15.4.08

Estudo encomendado pelo IH aprova projectos anunciados pelo Governo
Habitação pública que chegue

O Instituto da Habitação pediu um estudo à Faculdade de Administração e Gestão, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, sobre a habitação pública no território. A análise baseou-se em estimativas e concluiu que a oferta chegaria para a procura

Marta Curto

A Faculdade de Administração e Gestão da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau fez um estudo sobre a evolução da procura de habitação pública em Macau, a pedido do Instituto da Habitação. Sem dados estatísticos em que se basear, o estudo limita-se a fazer contas e análises tendenciais. Nestes termos, chega a conclusão que o fornecimento de habitação pública do Governo, que prevê construir 19 000 fracções até 2012, conseguirá satisfazer a procura. Mas isto se o preço de mercado do imobiliário de Macau não diferir muito do actual e se o número de residentes permanentes de Macau com baixos rendimentos, a quem estão reservados estes benefícios sociais, não aumentar exponencialmente. "Esta é uma análise estável, não é uma análise dinâmica", explicou Michael Pang Chuan, reitor assistente da faculdade.
O objectivo do estudo seria de "conhecer a situação da procura de habitação pública em Macau e avaliar os conteúdos da revisão da política de habitação pública de Macau, a fim de fornecer sugestões de referência para os serviços competentes de habitação pública de Macau".
No entanto, aos estudiosos não foram fornecidos dados sobre as despesas dos proprietários, os preços do mercado, o índice de preços do consumidor ou os rendimentos dos consumidores. "Arranjámos alternativas", admitiu Michael Pang Chuan. A faculdade acabou por fazer dois grandes inquéritos, baseando-se nas respostas encontradas para fazer estimativas. "Neste estudo há uma insuficiência da estimativa da procura e o estudo não acompanhou o acompanhamento da procura", considera Pang Chuan.
Ainda assim, pelas suas contas, em Maio de 2007, havia 27 457 fracções de habitação económica construídas, estando 24 104 já vendidas, com 66 452 habitantes. Actualmente existem 6312 fracções de habitação social, estando arrendadas 5 630 fracções, com 5 674 famílias arrendatárias, num total de 14 971 habitantes.
Com o aumento que o Governo prevê de 19 mil fracções, o total da habitação pública será de 52 769 fracções em 2012.
O relatório continua, dizendo que a população residente de Macau "estimada para 30 de Setembro de 2007 era de 531 mil. O saldo dos residentes permanentes de Macau, após ter descontado 40 374 pessoas que foram autorizadas a permanecer no território e 79 753 trabalhadores não residentes, é cerca de 519 mil pessoas. Caso o crescimento da população anual esteja entre os 25 mil a 30 mil, após cinco anos, a população residente irá atingir os 650 mil". Por fim, e já que a habitação pública só se destina a residentes permanentes com baixo rendimento, sendo que estes estão "estimados" a corresponderem a cerca de 20 a 30 por cento dos residentes permanentes, isso significa que é necessário satisfazer a procura de habitação a uma margem entre 110 mil pessoas e 165 mil pessoas. Concluindo: "Consideramos que este fornecimento consegue satisfazer basicamente a procura", finaliza o estudo.

Macau é diferente do resto do mundo

O estudo da faculdade de Administração e Gestão analisou as políticas de habitação dos principais países e regiões do mundo e chegou à conclusão que, "na maioria, a população prefere alugar casa do que comprar. Em Macau passa-se exactamente o contrário", diz Michael Pang Chuan, acrescentando que há um ditado chinês que diz que "toda a gente tem direito a um tecto. Mas não é necessário ser proprietário desse tecto. É preciso que as pessoas tenham noção que alugar uma casa é tão bom quanto ser proprietário, o que interessa é que todos tenham onde morar".
Chuan explica que "a procura de habitação publica é feita sobretudo por causa do preço, e tendo em conta o aumento contínuo do preço da habitação privada, a procura da habitação pública irá crescer continuamente". É preciso acrescentar que o mesmo deu o exemplo de pessoas que têm rendimentos na ordem das 30 mil patacas mensais em listas de espera para uma casa.

Edições Anteriores

Arquivo

DIRECTOR Paulo Reis REDACÇÃO Isabel Castro, Rui Cid, João Paulo Meneses (Portugal); COLABORADORES Cristina Lobo; Paulo A. Azevedo; Luciana Leitão; Vítor Rebelo DESIGN Inês de Campos Alves PAGINAÇÃO José Figueiredo; Maria Soares FOTOGRAFIA Carmo Correia; Frank Regourd AGÊNCIA Lusa PUBLICIDADE Karen Leong PROPRIEDADE, ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Praia Grande Edições, Lda IMPRESSÃO Tipografia Welfare, Ltd MORADA Alameda Dr Carlos d'Assumpção 263, edf China Civil Plaza, 7º andar I, Macau TELEFONE 28339566/28338583 FAX 28339563 E-MAIL pontofinalmacau@gmail.com