O Lago dos Cisnes pelo Ballet Real Sueco no Centro Cultural de Macau, em Junho
Romance encantado
Romance encantado
No fim de Junho, o ballet clássico vai exercer todo o seu esplendor no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. O Lago dos Cisnes vem à cidade em dose dupla e na sua versão completa, e será desempenhado por uma das companhias de ballet mais prestigiosas e requisitadas no mundo – o Ballet Real Sueco (BRS).
A quarta mais antiga companhia de ballet do mundo e a maior da Suécia estreia-se em Macau a 27 e 28 de Junho com novos figurinos e um sólido elenco de mais de 50 bailarinos em palco. Estes irão visitar duas grandes cidades chinesas – Pequim e Xangai – antes de terminarem a digressão asiática em Macau. Uma vez por cá, os bailarinos vão ser acompanhados ao vivo por músicos da Orquestra de Macau e pelo maestro Zhang Yi, tocando a célebre música de Tchaikovsky, o compositor de excelência de bailados.
Uma das histórias mais apreciadas do repertório clássico, O Lago dos Cisnes conta a história do príncipe Siegfried e da princesa Odette. Durante o dia ela é a Rainha dos Cisnes, mas à noite volta à forma humana como Odette, uma princesa que se encontra sob um feitiço que apenas será quebrado quando encontrar o verdadeiro amor. Os dois jovens apaixonam-se e juram fidelidade, mas a tragédia vestida de negro abate-se sobre eles...
No baile, Siegfried é enganado a pensar que Odile, a bela filha do feiticeiro vestida de negro, é Odette, e ao fazê-lo, trai o seu amor. Apercebendo-se do seu erro, o príncipe corre para o lago à procura de Odette. Depois de sofrerem várias peripécias, os amantes reencontram-se no lago, local do primeiro encontro, caminhando juntos o caminho da redenção.
O Lago dos Cisnes figura no repertório do BRS desde 1953, quando a inglesa Mary Skeaping, Directora Artística, o trouxe pela primeira vez para a companhia sueca. Skeaping permaneceu ao leme do BRS durante cerca de uma década, construindo um repertório não só de clássicos, mas também de dança contemporânea. O talento particular do BRS para bailados dramáticos tem sido explorado por coreógrafos suecos e igualmente por muitos grandes nomes internacionais como Kenneth MacMillan, John Cranko, Glen Tetley ou William Forsythe.
O Rei Gustavo III, um grande amante das artes, fundou o BRS em 1773. Durante o seu reinado, a companhia de ballet tornou-se extremamente central, sobrevivendo facilmente ao falecimento do rei em 1792 (o afamado assassínio num baile de máscaras que viria mais tarde a ser imortalizado no “Um Baile de Máscaras” de Verdi). Coincidentemente, o rei foi assassinado no mesmo local onde o ballet reside – A Casa Real de Ópera. Hoje em dia, uma nova geração de bailarinos injecta nova vida em bailados históricos, alguns dos quais datam do séc. XVII e constituem as fundações da técnica clássica actual.