19.8.08

Modelo informático interactivo que simula planeamento urbano
Plano digital com muitas limitações

Alfredo Vaz

O Digital Macao, modelo informático interactivo que, segundo os promotores, permite a simulação de um planeamento urbano da cidade, e que está ao dispor da população de Macau no Centro de Actividades Turísticas, tem uma série de limitações, constatou o PONTO FINAL, numa visita in loco. A começar pela língua de acesso: a navegação nos dois monitores de computador pode ser feita apenas em chinês. O português, língua oficial, e o inglês, língua franca e a segunda mais usada na RAEM, “poderão vir a ser introduzidas mais tarde”, disse ao PONTO FINAL um prestável funcionário da empresa encarregada de fazer o acompanhamento do software durante o período da exposição, até ao próximo domingo, dia 24.
Tal como foi apresentado no final da semana passada, “o Digital Macao é um sistema informático que apresenta em imagem digitalizada o traçado urbano de Macau, com as respectivas informações e descrições de instalações urbanas relevantes e que permite uma análise dinâmica da situação.” No entanto “as zonas urbanas relevantes” apresentadas são apenas quatro: duas públicas (zona ribeirinha dos Novos Aterros do Porto Exterior - da Torre de Macau ao Centro Cultural – e a baixa da cidade, centralizada na Avenida Almeida Ribeiro e ruas, becos e vielas envolventes), e duas comerciais (o chamado Novo Distrito Lisboa – dos hotéis com o mesmo nome – e do Venetian, no COTAI)
O sistema utiliza imagens tipo satélite, um modelo de elevação digital e um diagrama de vectores, integrados com imagens de áreas urbanas e de edifícios de Macau.
Mas mesmo as imagens da Macau actual estão desactualizadas. Um exemplo: na panorâmica de uma imagem satélite virtual da área dos Lagos Nam Van, é visível a estrutura longuilinea, mas o edifício de apoio não aparece na imagem.
Mas mesmo que o visitante domine a escrita chinesa, a componente inter-activa está igualmente parcialmente limitada pela falta de um teclado, onde poderiam ser inscritas palavras-chave para facilitar a busca dos elementos escolhidos pelo utilizador visitante. Segundo a explicação que nos foi dada no local, o sistema está em rede a partir da ‘casa mãe’, a universidade chinesa Tsinghua, que terá imposto esta condição.
Os promotores da iniciativa, o Centro de Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Sustentável (CEEDS), acreditam que a aplicação Digital Macao irá contribuir para ajudar os residentes a compreender melhor a importância do planeamento e do desenvolvimento urbanos na melhoria da qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável de Macau.
Segundo nota do CEEEDS, o que se pretende, em última análise, é encorajar os residentes de todos os estratos sociais a participarem activamente no processo de consulta pública, expressando as suas opiniões e sugestões sobre o futuro desenvolvimento da cidade, alcançando assim um amplo consenso social sobre o desenvolvimento sustentável da RAEM.
A exposição pode ser vista no Centro de Actividades Turísticas, paredes-meias com o Fórum, diariamente das 10:00 às 19:00 horas, até ao próximo domingo.
Uma reunião de consulta pública terá amanhã, pelas 18:30, no 2° andar do Centro de Actividades Turísticas. Os interessados em participar poderão reservar lugares através do telefone 2875 0780 ou através do email: register@cplan2008.gov.mo.

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