Sarkozy pede desculpa pelos protestos em Paris
Água na fervura
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O Presidente francês Nicolas Sarkozy enviou uma carta com um pedido pessoal de desculpas à atleta chinesa paraplégica que protegeu a tocha olímpica durante os protestos anti-China em Paris, segundo declarações oficiais de ontem à imprensa.
O presidente do Senado francês, Christian Poncelet, encarregado de entregar a carta à atleta chinesa, afirmou à imprensa que Sarkozy condenou o ataque à desportista Jin Jin, durante as manifestações realizadas durante a passagem da chama olímpica por Paris.
"Fiquei chocado ao saber o que aconteceu durante o percurso da tocha olímpica", disse Poncelet, citando a carta de Sarkozy. "É compreensível que o povo chinês se sinta ofendido. Desta forma, condeno fortemente o que eles [os manifestantes] fizeram", acrescentou Poncelet.
Jin, esgrimista para-olímpica, foi atacada quando os manifestantes pró-Tibete perturbaram o percurso da chama olímpica pelas ruas de Paris e teve que defender a tocha das várias tentativas dos manifestantes para agarrar e apagar o fogo olímpico.
O episódio transformou Jin numa heroína que a imprensa estatal chinesa tem destacado como símbolo dos protestos que marcaram a viagem internacional da chama olímpica e que têm perturbdo os chineses, que esperam que os Jogos Olímpicos (JO) de Pequim sejam um sucesso.
Poncelet entregou a carta a Jin Jin depois de chegar a Xangai para uma visita à China, durante a qual tem agendadas reuniões com os líderes chineses, incluindo um encontro com o presidente Hu Jintao.
A visita oficial de Poncelet acontece poucos dias depois de um sentimento anti-francês se ter agravado na China, motivado pelo que aconteceu com Jin e pelo facto de Sarkozy admitir a hipótese de um boicote aos Jogos Olímpicos.
Este sentimento anti-francês deu origem a um boicote aos produtos franceses e a manifestações contra os supermercados Carrefour, gigante francês líder do mercado retalhista na China.