21.4.08

Leonel Alves admite vir a fazer parte do próximo Executivo de Macau
Governo tem de ter "mais coragem"
para a Saúde


O próximo Executivo de Macau terá de ter "mais coragem" para encontrar soluções inovadoras na área da saúde, afirmou o advogado e deputado Leonel Alves que não afasta a possibilidade de integrar um futuro Governo.
"Há uma insatisfação generalizada nas questões de saúde e a classe política tem consciência disso", afirmou Leonel Alves ao salientar que o "diagnóstico está feito" e que "acções governativas concretas devem ser implementadas".
"É um sector que exigirá da próxima governação maior aposta e maior coragem no encontro de soluções inovadoras para debelar a questão", salientou o advogado - que é também membro do Conselho Executivo, o órgão de consulta do líder do Governo -, que se escusa a apontar soluções específicas embora aponte caminhos globais.
"Tendo em conta que na área económica as bases estão lançadas e estabilizadas, em tudo o que diz respeito a Macau num contexto de crescimento acelerado da economia em que a sociedade exige muito mais do poder público, a absorção de recursos humanos do exterior é fundamental", disse.
Com actividade política desde 1984, Leonel Alves, natural do território, é o mais destacado elemento da comunidade macaense, tem a nacionalidade chinesa, é adepto do Benfica e admite uma candidatura à presidência da casa do clube que se está a formar no território e não exclui a possibilidade de "desempenhar outros" papéis na política local, mas recusa indicar lugares.
"Nunca virei a cara às responsabilidade que me exigiam e nunca virei a cara a pensar que as actividades públicas me iam tirar tempo da minha actividade profissional privada", afirmou.
Quando questionado directamente sobre se aceitaria integrar o Governo, referiu apenas que tal dependerá das suas capacidades e do pensamento de quem decide sobre o que será capaz de desenvolver.
"Por isso nada melhor do que continuar a fazer o que faço desde 1984, a desenvolver o meu trabalho na Assembleia Legislativa e, mais recentemente, também no Conselho Executivo, e, na altura própria, se me fizerem a pergunta sobre a minha disponibilidade para as mesmas ou outras actividades a minha postura é de contribuir com o melhor que posso ou que possa dar para Macau", sublinhou.
Numa análise ao sistema político, Leonel Alves explicou que antes da criação da Região Administrativa Especial de Macau havia uma "vontade de racionalizar" e diminuir o peso da máquina administrativa, mas defendeu que deveria ser o líder do Governo a "definir o número de colaboradores políticos directos" para se "evitar uma excessiva concentração de áreas".
Por isso, disse, sem ferir a Lei Básica, a Lei Constitucional local, o próximo líder do Governo "com a experiência acumulada" de dez anos após a transferência do exercício da soberania, poderá "reenquadrar o seu pensamento em termos de governação e tentar introduzir novos mecanismos colhidos de experiências" regionais como subsecretários, outra hierarquia ou criação de subunidades orgânicas.

Intercâmbio intensivo com Portugal

No capítulo da Justiça, Leonel Alves recordou a ligação "umbilical" do Direito local ao de Portugal, afirmou-se como "implacável defensor de um maior intercâmbio" entre Macau e Portugal que trará "benefícios" para o território e para os operadores do Direito e alertou para que se não esqueça "a realidade concreta e útil para Macau" de que ambos os Direitos estarão ligados pelo menos até 2049.
"Tem de haver um intercâmbio muito intensivo entre Macau e Portugal em tudo o que diga respeito ao Direito, quer na sua feitura, quer na sua interpretação quer na sua aplicação", afirmou.
Na entrevista à agência Lusa, o deputado reafirmou também, tal como tinha dito em declarações à Rádio Macau, que Susana Chou, presidente da Assembleia Legislativa de Macau, seria uma "boa candidata" à liderança do Executivo de Macau em 2009.
Leonel Alves recorda que também na política de Macau "há carências" de recursos humanos e seria, por isso, "inglório desperdiçar o pouco que existe".
"É uma pessoa que reúne também, tal como os outros candidatos falados pela imprensa, boas aptidões para o desempenho deste importante cargo", assinalou.
Leonel Alves disse ainda ter sido uma "surpresa" a prisão do ex-secretário Ao Man Long por corrupção e branqueamento de capitais mas olha hoje para o caso como "um marco importante de viragem quanto ao 'modus operandi', quanto ao funcionamento da administração e quanto à necessidade de introdução de uma reforma mais acelerada no que diz respeito à administração, um projecto que "foi uma pena" não ter sido desenvolvido no período de acalmia logo a seguir à transferência.

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