Segundo caso conexo ao de Ao Man Long
Castanheira Lourenço nega irregularidades
nos contratos com a Tong Lei
Castanheira Lourenço nega irregularidades
nos contratos com a Tong Lei
Menos de um dia depois da condenação num dos processos conexos com o de Ao Man Long, na qual receberam penas entre os 10 e os 18 anos de prisão por crimes de branqueamento de capitais, os familiares do antigo secretário voltaram ao banco dos réus num processo onde são ainda arguidos Tang Kim Man, proprietário da Tong Lei, e mais três colaboradores da construtora. Ao Man Fu, irmão do antigo governante, e a sua mulher, Ao Chan Wa Choi, e também Ao Veng Kong, pai de Ao Man Long, são acusados de branqueamento de capitais.
Ontem, da parte da manhã, no Tribunal Judicial de Base procedeu-se a averiguações sobre obras adjudicadas à empresa Tong Lei.
Castanheira Lourenço, ex-coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento das Infra-Estruturas (GDI), testemunhou pelo segundo dia consecutivo, a propósito das empreitadas adjudicadas à construtora civil de Tang Kim Man. Mais uma vez, Castanheira Lourenço não confirmou quaisquer irregularidades nestes processos.
Segundo o relato da Rádio Macau, também um inspector do Comissariado contra a Corrupção foi chamado a testemunhar sobre dois projectos levados a cabo por duas empresas de Tang Kim Man: o projecto de desenvolvimento de um lote na rua Ferão Mendes Pinto, na Taipa, e o contrato de gestão da praça e terminal subterrâneo de autocarros nas Portas do Cerco.
O inspector deu conta de documentos encontrados durante a investigação que fazem prova de acordos entre Ao Man Long e Tang Kim Man para a cedência de benefícios caso o empresário fosse bem sucedido nos seus projectos: dois contratos-promessa celebrados com a companhia Ecoline, controlada por Ao Man Long. No caso de avançar com o projecto de desenvolvimento do lote na Taipa, Tang Kim Man prometia uma loja à Ecoline. Caso obtivesse os serviços de gestão das Portas do Cerco, cedia à empresa de Ao Man Long 10 por cento do valor contratualizado com o Governo. Ambos os contratos foram assinados a 28 de Janeiro de 2005.
Na sessão de ontem, mas da parte da tarde, começaram a ser ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa de Tang Kim Man. Uma das testemunhas, que conheceu o empresário há mais de 30 anos, disse que quando este criou a Tong Lei começaram a trabalhar juntos. E juntos constituíram uma sociedade subsidiária da Tong Lei na área dos transportes. Tang Kim Man entrou com o capital e o amigo com o trabalho, cabendo-lhe 30 por cento dos lucros.
Segundo a testemunha, Tang Kim Man queria que o antigo colega da escola primária aprendesse a ser patrão e era comum que Tang Kim Man fizesse este tipo de sociedades com os seus empregados. A testemunha disse que o empresário era um bom patrão, e que ajudava muito os funcionários.