Programação para Junho do Centro Cultural de Macau
Trompete a abrir,
Lago dos Cisnes a fechar
Trompete a abrir,
Lago dos Cisnes a fechar
No Centro Cultural de Macau, Junho começa no dia 3, com o concerto do trompetista Chris Botti. Para fechar o mês com chave de ouro, é a vez do palco ser tomado pelo romance encantado do ballet clássico "O Lago dos Cisnes", que vem a Macau em dose dupla e na sua versão completa, e será desempenhado por uma das companhias de ballet mais prestigiosas e requisitadas no mundo – o Ballet Real Sueco (BRS). A quarta mais antiga companhia de ballet do mundo e a maior da Suécia estreia-se em Macau a 27 e 28 de Junho
O músico Chris Botti actua em Macau depois de a diva do jazz Dee Dee Bridgewater também nos ter deliciado com a sua interpretação atrevida e bem humorada de várias “chansons” francesas no seu concerto em Macau no Outono passado.
O músico norte americano vai actuar com a sua banda de quatro músicos no Grande Auditório do CCM, onde os cinco vão percorrer uma selecção de músicas do último álbum de Chris Botti, Italia, que foi nomeado para um Grammy o ano passado, e ainda várias músicas dos álbuns de sucesso de vendas When I Fall In Love (2004) e To Love Again (2005). Desde o lançamento do seu primeiro trabalho a solo em 1995 - First Wish - Chris Botti estabeleceu-se como uma figura singular no campo do jazz contemporâneo, ao mesmo tempo que prendeu a atenção do mundo da pop. Após passar em Maio por Taipé, Xangai, Pequim, Singapura, Seul, Jakarta e Tóquio, Macau vai ser a última paragem asiática de Botti antes deste voltar para os Estados Unidos, onde prosseguirá com o seu preenchido calendário de concertos.
Certa vez, um crítico descreveu Chris Botti como "o trompetista de jazz mais sexy desde Chet Baker", mas, para além da boa aparência física, Botti também goza de uma boa reputação musical. No estúdio e no palco, Botti já trabalhou com Andrea Bocelli, Michael Bublé, Diana Krall, Paul Simon, Joni Mitchell, Paula Cole, Jill Scott ou o respeitado compositor para filmes John Barry, entre outros; e como colaborador, já apareceu numa dezena de álbuns, compilações e bandas sonoras. Uma das suas parcerias mais frutíferas foi com Sting, que contratou o trompetista como solista na sua digressão de 1999 a 2001 “Brand New Day". Esta união – em que Sting cantou nos CDs de Botti de 2004 e 2005 – foi coroada com um Grammy em 2005 para o Melhor Arranjo Instrumental para Acompanhamento de Vozes.
Christopher Steven Botti é natural de Oregon, EUA, nasceu em Portland, e cresceu em Corvallis, tendo ainda passado dois anos da sua infância na Itália. Ele fez os seus estudos musicais com uma sucessão de grandes professores em Indiana, e em Nova Iorque, com o falecido trompetista-mestre Woody Shaw. Enquanto jovem, o jazz que o inspirou foram as baladas melancólicas e espaciais de Miles Davis nas gravações do princípio dos anos 60 como "My Funny Valentine", e tal influência repercute-se por todos os trabalhos e espectáculos ao vivo de Chris Botti.
No concerto em Macau, Chris Botti vai apresentar vários clássicos do jazz romântico que vão seguramente levar veicular a sua imagem de marca de virtuosismo e melodias imaginativas, mas o músico também vai dedicar parte do concerto ao seu último trabalho Italia, que contém canções sensuais e energéticas que vão beber a fontes como música clássica e bandas sonoras de Ennio Morricone. Chris Botti estará à frente do concerto, demonstrando as suas qualidades não apenas como músico, mas também como “entertainer”.
Ballet clássico
A quarta mais antiga companhia de ballet do mundo e a maior da Suécia estreia-se em Macau a 27 e 28 de Junho com novos figurinos e um sólido elenco de mais de 50 bailarinos em palco. Estes irão visitar duas grandes cidades chinesas – Pequim e Xangai – antes de terminarem a digressão asiática em Macau. Uma vez por cá, os bailarinos vão ser acompanhados ao vivo por músicos da Orquestra de Macau e pelo maestro Zhang Yi, tocando a célebre música de Tchaikovsky, o compositor de excelência de bailados.
Uma das histórias mais apreciadas do repertório clássico, O Lago dos Cisnes conta a história do príncipe Siegfried e da princesa Odette. Durante o dia ela é a Rainha dos Cisnes, mas à noite volta à forma humana como Odette, uma princesa que se encontra sob um feitiço que apenas será quebrado quando encontrar o verdadeiro amor. Os dois jovens apaixonam-se e juram fidelidade, mas a tragédia vestida de negro abate-se sobre eles...
No baile, Siegfried é enganado a pensar que Odile, a bela filha do feiticeiro vestida de negro, é Odette, e ao fazê-lo, trai o seu amor. Apercebendo-se do seu erro, o príncipe corre para o lago à procura de Odette. Depois de sofrerem várias peripécias, os amantes reencontram-se no lago, local do primeiro encontro, caminhando juntos o caminho da redenção.
O Lago dos Cisnes figura no repertório do BRS desde 1953, quando a inglesa Mary Skeaping, Directora Artística, o trouxe pela primeira vez para a companhia sueca. Skeaping permaneceu ao leme do BRS durante cerca de uma década, construindo um repertório não só de clássicos, mas também de dança contemporânea. O talento particular do BRS para bailados dramáticos tem sido explorado por coreógrafos suecos e igualmente por muitos grandes nomes internacionais como Kenneth MacMillan, John Cranko, Glen Tetley ou William Forsythe.
O Rei Gustavo III, um grande amante das artes, fundou o BRS em 1773. Durante o seu reinado, a companhia de ballet tornou-se extremamente central, sobrevivendo facilmente ao falecimento do rei em 1792 (o afamado assassínio num baile de máscaras que viria mais tarde a ser imortalizado no “Um Baile de Máscaras” de Verdi). Coincidentemente, o rei foi assassinado no mesmo local onde o ballet reside – A Casa Real de Ópera. Hoje em dia, uma nova geração de bailarinos injecta nova vida em bailados históricos, alguns dos quais datam do séc. XVII e constituem as fundações da técnica clássica actual.