Macau e Zhuhai reforçam mobilidade fronteiriça com ligação a Wanchai
A terceira via
A terceira via
Cinco deputados de Macau à Assembleia Nacional Popular, apresentaram às autoridades chinesas uma proposta para apressar a construção de um posto fronteiriço permanente na zona de Wanchai, fronteira a Macau.
A proposta, apresentada na reunião anual do Congresso Nacional Popular, reclama que se optimizem e concluam as obras iniciadas em 1993, mas interrompidas em 1994 devido a questões ficais.
Os deputados – Lao Ngai Leong, Lok Po, Lee Pui Lam, Chio Mgan Ieng e Kou Hoi In - justificam o pedido com a necessidade de fazer frente à subida dramática do número de turistas que demandam Macau, justificando que – ao mesmo tempo – Wanchai serviria para aliviar o já congestionado posto fronteiriço de Gongbei.
Na mesma proposta os deputados sugerem a construção de um túnel sob o canal de água de cerca de menos de 500 metros por forma a desimpedir a porto interior dos pequenos ferries que fazem a ligação entre as duas margens.
Wanchai, a localidade chinesa fronteira ao porto interior de Macau, é servida por um pequeno posto fronteiriço pensado para os movimentos dos inícios anos noventa, e já completamente desfasado da realidade actual. O projecto inicial previa a construção de um pequeno ‘apeadeiro’ que serviria de alternativa à fronteira de Gongbei, e por onde se estimassem que pudessem passar cerca de 50 mil pessoas por ano. Mas a verdade é que o fluxo se aproxima agora dos 600 mil utilizadores por cada 12 meses, um número incomportável para as infra-estruturas existentes. O crescimento explosivo e gradual do número de pessoas fez crescer, exponencialmente, o número de barcos a atravessar um canal cada vez mais congestionado.
Os deputados consideram que Wanchai tem potencialidades para processar até cerca de um milhão de pessoas por ano, e que estas devem ser potencializadas. Consideram que assim se estaria a contribuir para ‘desafogar’ a fronteira principal de Gongbei nos dias de maior tráfego. Mas para tal – alertam - é preciso criar condições, melhorando as infra-estruturas existentes e criando um posto de inspecção conjunto. Os deputados avançam com duas sugestões: que se reveja o projecto feito em 1993 e nunca concluído, e que daí se parta para a construção de um terminal permanente; Que se construa na zona da Ilha Verde um posto de inspecção conjunto, por onde seriam processadas pessoas e bens. Assim, defendem, seria criado um corredor fronteiriço de cerca de 2,5 quilómetros, entre Gongbei e a zona do posto fronteiriço do Cotai, com Wanchai sensivelmente a meio desse percurso.
Autoridades chinesas dizem “sim”
A proposta dos deputados de Macau já teve resposta da Administração Geral de Fronteiras da China (AGFC). Para os responsáveis deste departamento, é de toda a conveniência e urgência que se inicie a construção de uma estrutura permanente em Wanchai. A AGFC apresentou duas soluções: optimizar e completar o edifício construído em cerca de 80 por cento em 1993, ou encomendar um projecto de raiz. Segundo a AGFC, o governo municipal já disponibilizou um terreno com uma área total 28 mil pés quadrados para a construção de um novo posto fronteiriço.
Menos optimismo revela-se a AGFC em relação à proposta para a construção de um túnel a ligar as duas margens. O departamento estatal lembra que uma obra destas características obriga a negociações entre as autoridades de Macau e de Zhuhai, e a apreciação e aprovação prévia do Governo Central, o que o torna muito moroso. No entanto a AGFC admite que se possa avançar a duas frentes: começar a definir o modelo para o posto de Wanchai e ao mesmo avançar para os estudos preliminares da construção do túnel.
