Geocapital investe até 40 mil milhões de dólares em África
Stanley Ho aposta nos biocombustíveis
Stanley Ho aposta nos biocombustíveis
A Geocapital de Stanley Ho e Ferro Ribeiro vai investir até 40 mil milhões de dólares nos próximos dez anos em África na produção de biocombustível em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, disse à agência Lusa um administrador da companhia.
A produção será iniciada em dois ou três anos e deverá atingir a capacidade máxima dentro de 10 a 15 anos, com 14 milhões de toneladas anuais, o equivalente a 10 por cento da produção mundial, revelou Ambrose So.
“Todos os planos de estudos de viabilidade e desenvolvimento do produto estão concluídos até à fase final”, afirmou Ambose So, administrador da Geocapital e um dos principais colaboradores de Stanley Ho.
O mesmo responsável salientou que a área a desenvolver no projecto nos três países de expressão portuguesa é de “dezenas de milhar” de quilómetros quadrados cuja quantificação será definida em breve.
Ambrose So explicou também que a produção de biocombustível é “um projecto suficientemente grande e prioritário para a Geocapital”, empresa criada em 2005 em Macau para desenvolver projectos nos países lusófonos.
Actualmente, continuou, decorrem conversações com parceiros que “estão identificados” e com os quais “já foi iniciada a colaboração nos projectos que cobrem as diversas áreas da produção à distribuição” e cujo financiamento global será realizado em regime de “project finance”.
A produção de biocombustível pela Geocapital será feita com recurso à “jatropha” - também conhecida como pinhão manso - uma planta não comestível comum em África e na América e segundo especialistas será o meio que proporciona maior fiabilidade e o melhor rendimento de produção de biocombustíveis.
“É um grande investimento numa área muito extensa que será progressivo e os estudos apontam para que se esteja a operar numa capacidade máxima num horizonte de 10 a 15 anos”, explicou.
Ambrose So explicou também que a produção de biocombustível é “um projecto suficientemente grande e prioritário para a Geocapital”, empresa criada em 2005 em Macau para desenvolver projectos nos países lusófonos.
A Geocapital - Investimentos Estratégicos tem sede em Macau e planos de produção e comercialização de biocombustíveis em todos os países de expressão portuguesa onde já desenvolve actividades, nomeadamente em Angola, Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique.
Em declarações à Lusa, Jorge Ferro Ribeiro explicou, por sua vez, que os estudos efectuados apontam para a “concretização de projectos integrados, contemplando a existência de uma fileira industrial em cada um dos países, abastecida em matéria prima por produção agrícola local que será assegurada conjuntamente pela Geocapital e, também, por grupos de agricultores independentes”.
Os agricultores independentes “terão acesso a um quadro global de apoio financeiro e assistência técnica e tecnológica destinado a assegurar condições de produção quantitativa e qualitativa optimizadas, que possam dar o melhor aproveitamento útil às terras afectas ao projecto”, disse ao assegurar que “nenhuma das terras afectas ao projecto interfere na produção agrícola tradicional”.
Ferro Ribeiro defendeu que os projectos deverão também contribuir para o “aumento e melhoria da qualidade de outras produções agrícolas para fins alimentares através da ampliação do âmbito do quadro de apoio financeiro, técnico e tecnológico a agricultores locais e a associações de agricultores independentes”.
“A fixação em cada um desses países da maior parte ou mesmo da totalidade da cadeia de valor do projecto, terá como principais beneficiários as respectivas economias e as populações locais”, disse.
Por outro lado, ”quer pelos impactos económicos, quer pelos milhares de empregos directos e indirectos gerados, os projectos serão uma importante contribuição para a melhoria da qualidade de vida nesses países de expressão portuguesa”, afirmou.
Além das questões económicas e sócio-económicas directas, Ferro Ribeiro destacou ainda a importância ambiental do projecto na redução das emissões de gases com efeito de estufa que, pelo âmbito do projecto, será “uma significativa ajuda para o esforço internacional de reequilíbrio e sustentabilidade ambiental”.
“Com estes projectos, a Geocapital avança na realização do seu propósito estratégico de actuar como instrumento empresarial na multiplicação das relações de cooperação económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa, assente na singularidade histórica e especial vocação de Macau para ser a plataforma de ligação entre o espaço económico da lusofonia e a China”, concluiu.