Caso Amorim: Carta assinada por 600 residentes entregue a Edmund Ho
Pais dos alunos da Escola Portuguesa
pedem investigação "credível"
Pais dos alunos da Escola Portuguesa
pedem investigação "credível"
A Associação de Pais dos Alunos da Escola Portuguesa de Macau entregou ontem ao Executivo uma carta em que apela a uma investigação "credível" sobre as circunstâncias da morte do jovem Luís Amorim em Setembro do ano passado.
Luís Amorim, estudante do 12º ano da Escola Portuguesa de Macau, apareceu morto na estrada marginal da península de Macau na madrugada de 30 de Setembro em circunstâncias "ainda por esclarecer", sustenta a carta dirigida a Edmund Ho,
Na carta, a que a agência Lusa teve acesso e assinada por cerca de 600 residentes de várias nacionalidades, mas fundamentalmente de origem portuguesa, é também contestada a tese de suicídio revelada aos pais no anúncio da morte do jovem e na certidão de óbito.
"A tese do suicídio, acreditam pais, advogado e agora nós, pais de jovens residentes de Macau, terá condicionado a investigação e impedido que, na altura, se abrissem todas as outras necessárias frentes de hipóteses num momento em que ainda teria sido possível recolher provas que as sustentassem ou, por outro lado, as inviabilizassem", refere a carta.
O documento, que segundo o presidente da Associação de Pais, "reflecte a preocupação com a segurança dos jovens de Macau", será também entregue quinta-feira na Provedoria de Justiça e no Ministério Público, que conduz as investigações da morte de Luís Amorim.
"Vimos por este meio interceder junto de sua excelência para que (...) faça tudo o que estiver ao seu alcance para, em nome da verdade dos factos, permitir que a investigação em curso seja séria, competente, transparente e que demonstre cabalmente que se podem excluir as outras duas causas de morte violenta - o homicídio ou o acidente", sublinha a carta.
"Só assim, nós poderemos continuar a acreditar em Macau como uma cidade onde os jovens se sintam protegidos e confiantes, quer no ambiente escolar quer em ambientes de convívio fora da escola", acrescenta.
Na carta é ainda sublinhado que os subscritores pretendem "não deixar cair o caso no esquecimento" já que Luís Amorim era um jovem com "projectos de vida bem definidos, com uma personalidade muito forte, sensível, solidário com os colegas, mas era sobretudo um jovem feliz".
Anexa à carta com as assinaturas é ainda enviada uma fotografia de Luís Amorim em convívio com um grupo de amigos tirada cerca de duas horas antes de o jovem aparecer morto.
Esta foto, sublinha Oliveira Paulo, "demonstra claramente que o jovem não estava deprimido para pensar no suicídio" o que vem reforçar a tese de "dúvida sobre a causa da morte e reforça o objectivo e necessidade de ver o caso completamente esclarecido".