18.6.08

Processo conexo ao caso Ao julga Tang Kim Man, funcionários da Tong Lei e familiares de ex-governante
Alegações finais

É já hoje que são ouvidas no Tribunal Judicial de Base as alegações finais no terceiro caso conexo com o do antigo secretário Ao Man Long. São arguidos neste julgamento o empresário Tang Kim Man, três dos seus colaboradores e ainda o pai, irmão e cunhada de Ao Man Long.
Caso o tribunal venha a entender que os crimes constantes da acusação são dados como provados, Ao Man Fu, irmão do ex-governante, pode acabar por ser condenado a mais anos de prisão do que o próprio Ao Man Long.
À semelhança do que ocorreu nos dois últimos processos, avançou ontem a Rádio Macau, os advogados dos sete arguidos deverão contestar o valor probatório dos registos inscritos nos chamados "cadernos da amizade". Do mesmo modo, deverá ser dado destaque aos testemunhos que negaram que Ao Man Long tenha interferido na adjudicação de projectos, desta feita ao empresário Tang Kim Man.
O dono da construtora Tong Lei responde por 16 crimes de corrupção activa, 6 crimes de branqueamento de capitais e 1 crime de participação económica em negócio. Os seus colaboradores - secretária, e mais dois empregados -, todos eles sócios de empresas constituídas no grupo da Tong Lei, respondem cada um por um crime de corrupção activa. A secretária, à semelhança de Tang Kim Man, responde ainda por 6 crimes de branqueamento de capitais por, alegadamente, ter auxiliado o empresário na emissão de cheques e em transferências que canalizariam somas de subornos para contas controladas por Ao Man Long e detidas por familiares do ex-governante.
O pai, irmão e cunhada de Ao Man Long respondem mais uma vez por crimes de branqueamento de capitais. Ao Veng Kong, o pai, é acusado de 1 crime de lavagem de dinheiro, e Ao Man Fu e a sua mulher, Ao Chan Wa Choi, de 3 crimes de branqueamento de capitais. Em anteriores processos, foram já condenados com sentenças de 10, 18 e 13 anos de prisão, respectivamente.
Caso agora o tribunal entenda que ficaram provados os crimes de que são acusados, arriscam-se a somar à anterior pena mais alguns anos de prisão. No processo anterior, o tribunal aplicou, a cada crime de branqueamento, isoladamente, uma pena de 5 anos de prisão. A sentença ditou, porém, uma pena única. No caso do pai de Ao Man Long, 3 crimes de lavagem de dinheiro corresponderam a uma pena de 10 anos de prisão.
Se o colectivo que julga este processo for do mesmo entendimento, a cada um dos três familiares será aplicada uma pena de 10 anos de prisão. Nesse caso, Ao Man Fu acabria por cumprir uma pena de 28 ano de prisão, mais um do que Ao Man Long.
A defesa dos familiares deverá insistir na tese de que estes não teriam conhecimento dos actos ilícitos do ex-governante e que confiaram nele.
O Ministério Público, por seu turno, deverá sublinhar o carácter incriminatório de documentos encontrados em buscas realizadas no escritório de Ao Man Long e na Tong Lei, bem como o registo de contactos e encontros entre o ex-secretário e o empresário, e ainda o envolvimento dos familiares nas actividades ilícitas de Ao Man Long.

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