Empresário de Hong Kong testemunhou no Nevada e relata encontros com Adelson
Richard Suen diz em tribunal
que ajudou a Sands
Richard Suen diz em tribunal
que ajudou a Sands
Richard Suen, empresário de Hong Kong, afirmou na passada quarta-feira em tribunal, no Nevada, que se encontrou com Sheldon Adelson por duas vezes em Julho de 2000. Nesse encontro, disse Suen, o CEO da Las Vegas Sands ter-lhe-á dito que estava interessado em obter uma licença para operar casinos em Macau.
Richard Suen alega ter tido um papel preponderante ao interceder favoravelmente, em 2001, junto do governo chinês, para que a Las Vegas Sands conseguisse uma subconcessão para operar casinos em Macau. O empresário de Hong Kong afirma que há registos de correspondência entre Adelson e William Weidner, presidente da Sands, que provam as promessas destes em pagarem a Suen pelo menos 5 milhões de dólares norte-americanos, bem como mais 2 por cento das receitas decorrentes da exploração do jogo, o que é negado pela Sands, tendo levado a um processo movido por Suen contra a operadora.
De acordo com a Associated Press, Suen especificou em tribunal que o primeiro desses encontros durou entre 45 minutos e uma hora. Face às intenções expressas por Adelson, Suen contou em tribunal que disse possuir "bons contactos para conseguir a Sands obter uma licença". De acordo com o testemunho de Suen, Adelson terá dito que "dadas as devidas condições, eu [Sheldon Adelson] posso transformar Macau na Las Vegas do Oriente."
Ainda segundo as afirmações de Richard Suen, este encontro, no lobby do hotel Península, em Hong Kong, surgiu seis anos depois do empresário do território vizinho se ter tornado amigo e sócio de Leonard Adelson, irmão de Sheldon Adelson.
Suen acrescentou que comunicou a Leonard Adelson, em 2000, os planos de liberalização do mercado do jogo em Macau.
Sobre o encontro com o homem forte da Las Vegas Sands, Suen afirma ter dito a Adelson que não ia estabelecer contactos e exercer influência gratuitamente e que precisava de um acordo escrito.
"Queríamos ser compensados pelo nosso esforços, e ele [Adelson] disse que isso não era um problema."
Tanto Adelson como William Weidner já afirmaram, em sessões anteriores deste julgamento, que nunca contrataram Richard Suen, nem que lhe deviam dinheiro.