Cruz Vermelha envia primeira equipa de psicólogos para a zona do sismo
"Algumas vítimas querem suicidar-se"
"Algumas vítimas querem suicidar-se"
A Cruz Vermelha chinesa enviou a primeira equipa de psicólogos para a província de Sichuan, a zona atingida pelo sismo de 12 de Maio, informou ontem a agência noticiosa estatal chinesa.
De acordo com a Xinhua, a equipa de 19 profissionais, composta por especialistas médicos e psicólogos das instituições médicas mais conceituadas de Pequim deverão ficar em Mianyang, província de Sichuan, durante 10 dias.
Os psicólogos vão oferecer serviços de aconselhamento e treinar os voluntários na região em temas como intervenção psicológica num cenário crítico pós-desastre, referiu a Cruz Vermelha citada pela agência.
Shi Yingkang, director do maior hospital em Chengdu, capital provincial de Sichuan, afirmou anteriormente à imprensa que há falta de psicólogos na zona do sismo para ajudarem as populações atingidas a lidarem com o trauma psicológico provocado pela tragédia.
"Agora alguns pacientes têm problemas mentais", afirmou Shi à imprensa, explicando que "algumas vítimas querem suicidar-se por terem perdido familiares".
A antiga campeã olímpica de ténis de mesa Deng Yaping, que é embaixatriz da Cruz Vermelha e integra a equipa de psicólogos, afirmou à Nova China que vai levar o espírito do desporto para inspirar e mobilizar as vítimas do sismo a recuperarem da tragédia.
Os atletas Yang Yang, campeão olímpico de patinagem, o campeão de xadrez Xie Jun e Gao Min, que se destaca no trampolim, acompanharam a equipa de psicólogos a Sichuan para levarem material desportivo e promoverem a prática desportiva entre os mais jovens na região.
A Cruz Vermelha tem previsto enviar outra equipa para a cidade na quarta-feira, com 24 profissionais, para reforçar a ajuda no tratamento e apoio psicológico às pessoas mais atingidas pelo sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter que deixou milhares de pessoas sem casa e a chorarem a morte de familiares.
Antes, o principal responsável político da província de Sichuan tinha indicado que o número de mortos e desaparecidos na catástrofe ultrapassava os 71.000 só naquela província.
As autoridades estimam que cerca de 9.500 pessoas ainda se encontram presas entre os escombros e aproximadamente 4,8 milhões ficaram sem casa devido ao terramoto, que devastou cidades inteiras onde poucas pessoas sobreviveram, na província de Sichuan, a mais atingida.