Apresentaram cinco pedidos às autoridades, todos negados
Septuagenárias condenadas à "reeducação"
por quererem protestar
Septuagenárias condenadas à "reeducação"
por quererem protestar
Duas septuagenárias chinesas, que apresentaram às autoridades de Pequim um pedido de autorização para protestarem durante os Jogos Olímpicos, foram condenadas a um ano de reeducação através do trabalho, informou ontem uma organização de defesa dos Direitos Humanos.
Segundo a organização Human Rights na China, as autoridades chinesas expulsaram à força Wu Dianyuan, 79 anos, e Wang Xiuying, 77 anos, da sua casa em Pequim em 2001.
Depois de as autoridades negarem cinco vezes o pedido de protesto de Wu e Wang, interrogaram as duas mulheres durante mais de dez horas e acabaram por condená-las a uma pena de "reeducação pelo trabalho”, referiu a Organização Não Governamental sedeada em Nova Iorque.
As duas idosas não serão imediatamente enviadas para o campo de trabalho, mas a sua mobilidade é restringida e se causarem novos “problemas” irão cumprir a pena, explicou a organização internacional.
A Human Rights na China concluiu que a definição de zonas oficiais de manifestação e o processo de pedido de autorização para levar a cabo acções de protesto não foram mais que um “simulacro” das autoridades chinesas.
As autoridades chinesas não aprovaram um único dos 77 pedidos de autorização para protestos olímpicos, informou na terça-feira a agência informativa estatal Xinhua.
Um total de 149 pessoas, incluindo três estrangeiros, apresentaram pedidos desde o dia 1 de Agosto, uma semana antes do início dos JO.
Várias organizações e activistas chineses e estrangeiros que lutam pelos Direitos Humanos e pela Liberdade de Expressão e Imprensa afirmam que os JO não só não mudaram a política para os Direitos Humanos na China, como agravaram a situação.
CAIXA
Detidos seis activistas pro-Tibete
Detidos seis activistas pro-Tibete
As autoridades chinesas prenderam ontem em Pequim seis activistas norte-americanos que se manifestaram a favor da independência do Tibete, entre eles o popular autor de um blog, Brian Conley, informou em comunicado a organização a que pertencem os estrangeiros.
Segundo a organização Estudantes por um Tibete Livre, o paradeiro de Conley, 28 anos, de Jeffrey Rae, Jeff Goldin, Michael Liss e Tom Grant é neste momento desconhecido.
O grupo pro-Tibete já tinha divulgado a detenção do artista James Powderly, que estava a planear um protesto que incluía a apresentação da mensagem “Tibete Livre” mediante a utilização de um raio laser.
A Estudantes por um Tibete Livre organizou sete acções pacíficas de protesto durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em que pequenos grupos de activistas exibiram cartazes a favor da liberdade no Tibete, alguns dos quais foram colocados nas proximidades dos estádios olímpicos.
Como consequência destas manifestações, o governo chinês já prendeu 43 pessoas que pertencem à organização acusadas de participarem em acções consideradas uma intromissão estrangeira nos assuntos internos do país.
Um total de 37 estrangeiros foram deportados e os seis activistas presos deverão ser expulsos do país nas próximas horas.
Outra organização norte-americana, a Equipa para a Fundação de um Outro Espaço (em inglês, Other Space Foundation Team), assegurou ontem em comunicado que um atleta olímpico, o levantador de pesos polaco Szymon Kolecky, rapou o cabelo depois de receber a medalha de prata, "em solidariedade com os monges tibetanos".