27.4.08

Voos directos entre Taiwan e China são "oportunidade" para diversificação do mercado aéreo de Macau
Males que vêm por bem

Os voos directos entre Taiwan e o continente chinês vão provocar uma diminuição dos passageiros no aeroporto de Macau, mas o tempo é agora de "oportunidade" para diversificar o mercado aéreo local, disse à agência Lusa fonte do sector.
Em 2007, o aeroporto internacional de Macau, inaugurado em 1995 com uma capacidade de seis milhões de passageiros, fechou o ano com o registo de 5,5 milhões de passageiros a utilizar a infra-estrutura, dos quais 2,5 milhões oriundos de Taiwan, o principal mercado da companhia de bandeira local, a Air Macau.
De acordo com a mesma fonte, do total de passageiros de Taiwan, cerca de um milhão são pessoas que estão no território em trânsito para o continente chinês, ou seja, estão a utilizar Macau como uma das principais três plataformas de ligação nos voos semi-directos entre Taiwan e a China continental.
"Com o início dos voos directos em Julho, o aeroporto de Macau irá perder sempre algum trânsito de passageiros, mas será então a altura de as companhias aéreas que utilizam a infra-estrutura repensarem a sua estratégia de mercado", afirmou a fonte, ao salientar que a perda pode não ser muito significativa no início mas obriga sempre a explorar novas rotas numa lógica de futuro.
"Como os voos entre Taiwan e a China não serão, pelo menos no início, para muitas cidades nem com uma frequência muito grande, as empresas do sector da aviação de Macau, mas também de Hong Kong e da Coreia do Sul, podem definir um novo modelo de negócio durante os próximos doze meses mas não além disso", sublinhou.
Em recentes declarações escritas à agência Lusa, o presidente eleito de Taiwan, Ma Ying-jeou, revelou que os voos entre os dois lados do estreito terão início em Julho em regime de charter e ao fim-de-semana, passando a diários também charter até ao final do ano e regulares até meados de 2009.

Perda de concessão da Air Macau
é vantajosa para território


Com uma concessão exclusiva da Air Macau por 25 anos, qualquer companhia a operar a partir do território terá de obter autorização da empresa para utilizar os seus direitos internacionais de transporte de passageiros e é neste ponto que a fonte contactada pela Lusa centra a sua atenção.
"Há aqui várias possibilidades que podem acontecer já que a Air Macau pode utilizar os aviões que hoje efectuam a ligação para Taiwan noutras rotas no continente chinês utilizando os direitos que tem em 57 cidades e das quais utiliza menos de um quinto ou para os cerca de 40 países para os quais pode voar com base nos acordos aéreos assinados por Macau", disse.
Por outro lado, continuou, pode dar-se o caso da Air Macau diminuir a sua frota e operar apenas algumas rotas para o continente, mas essa opção poderia implicar a "perda da concessão" já que a empresa não serviria os interesses do contrato que assinou o que levaria a uma mais rápida "liberalização do mercado" e a "enormes vantagens para o território e para o sector da aviação local".
De acordo com a fonte, o mercado aéreo de Macau "está subaproveitado nas suas potencialidades" e mesmo atendendo à dimensão reduzida do território "há um potencial de crescimento ainda muito grande".
"Veja-se, por exemplo, os números do turismo que apontam para crescimentos de 18 por cento enquanto que o número de passageiros no aeroporto cresce apenas quatro por cento", disse.
"É neste diferencial de pessoas que pretendem vir a Macau e que chegam por terra e por barco que pode estar o desenvolvimento do sector da aviação local", sublinhou.
Por outro lado, "com quatro aeroportos numa aérea muito pequena, Macau tem de potenciar a cooperação regional e apostar numa complementaridade com o aeroporto de Zhuhai, que sendo doméstico pode contribuir para captar passageiros para destinos internacionais, recebendo em troca os passageiros para o mercado chinês".
"Há dois ou três destinos no continente com dimensão para voos a partir de todos os aeroportos da região do Delta do Rio das Pérolas onde Macau está inserido, como sejam Pequim e Xangai, mas há dezenas de outras cidades com muito tráfego que podem ser capitalizadas quer através de ligações directas quer pela via indirecta da cooperação regional", disse.
"A proximidade entre Macau e Zhuhai exige apenas encontrar mecanismos rápidos de rotação de passageiros", concluiu.

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