15.4.08

Presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, em entrevista à Lusa
Ligações aéreas com a China
antes de Julho de 2009


As ligações aéreas entre Taiwan e o continente chinês vão ser regulares antes de Julho de 2009, disse ontem, numa entrevista escrita à agência Lusa, o presidente eleito da ilha nacionalista, Ma Ying-jeou.
”Os voos regulares terão início antes de Julho de 2009”, garantiu Ma Ying-jeou numa resposta por escrito a diversas questões colocadas pela Lusa a partir de Macau, no âmbito de uma entrevista pedida imediatamente a seguir às eleições de 22 de Março.
De acordo com o novo líder de Taiwan, que toma posse a 20 de Maio, as ligações aéreas entre Taiwan e o continente chinês, inicialmente ao fim-de-semana, passarão a ser diárias até ao final de 2009, mantendo no entanto a designação de voos "charter".
O presidente eleito de Taiwan encara a nova estratégia de aproximação ao continente chinês com os voos regulares num contexto ”comercial e social” porque, explicou, os empresários terão assim mais tempo para se dedicar aos negócios enquanto as famílias podem estar confortavelmente em casa.
”Além das poupanças financeiras nos elevados custos do transporte entre Taiwan e o continente chinês, com os voos directos os empresários de Taiwan podem estar concentrados nos seus negócios sem sacrificarem as suas famílias, já que as suas mulheres e filhos podem viver confortavelmente nas suas cidades”, referiu Ma Ying-jeou.
Actualmente, uma deslocação entre Taiwan e a China obriga à utilização de países ou territórios terceiros como Macau, Hong Kong ou a Coreia do Sul - os três principais locais de passagem para a China - e nem todos os aeroportos de Taiwan possuem ligações internacionais, o que torna as viagens mais caras e mais demoradas.
A importância das ligações directas pode ser entendida, como referiu à Lusa Ma Ying-jeou, com o investimento directo de 65 mil milhões de dólares efectuado por empresários de Taiwan no continente chinês nos últimos dez anos.
Além disso, 40,7 por cento das exportações de Taiwan têm como destino o continente chinês, ainda que indirecto com a necessidade de utilização de país ou território terceiros.
Em 2007, Taiwan registou um excedente comercial com a China de 70,6 mil milhões de dólares.
”Apesar dos números, a ausência de ligações directas tem dificultado a cooperação económica bilateral”, sustentou.

Efeitos negativos em Macau e HK

Será impossível evitar efeitos negativos nas economias de Macau e Hong Kong, com o impacto a fazer-se sentir mais no antigo território sob administração portuguesa.
Por um lado, a Air Macau, companhia de bandeira local que tem acumulado elevados prejuízos nos últimos anos, tem a sua operação fortemente concentrada no mercado de Taiwan (mais de 60 por cento do seu tráfego está concentrado na ilha), ou seja, no transporte de pessoas entre Taiwan e o continente chinês, um mercado que também tem uma expressão considerável em Hong Kong, embora as companhias da antiga colónia britânica possuam muito maior capacidade de resposta a uma mais que provável perda de passageiros.
Já no campo das transacções comerciais, poderá ser Hong Kong a mais afectada, porque o seu porto é um dos mais concorridos da região e por lá passaram muitos dos produtos destinados à China e a Taiwan.

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