23.6.08

Reunião com Associação deixou tudo na mesma
Bolinha vai mesmo arrancar
somente com três equipas


Se não houver uma grande reviravolta nos próximos dias, o campeonato de bolinha irá continuar a ter o boicote de cinco dos oito clubes. Associação não cedeu. Dirigentes das equipas também não. As regras mantêm-se e por isso não houve qualquer acordo

Vitor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Esperava-se que algum consenso saísse do encontro de sexta-feira passada, entre a Associação de Futebol de Macau e os cinco clubes que não aceitam participar no campeonato de sete. Mas a “montanha pariu um rato”.
Desta feita houve um pouco mais de comunicação entre as duas partes, mas as conclusões são as mesmas de sempre. Não há acordo, porque ninguém cede.
Recorde-se que há cinco equipas (Monte Carlo, Heng Tai, Vong Chiu, Lam Pak e Vá Luen), que não aceitam jogar no campeonato de futebol de sete deste ano, antes designado de bolinha.
Enviaram uma carta à Associação e mostraram o seu descontentamento pelas regras impostas para a temporada de 2008. Não aceitam que os regulamentos imponham a utilização dos mesmos jogadores do futebol de onze (bolão).
O “grupo do boicote” lamenta que mais de vinte jogadores tenham de ser utilizados numa prova de apenas sete em campo e que os clubes não possam reforçar-se para a bolinha, tal como aconteceu durante anos a fio, sempre com um enorme interesse quer dos amantes locais da modalidade, quer dos adeptos, que habitualmente enchiam as bancadas do recinto.

Experiência feita em 2007
a pensar no futuro

Em 2007 já foram impostas novas regras por parte a Associação de Futebol de Macau, o que afectou o interesse da prova, bem evidente no número de espectadores no D. Bosco. A Associação tinha decidido fazer uma transicção para a “revolução total” pensada para este ano de 2008.
Mas provavelmente não contaria com tanta oposição por parte de alguns clubes, entre os quais os de maior representatividade, Monte Carlo e Lam Pak, respectivamente campeão e segundo classificado no campeonato de futebol de onze.
A Associação de Macau mostra-se intransigente nos planos que traçou e isso terá sido dito na reunião de sexta-feira, marcada para se tentar desbloquear a situação.

Regras não alteram
Monte Carlo não entra

Os representantes dos cinco clubes contestatários ouviram e deram a sua opinião, com destaque para o presidente do Monte Carlo, Firmino Mendonça.
“Não deu resultados aquela reunião para se tentar resolver alguma coisa. A Associação disse não mudar as regras pelo menos para este ano. NÓs dissemos, claramente, que assim não iriamos participar. Fizemos crer à Associação que bolão e bolinha sempre foram duas competições distintas e que por isso não deviam ser misturadas. É um modelo completamente diferente.”
O presidente do Monte Carlo disse ao PONTO FINAL que não concorda com as regras que a Associação quer impôr:
“Não faz sentido ter regras assim. Expliquei isso tudo aos dirigentes e eles pelos vistos não querem mudar. Nós também não e por isso não há Monte Carlo na bolinha. Lamentamos a situação, mas a bolinha era um espectáculo muito interessante no passado. A Associação estragou tudo.”

Associação em peso
para falar com clubes

Aquele dirigente falou também da falta de comunicação que continua a existir entre AFM e clubes:
“Nas reuniões que se realizaram anteriormente, a Associação estava sempre representada por um só elemento, o secretário Chan Keng Hou. Agora, para se tentar resolver este caso, apareceram todos, presidente, vice-presidente, vogais. Toda a gente. Porque razão não aparecem mais vezes os principais elementos. É por isso que nesta altura a comunicação deixa muito a desejar.”
Firmino Mendonça não está seguro, porque isso não foi dito claramente na reunião, que as restantes quatro equipas sigam as pisadas do Monte Carlo, “mas penso que eles igualmente ouviram e não gostaram. Por isso deverão estar connosco no boicote ao campeonato da bolinha.”
Perante esta situação, a Associação vai (se não houver entretanto uma reviravolta pouco provável…), dar continuidade à prova, organizando um “mini torneio” com as restantes três formações que não alinham com os contestatários e que são Hoi Fan, Sub 21 e Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública.

Equipas já conheciam
leis da bolinha

Sobre isso, ouvimos a opinião de Francisco Rosário, capitão do Hoi Fan:
“Nós já decidimos que vamos participar, até porque as regras já são conhecidas desde o inicio da temporada e por isso os clubes já as conheciam. Como jogador nada tenho a dizer, mas como cidadão de Macau lamento, naturalmente, que esta situação venha a prejudicar um campeonato de bolinha que tem sido muito popular há vários anos, com bancadas cheias de público, ao contrário do que acontece no futebol de onze.”
O jogador, várias vezes ‘internacional” por Macau, também concorda que os regulamentos não sejam os melhores, “mas é com isso que temos de jogar e por isso vamos fazê-lo. É pena que seja só com dois adversários.”
O Hoi Fan é considerado favorito principal no tal “mini torneio”, uma vez que fechou o bolão no terceiro posto, logo atrás de Monte Carlo e Lam Pak.

Francisco Rosário
orienta FC Porto

Franscisco Rosário confirmou ir jogar pelo Hoi Fan, apesar de estar já assente que será o treinador da formação de bolinha da Casa do FC Porto de Macau.
Apesar de ter ascendido à II Divisão no futebol de onze, os “azuis e broncos” darão continuidade à temporada no terceiro escalão, uma vez que a Associação é a organizadora das duas competições e tudo faz parte a época de 2008.
O FC Porto está integrado numa das duas séries de oito equipas e entrará em acção na próxima sexta-feira, defrontando na estreia o Man Fong, equipa que venceram nas meias-finais do cmapeonato de futebol de onze.
“Penso que temos condições para repetir a boa campanha que a equipa fez no futebol de onze.”
Francisco Rosário diz ter aceite o desafio com gosto, “mas para já só como técnico, tendo a meu lado Jean Peres. Não deixarei, para já, de jogar pelo Hoi Fan. No futuro se verá, mas provavelmente a minha missão no FC Porto passará unicamente pelo cargo de técnico. Vamos ver como vai resultar e espero corresponder aos objectivos dos dirigentes portistas que me convidaram.”

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