Maria Helena Rodrigues passa ao contra-ataque
“A RAEM trata melhor o IPOR
do que Portugal”
“A RAEM trata melhor o IPOR
do que Portugal”
A presidente do Instituto Português do Oriente (IPOR), Maria Helena Rodrigues, considerou ontem que recentes transferências de fundos do Instituto Camões não são mais do que “uma tentativa de salvar” uma “situação vergonhosa”, disse referindo-se aos salários em atraso a que estavam sujeitos os leitores de português na China e a própria direcção do IPOR.
O Instituto Camões acaba de informar o IPOR de que irá transferir as contribuições relativas aos meses de Junho e Julho para que a instituição pague os vencimentos da direcção e dos leitores da China Continental. Mas, segundo Maria Helena Rodrigues, por resolver continua a ruptura financeira do IPOR.
Ontem, em entrevista à TDM, a presidente do IPOR considerou mesmo que os pagamentos agora efectuados são uma mera “tentativa de distração” levada a cabo pela responsável maxima pelo Instituto Camões, Simonetta Luz Afonso. Maria Helena Rodrigues disse também que, apesar de sócio maioritário do IPOR, o IC não se pode arrogar o direito de determinar aonde devem ser aplicadas as verbas que transferiu, por respeito à autonomia da instituição a que preside.
A crise é explicada por Maria Helena Rodrigues com a “incompetência” de Simonetta Luz Afonso, cujo comportamento a presidente do IPOR descreve como vindo a traduzir contornos de perseguição pessoal. “Esta não é a primeira vez que me tenta tirar o tapete”, disse à TDM Maria Helena Rodrigues.
A presidente do IPOR considera ainda ter sido vítima de difamação devido a insinuações, em comunicado do Instituto Camões, de que existiriam irregularidades na gestão do IPOR. “Se alguma dúvida existe sobre as contas, sou a primeira a requerer uma auditoria”, disse a presidente do instituto em tom de desafio.
Maria Helena Rodrigues desmentiu entretanto que esteja apensar em demitir-se do cargo devido à actual crise. “Não saio enquanto não for tudo esclarecido”, assegurou. “Não pensem que vou fugir”.
A terminar, a presidente do IPOR lamentou que o instituto esteja a ser tratado de forma injusta por quem teria obrigação do contrário. “A RAEM trata melhor o IPOR do que Portugal”, rematou.