18.4.08

Cerca de dois milhões de visitantes numa década
Museu de Macau comemora 10 anos

Para comemorar os seus dez anos de vida, o Museu de Macau preparou uma série de iniciativas ligadas à vida e obra de Zheng Guanying. Embora o dia do aniversário seja hoje, as festividades começaram ontem com a presença de Edmund Ho e do neto do pensador

Marta Curto

O Museu de Macau dá hoje início às comemorações do seu décimo aniversário com três eventos sobre a vida e obra de Zheng Guanying, mais conhecido como "o mandarim", por ter "incontestavelmente o espírito inovador e do progresso científico e académico que o Museu pretende transmitir", dizia Heidi Ho, presidente do Instituto Cultural de Macau, na cerimónia comemorativa. Embora o dia de aniversário propriamente dito seja hoje, ontem o Museu de Macau encheu-se de ilustres para inaugurar a exposição Palavras de Advertência em Tempos de Prosperidade - O Legado de Zhen Guanying, lançar a Antologia das Obras de Zhen Guanying e apresentar o documentário sobre as Obras de Zhen Guanying. Entre outros, marcou presença o Chefe do Executivo, Edmund Ho, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Fernando Chui Sai On, a presidente do Instituto Cultural de Macau, Heidi Ho, o presidente do Museu de Macau, Chan Ieng Hin, o bispo José Lai e até o neto de Zhen Guanying, Zheng Kelu.
"Servindo de plataforma destacada de apresentação, exposição e promoção da cultura e da história de Macau, o Museu de Macau é um local por excelência de intercâmbio entre as culturas chinesa e ocidental, como também repositório do Património Mundial", dizia Heidi Ho que foi a anfitriã do evento, sentada à direita de Edmund Ho.
Acabado o discurso da presidente do Instituto Cultural de Macau, Chan Ieng Hin explicou que "o Museu de Macau, graças à sabedoria, esforço e calorosa atenção de todos os cidadãos locais, foi inaugurado em 1998, tendo recebido, ao longo destes dez anos, a visita de muitos chefes de estado e de um grande número de visitantes das mais diversas origens, tornando-se a sala de aula ideal para as lições de história e cultura, além de se ter consagrado como uma importante base para a educação sobre a história e cultura locais".
Em dez anos, o Museu recebeu dois milhões de visitantes, na sua maioria turistas "que ficaram muito agradados com o Museu sobretudo pela junção das duas culturas - chinesa e portuguesa - que aqui viram. Penso que dois milhões em dez anos é muito porque o Museu é pequeno", explicou o director do Museu, acrescentando que a maior dificuldade encontrada pela instituição é a falta de pessoal especializado em museologia, um entrave que a formação de guias amadores, nos últimos dois anos, vem ultrapassando.
Discursos proferidos e aplaudidos foi a vez de se agradecer às individualidades que, nos últimos dez anos, ajudaram o Museu de Macau. Subiram ao palco, entre outros, o bispo José Lai e o neto de Zhen Guanying, Zheng Kelu, que, das mãos de Edmund Ho, receberam um certificado de doadores. E dava-se início à volta da praxe pela exposição, com Heidi Ho a fazer as honras da casa perante Edmund Ho, sendo a dupla seguida por uma multidão de jornalistas e seguranças.
Palavras de Advertência em Tempos de Prosperidade - O Legado de Zheng Guanying é uma exposição que está ser preparada desde 2006, quando o Museu de Macau estabeleceu um acordo de cooperação com a Biblioteca de Xangai, onde Zheng viveu longos anos, de forma a recolher obras e documentos do pensador, assim como materiais históricos e relíquias culturais respeitantes aos seu trabalho e família. O resultado, tanto a exposição como o documentário integrado na mostra, poderá ver-se até Agosto no Museu de Macau.
A Antologia das Obras de Zheng Guanying é a terceira iniciativa que marca a comemoração do aniversário do Museu de Macau. Por enquanto ainda só três livros foram lançados. O primeiro, Palavras de Advertência em Tempos de Prosperidade, foi escrito em Macau, na hoje conhecida como Casa do Mandarim, e marcou a China como um dos livros que introduziu a democracia, tentando fazer uma ponte de ligação entre as civilizações chinesa e ocidental. Os dois outros volumes passam pela correspondência pessoal de Zheng e pelo seu testamento.
Para comemorar o seu décimo aniversário, o Museu de Macau tem preparadas várias iniciativas, nomeadamente Retrospectiva - exposição de fotografia (15/04 - 31/08), Novos Tempos, Novos Desafios - exposição de cartazes (15/04 - 08/ 06), e Explorando até aos Limites - exposição de publicações (15/04 - 28/08).
Hoje, o Museu de Macau também tem algumas palestras previstas que passam pelos Bastidores do Museu de Macau - Conservação e Restauro de Relíquias Históricas, assim como Pintura e Documentos Chineses, e Cerâmica.
Amanhã serão realizadas diversas palestras sobre Zheng Guanying, a ter lugar entre as 15 e as 18 horas.

CAIXA
O neto do pensador

"Eu vivi naquela casa até aos cinco anos e a casa do mandarim original não tem nada a ver com esta. A casa do meu avô era enorme, tinha um jardim interior lindo. A que está agora a ser recuperada é muito mais pequena". Zheng Kelu tem hoje o cabelo branco, mas lembra-se bem da casa onde passou os primeiros anos da sua infância. A sua ligação com a história de Macau não se ficou pelos antecedentes familiares e Kelu foi uma das pessoas homenageadas por Edmund Ho por ter ajudado o Museu de Macau nos últimos 10 anos.
"Nem o meu pai o conheceu bem, só tinha 14 anos quando ele morreu, e eu já nem o conheci. Mas estou muito contente por ver esta exposição e o documentário. O meu avô estudou todos os domínios, foi um grande pensador na sua época e houve poucas pessoas na China que escreveram uma obra tão grande".
A inauguração da Casa do Mandarim, em obras há seis anos desde que foi adquirida pelo Governo, está prevista para inícios do próximo ano, segundo um artigo recentemente publicado pelo Ou Mun. "Quando for inaugurada, a parte museológica da casa será administrada por nós, isto é a Casa Memorial de Zheng Guanying e o Centro de Estudos Documentais sobre Zheng Guanying", explicou Chan Ieng Hin, director do Museu de Macau.

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