Stanley Ho justifica resultados com necessidades de aumentar os salários
SJM teve quebra de 20% nos lucros
SJM teve quebra de 20% nos lucros
A Sociedade de Jogos de Macau, empresa do sector do jogo controlada por Stanley Ho, anunciou ontem lucros de 1.800 milhões de patacas em 2007, uma quebra de 20 por cento face a 2006.
De acordo com informações prestadas aos jornalistas por Stanley Ho e por Ambrose So, ambos administradores da Sociedade de Jogos de Macau, as receitas da companhia atingiram os 33 mil milhões de patacas e foram pagos 12.000 milhões de patacas (960 milhões de euros) em impostos ao Governo.
Pelos accionistas da companhia, detida em 80 por cento pela Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, a antiga concessionária de jogo, serão distribuídos mil milhões de patacas em dividendos.
Ambrose So explicou também que o lucro da Sociedade de Jogos de Macau baixa para 1.500 milhões de patacas, se forem contabilizadas as contas das subsidiárias como o complexo Ponte 16, inaugurado a 1 de Fevereiro deste ano.
As contas da Sociedade de Jogos de Macau foram aprovadas numa maratona de assembleias-gerais que decorreram ao longo de ontem e que incluíam as diversas companhias controladas por Stanley Ho através da Sociedade de Jogos de Macau e da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau.
Dentro de alguns dias, como explicou fonte da empresa, serão revelados dados mais detalhados das contas já que os números ontem avançados "são gerais".
Winnie não reconhecida como accionista
Na Assembleia-Geral de accionistas da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau voltaram a não participaram os advogados representantes de Winnie Ho, irmã de Stanley Ho, já que, como explicou à agência Lusa fonte ligada ao processo "desta vez a irmã do magnata exigiu que na reunião fosse reconhecida como accionista da empresa a Fundação Moon Valey", para onde Winnie transferiu as acções que detinha directamente na companhia.
"Os representantes têm participado em reuniões extraordinárias mas desta vez Winnie Ho fez questão que os sócios reconhecessem em Assembleia-Geral a Fundação Moon Valey como accionista e os outros participantes na reunião não aceitaram, como era esperado", explicou a fonte contactada pela Lusa.
Stanley Ho e a irmã Winnie, que detém cerca de 7,5 por cento das acções da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, disputam há vários anos em Tribunal uma série de questões relativas à companhia depois de no processo de liberalização do sector em 2001, Winnie Ho ter apoiado a empresa do filho contra a sua própria companhia e do irmão como candidato a uma licença de jogo.
Uma das questões levantadas por Winnie Ho prende-se com a reconstituição do livro de registo de accionistas da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau que foi declarado como perdido e, segundo a irmã de Stanley Ho, é fundamental ser refeito o mais rapidamente possível tal como foi determinado pelo Tribunal.
Entrada na bolsa continua adiada
Em declarações aos jornalistas no final das reuniões, Stanley Ho justificou a diminuição dos lucros com os custos operacionais "cada vez mais elevados" devido às necessidades de aumentar os salários para fazer face ao aumento do custo de vida local, sublinhou que em 2007 a empresa fechou o ano com cerca de 40 por cento de quota de mercado e que espera chegar ao final de 2008 com uma quota de 30 por cento.
Já sobre a entrada na bolsa de valores de Hong Kong, que será feita de forma indirecta através de uma empresa que terá uma estrutura accionista idêntica à Sociedade de Jogos de Macau, Stanley Ho deixou Ambrose So dizer que o processo continua mas que não podem ser dados detalhes da operação embora estejam confiantes no sucesso da operação.
A Sociedade de Jogos de Macau controla 19 dos 29 casinos em funcionamento em Macau, embora apenas tenha em operação 18 espaços de jogo já que o casino flutuante está em obras de remodelação e já não deverá voltar a abrir como espaço de jogo e é o único operador do território que não está cotado directa ou indirectamente num mercado de capitais.