Obras de reordenamento do trânsito arrancam em Julho na Almeida Ribeiro
Prioridade aos peões
e transportes públicos
Prioridade aos peões
e transportes públicos
É já a partir Julho que o trânsito na avenida Almeida Ribeiro vai ser condicionado. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) veio dar a conhecer, numa conferência de imprensa realizada ontem à tarde, os pormenores das obras de reordenamento do trânsito naquela zona, num dia em que divulgou igualmente os
resultados das acções de consulta sobre o Projecto de Ordenamento e Optimização dos Serviços de Transporte Público de Passageiros de 2008, que recebeu, através de diversos meios, um total de 466 manifestações.
A DSAT revelou que 70% das sugestões ou opiniões registadas foram relacionadas com a preocupação em relação ao aumento de qualidade nos autocarros. Assim, a partir do inicio de Julho, a título experimental, aos fins de semana e feriados, o trânsito será condicionado no troço da Avenida de Almeida Ribeiro, compreendido entre a Rua Central e a Rua dos Mercadores, onde apenas os transportes públicos, designadamente táxis e autocarros, e ambulâncias e viaturas policiais e dos bombeiros poderão circular numa politica que a DSAT define como uma política de atribuição de prioridade aos transportes públicos.
Ainda na Almeida Ribeiro, terão início, igualmente a partir de Julho, obras que visam o alargamento da passadeira situada junto às instalações do IACM onde passará a haver semáforos e a criação de uma zona para tomada e largada de passageiros destinada aos táxis. Na conferência de imprensa, a DSATP esclareceu que para combater o aumento do número de veículos de transporte de passageiros que "entopem" o trânsito das Portas do Cerco e do Terminal Marítimo do Porto Exterior que circula entre o ZAPE e o centro da cidade, a Administração irá proceder ao reordenamento da zona para tomada e largada de passageiros para os veículos de transporte de passageiros de grandes dimensões localizadas junto destes postos fronteiriços. Assim, a partir de Agosto será implementado - na zona exclusiva para a paragem dos veículos afectos às unidades hoteleiras e de diversões (localizada junto das Portas do Cerco) - um plano de ordenamento que compreende sobretudo a alteração do acesso de entrada desta zona que é, actualmente, feito pela Rua dos Currais e que passará a ser feito pelo acesso de saída, desviando aqueles veículos para a Avenida do Comendador Ho Yin. A DSAT procederá, ao mesmo tempo, à instalação de grades metálicas e construirá, provisoriamente, uma passagem superior para peões para assegurar a ligação da circulação pedonal entre esta zona e o Complexo Desportivo das Portas do Cerco, separando, desta forma, o trânsito pedonal do rodoviário.
Os resultados da consulta pública mostram que 63% das opiniões estão contra a introdução dos serviços de mini-bus de 9 lugares, sendo a maioria esmagadora do sector de transportes, e muitos dos taxistas consideram que a implementação desta medida provocaria um grande impacto nos serviços de táxis, agravando ainda mais a falta de condutores. Na opinião dos profissionais deste sector, a implementação dos mini-bus sobrecarregará o trânsito viário e contribuirá para o aumento da poluição atmosférica.
Já os moradores dos bairros antigos consideraram que estes serviços permitirão colmatar as deficiências actualmente verificadas nos serviços dos autocarros assim como coadjuvaram os cidadãos na suas deslocações. Apesar das diferenças de opinião, existe, contudo, um ponto que é consensual: se a Administração decidir em introduzir os serviços de mini-bus, é preferível que o número de passageiros seja de 12 ou 14 e não de 9 como tem sido aventado. Uma questão que a Administração está, segundo a DSAT, a analisar, sendo que depois de ter definido em concreto o itinerário e as disposições em termos da sua exploração, irá consultar novamente a opinião pública.
Com o termo do contrato de concessões para os transportes públicos a aproximar-se - é já em Outubro - têm-se levantado algumas questões, mas, durante a conferência de imprensa de ontem, a DSAT garantiu que a Administração está a negociar com as duas concessionárias e virá, conforme o calendário estabelecido, concluir os trabalhos inerentes à continuação dos serviços dos autocarros, sendo que a introdução do mecanismo de atribuição de auxílio económico nas tarifa dos autocarros e de avaliação dos serviços prestados serão assuntos postos em cima da mesa.
Estas são medidas que vêm ao encontro das preocupações manifestadas na consulta pública, onde a maioria das opiniões incide sobre a qualidade dos serviços prestados pelos autocarros. Os resultados da consulta mostram que as queixas apontam sobretudo para as dificuldades em conseguir apanhar o autocarro, especialmente nas horas de ponta. Outras opiniões manifestam o descontentamento quanto à localização das paragens de autocarros e sobreposição de itinerários, tendo estes na sua maioria percursos pouco directos.
A DSAT destaca que devido à má qualidade nos serviços prestados pelos autocarros aproximadamente 95% das opiniões são favoráveis ao plano de optimização dos serviços de autocarros através da liberalização da concessão da exploração dos serviços, concordando ainda com a Administração na criação do mecanismo de avaliação da qualidade dos serviços prestados pelas concessionarias.