Moradores da Taipa Pequena pedem investigação do CCAC
O Arco da discórdia
O Arco da discórdia
Um grupo de moradores da zona da Taipa Pequena está contra a construção das torres Windsor Arch, um mega projecto imobiliário de seis torres de 47 andares que acusam de serem de construção ilegal e prejudiciais ao meio-ambiente. O protesto seguiu ontem carta para o Chefe do Executivo junto com um pedido de investigação por parte do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC).
Os moradores falam de possível ilegalidade na aprovação do projecto e de violação à lei.
No final de uma conferência de imprensa realizada ontem para denunciar este caso, a advogada Sílvia Mendonça, mandatária da coordenadora da Comissão de Moradores (CM) disse tratar-se de uma violação do artigo 88 do novo regulamento geral da construção urbana. Os interesses que aqui se põem, e que se visa acautelar, são essencialmente interesses públicos. Quer em função do ambiente, quer em função de ter sido considerada aquela colina onde está a ser feita a construção zona paisagística e ponto-de-vista de Macau; quer porque põe em causa a iluminação das outras casas e do local.
António Saraiva, morador da Taipa e arquitecto Paisagista a residir há mais de duas décadas em Macau alertou para o feitos negativos de impacto ambiental que o empreendimento acarreta: “Além de influência na paisagem, há também influência na insulação e na ventilação. Sabemos que Macau é uma Região muito poluída, toda a região há volta de Macau está a ter numerosíssimas intervenções, e portanto o único vento que nos ajuda um pouco a limpar o ambiente é o vento que vem do mar, o vento do sul. Portanto o vento norte, geralmente, vem com o ar um pouco poluído. Logo, esta barreira que se irá construir, irá ter também influência negativa no aspecto da qualidade do ar.” Saraiva defendeu que Macau siga o exemplo da Inglaterra ou da Suíça onde os cidadãos têm uma palavra a dizer relativamente às construções.
A comissão de Moradores (CM), coordenada por Lam Fun O, mãe do empresário e deputado David Chow, garante que a altura do Windsor Arch – seis torres de 47 andares cada - não cumpre a lei, e assegurou que apenas estava prevista a construção de edifícios com cerca de 16 andares.
Em 2004 terá sido aprovado o actual projecto, mas segundo os moradores a concessão do terreno foi posterior a essa data. Lam pôs em dúvida a aprovação do projecto, afirmando que é difícil não associar este caso a um possível acto de corrupção e colisão de interesses. Por tudo isto, os moradores pedem uma investigação conduzida pelo CCAC.
Os moradores contam também com a solidariedade da deputada Kwan Tsui Hang que marcou presença na conferencia de imprensa convocada pelos moradores para denunciar este caso.