23.4.08

Empresa alega que instalações vão abrir e que não usufrui do dinheiro que já foi pago
Conselho dos Consumidores
volta a avisar centro de yoga


O último comunicado do Conselho de Consumidores a respeito do centro Universal Yoga é bem claro: ou o centro resolve a situação com as duas dezenas de consumidores que apresentaram queixa no Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo, ou o caso será entregue ao Tribunal de Pequenas Causas Cíveis de Macau.
João Pedro Telhado, gestor da obra do Universal Yoga, disse ao PONTO FINAL que não entendia a atitude do Conselho de Consumidores, já que "tivemos uma reunião no dia 3 de Abril em que ficou decidido que tínhamos o prazo de um mês para mostrar aquilo que estávamos a fazer, dar explicações às pessoas, arranjar espaços alternativos para as aulas de yoga. E de repente cria-se este imbróglio todo que nem está nas nossas mãos resolver."
Num comunicado difundido ontem, o Conselho dos Consumidores afirma que o centro de yoga não reúne condições para entrar em funcionamento, pelo que não deveria ter cobrado qualquer mensalidade. Aconselhando "maior seriedade", o documento refere ainda que a Universal Yoga "restitua todo o montante cobrado aos consumidores".
O Conselho refere que "alguns consumidores colocaram em dúvida a credibilidade da Universal Yoga admitindo a possibilidade de apresentar queixa à Polícia."
João Pedro Telhado explica que o caso deixou de estar nas mãos da empresa Universal Yoga quando os técnicos da centro cometeram graves erros no processo de licenciamento e esse teve de ser feito de novo. Hoje, os novos papéis já foram todos entregues, segundo o gestor da obra, e esperam agora a decisão final do departamento do Governo. "Infelizmente, as Obras Públicas, neste momento, não se comprometem com prazos, porque se tivéssemos um prazo poderíamos dar uma resposta mais consistente às pessoas que se estão a queixar e ao Conselho de Consumidores. E estamos incapacitados de o fazer porque não está nas nossas mãos. Já fizemos tudo, contratámos arquitectos e técnicos novos, refizemos o processo de licenciamento, trabalhámos arduamente com o pessoal das obras públicas que tem sido incansável na colaboração e na vontade de resolver o problema".
João Pedro Telhado admite que nunca houve um prazo oficial para a abertura do centro. O que pode ter acontecido, adianta, foi uma precipitação dos comerciais, "que são novos e inexperientes", e podem ter dado uma data aos candidatos a sócios. "Mas eu nunca poderia ter dado um prazo. Para já, estamos mesmo por baixo do tribunal, o que quer dizer que tínhamos de deixar de trabalhar dois dias por semana. E para além disso, havia esta questão do licenciamento que não sabíamos quando ia resolvido".
A questão que se põe então é só uma: porque é que foram aceites inscrições se não havia prazos de abertura?
"Nós fizemos o que toda a gente faz, uma pré-abertura. Demos descontos especiais a quem se inscrevesse primeiro, mas as pessoas vinham ver a obra, conheciam a situação. E neste momento estão a ter aulas em locais alternativos que arranjámos. Eu não estou a dizer que são as condições perfeitas. As pessoas pagaram para estar aqui, neste centro, mas estamos a fazer o que podemos para satisfazermos os clientes".
Uma das reivindicações dos clientes insatisfeitos é terem todos os meses as suas mensalidades descontadas do cartão de crédito sem usufruírem das promessas. Mas João Pedro Telhado admite que a Universal Yoga nem vê esse dinheiro, já que as prestações estão bloqueadas pelos bancos até a situação se resolver. "Nós queremos resolver isto o mais rapidamente possível. Já gastámos milhões de patacas, temos 40 funcionários, o centro está quase pronto, e eu garanto que vai abrir."

História repete-se

Na passada semana, o Conselho dos Consumidores emitiu o primeiro comunicado sobre este assunto, referindo que recebera mais de uma dezena de queixas contra um centro de yoga que tinha prometido aos seus clientes abrir brevemente, mas não cumpriu.
No dia seguinte, em comunicado, a empresa visada afirmava não compreender a atitude do Conselho de Consumidores uma vez que estava em negociações com os clientes, sob o acordo do Conselho.

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