18.6.08

Filipe Batista, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro José Sócrates
"Acho estranho que não gostem
de que lhes falem do seu país"

Filipe Batista, já em Lisboa, recusa as críticas que leu em Macau e diz-se de consciência tranquila

João Paulo Meneses
putaoya@hotmail.com

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro não aceita nenhuma das críticas que lhe fizeram em Macau, na última semana.
Ao PONTO FINAL, Filipe Batista admite que, idealmente, deveria ter chegado mais cedo, mas não só não teve possibilidade de sair antes da manhã do dia 9, como o avião – que fez escala em Amesterdão – chegou atrasado. «Já se sabia que não poderia estar nas iniciativas do dia 9, contava estar em todas as do dia 10, mas o atraso não permitiu chegar a tempo», explica.
Perante os que consideraram que falou durante demasiado tempo, o secretário de Estado mostra-se surpreendido. «15 minutos é muito?». Para Filipe Batista, os que consideram um quarto de hora muito tempo, seriam os mesmos que o criticariam se falasse cinco minutos.
Por isso é que o representante do governo considera que há, em Macau, uma predisposição para a crítica. Diz que a aceita, mas afirma-se «de consciência tranquila».
Filipe Batista, que tinha estado em Macau durante a viagem do primeiro-ministro e pôde, então, observar diversas reacções, reforçou a ideia agora: «critica-se muito facilmente, por ter e por não ter».

«Deslocação recompensadora»

Filipe Batista considera que abordou matérias locais no seu discurso, quando valorizou o papel da comunidade no reforço das exportações portuguesas, e que recebeu todos aqueles que lhe pediram encontros. «No meu entender, foram actos de consideração para com a comunidade». Mas lembra que há assuntos que estão a ser negociados e que, não havendo decisões, não seria aquele o contexto para se referir a eles. Por outro lado, no contexto de um discurso do 10 de Junho «entendi ser mais importante falar-lhes de Portugal, do que estamos a fazer e de que forma contamos com eles». Outro tipo de referências «não se enquadram naquele tipo de discurso».
«Já vivi no estrangeiro e, nesse contexto, uma coisa que apreciava é que me falassem do meu país. Foi o que fiz ou tentei fazer no discurso», explica para responder aos que o acusam de não ter feito referências locais. «Acho estranho que não gostem que lhes falem do seu país». Por isso, insiste, «estou de consciência muito tranquila porque agi de boa fé».
«Outras pessoas com quem falei – explica – disseram-me que as criticas foram muito localizadas. Falei com muitas pessoas individualmente, algumas pessoas que já conhecia dos tempos da faculdade e outras que não conhecia, e recebi indicações diferentes dessas».
O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro considera que, apesar das críticas, a deslocação «foi recompensadora, mesmo a título pessoal».

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