviços de ambiente, produzir legislação e assegurar a sua aplicação e criar uma plataforma local de indústrias de alto valor acrescentado e amigas do ambiente.
"O que se passa no caso de Macau é que há que discriminar positivamente aqueles que investem na protecção do ambiente, que compram máquinas com novas tecnologias que, mesmo que tornem mais caros os trabalhos a realizar, poupem o ambiente", assinalou.
António Trindade defendeu também que no caso de Macau e atendendo à dimensão do território, "há que olhar para energias alternativas como o gás natural, descentralizar a produção de energia e potenciar serviços e reciclagem que terão de ser concretizados no exterior".
Macau acolhe até sexta-feira o Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental Macau 2008, que reunirá empresas e especialistas da área do ambiente para trocarem experiências e conhecimentos na protecção ambiental.
O fórum e a exposição são uma oportunidade para Macau "afirmar-se também como uma plataforma de intercâmbio de tecnologias para as indústrias amigas do ambiente nas regiões vizinhas, sobretudo no Grande Delta do Rio das Pérolas mas também outras com as quais existe uma estreita colaboração como os países de língua portuguesa", refere a organização.
Centrado na "Água, Energia e Desenvolvimento Sustentado", a reunião de Macau tem como principal objectivo a promoção da "cooperação internacional na área da protecção do ambiente e aproveitamento dos recursos energéticos".
CAIXA
Governo quer promover protecção do ambiente
Governo quer promover protecção do ambiente
Macau vai esforçar-se para melhorar o papel de plataforma de intercâmbio e de troca de experiências na área da protecção ambiental, na prossecução do ideal “Thinking Green, Going Clean and Living Cool”, disse ontem o Chefe do Executivo ao discursar na cerimónia de abertura da primeira edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental Macau.
Edmund Ho considerou que o Governo está empenhado em trabalhar com o sector empresarial e com o público em geral para preservar o meio ambiente, perseguir o ideal de harmonia e melhorar a qualidade de vida.
Neste aspecto, notou o governante, o Executivo de Macau tem que combater de forma efectiva o problema da salinidade da água, promover a eficiência energética e sensibilizar o público para a necessidade de proteger o ambiente e conservar os recursos energéticos e hídricos.