Mulher tentou depositar notas contrafeitas num banco do NAPE
Dólares falsos
de "suprema qualidade"
Dólares falsos
de "suprema qualidade"
Podia ter sido apenas uma partida de 1 de Abril, mas a Polícia Judiciária não entra na brincadeira. Na terça-feira, uma mulher de 45 anos de idade, apresentando um Bilhete de Identidade de Residente de Macau, tentou depositar na conta do marido, ao balcão de um banco situado no NAPE, vinte e uma notas falsas de 100 dólares norte-americanos. As suspeitas em relação a se tratar de dinheiro contrafeito levou os funcionários da instituição bancária a chamar a Polícia Judiciária, que confirmou que as notas eram cópias falsificadas, mas muito bem feitas.
De acordo com o jornal Ou Mun, a mulher não conseguiu explicar à Polícia Judiciária a origem das notas, mas manteve sempre a versão de que desconhecia que eram falsas.
Segundo a análise da Polícia Judiciária, as falsificações são de "suprema qualidade", e é praticamente impossível testar a veracidade do dinheiro a olho nu ou ao toque. Tanto a tinta como as fontes das letras usadas na impressão, afirmou fonte da Judiciária ao jornal, são as mesmas usadas nas notas verdadeiras. A única diferença óbvia, ressalvaram as autoridades, residem no "1" do número "100", que é ligeiramente diferente do original.
Contudo, apelou a Judiciária, é necessária redobrada atenção por parte dos residentes, pois tratam-se de falsificações de elevada qualidade, susceptíveis de induzir em erro qualquer pessoa.
Super-notas?
Este episódio traz à memória a circulação das famosas "super-notas", as falsificações de notas de 100 dólares norte-americanos feitas pela Coreia do Norte, depositadas depois em bancos como o Banco Delta Asia, de Macau. O caso levou a que a Coreia do Norte fosse banida do sistema financeiro internacional, bem como o próprio banco de Stanley Au.
O mais impressionante nas "super-notas" era o avanço técnico na sua produção.
Em 1996, na tentativa de acabar com a falsificação de dólares, o governo americano decidiu mudar as notas pela primeira vez desde 1928. Além de abandonar os padrões simétricos das notas antigas, mais fáceis de copiar, as novas notas contêm vários detalhes especialmente imaginados para dificultar a falsificação. Há uma linha especial dentro do papel, uma marca-d'água e uma microimpressão de letras. Tudo isso aparece nas super-notas. O mais avançado mecanismo usado nas novas notas americanas é uma tinta que muda de cor. Olhada de um ângulo, uma parte da nota parece verde. Mudado o ângulo, parece preta.
A tinta que permite esse efeito é fabricada por uma única empresa no mundo, localizada na Suíça, e os EUA têm os direitos exclusivos para a tinta que muda de verde para preto. Ora, a Coreia do Norte comprou os direitos para a tinta que muda de verde para magenta, uma tonalidade de vermelho. Magenta é a cor mais facilmente alterável quimicamente para preto. Ironia das ironias, as super-notas são detectadas não por um defeito, mas por um excesso de qualidade: os analistas consideram que os desenhos são mais precisos que os das notas reais.