2.9.08

DSEJ anuncia linhas gerais para o ano lectivo que agora começa
Menos alunos, mais professores

O ano lectivo de 2008/2009 arranca com menos 3 mil alunos do que o ano passado, mas com mais professores. A direcção dos Serviços de Educação e Juventude promete aumentar os subsídios e apostar em intercâmbios com a China de forma a elevar a qualidade dos docentes locais. O ensino da língua portuguesa será reforçado, continuando a EPM a desempenhar um papel importante

Rui Cid

Julho e Agosto já lá vão, as brincadeiras na praia e ao sol têm os dias contados. No calendário escolar, tal como acontece todos os anos, Setembro significa regresso às aulas. Enquanto o futuro de Macau não começava a ser leccionado nas salas de aulas, houve quem, nos gabinetes, traçasse as linhas mestras do que será o Ensino na RAEM. Com o ano lectivo 2008/2009 à porta, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude(DSEJ), numa nota à imprensa, faz uma espécie de revisão da matéria, recordando os planos do governo no que diz respeito à politica educativa.
De acordo com a DSEJ, o objectivo do executivo liderado por Edmund Ho é cumprir, neste ano lectivo, a promessa de desenvolvimento educacional, alicerçado no plano "Progresso continuo e desenvolvimento apropriado". Um plano que prevê a aplicação de diversas medidas, entre as quais, a anunciada atribuição de um subsídio de 50 mil patacas a cada turma que cumpra os rácios professor/alunos e alunos/turma, bem como melhorar o crescimento profissional e condições de trabalho do pessoal docente.
Entre politicas anunciadas, 2008/2009 arranca desde logo com uma certeza - vai haver menos alunos nos bancos das escolas de Macau. Os números divulgados pela DSEJ mostram que os 82 estabelecimentos de ensino reconhecidos oficialmente, registaram a inscrição de 87 mil e 150 alunos, menos 3 mil e 344 do que no ano lectivo passado. Uma diminuição de 3,7% que aliada ao aumento de 4,78% no número de professores - serão 5 mil 344 no próximo ano lectivo - ajuda, certamente, a explicar a diminuição do rácio de professor/aluno que se agora num docente para cada 16, 3 estudantes, quando o ano passado era de 1 professor para cada 17,7 alunos.

Afinal, em português também nos entendemos

Depois de, no inicio de Julho, ter anunciado o plano de incentivo à leitura "um texto para cada dia" - disponível na internet - para o qual a língua portuguesa não estava contemplado, a DSEJ volta agora atrás. Na altura, a ausência de empresas locais que fornecessem textos em português foi a justificação apresentada pela DSEJ para essa ausência. Argumentos que não convenceram nem a comunicação social, nem o Conselho para as Comunidades Portuguesas que se reuniu com Sou Chio Fai para debater esta questão. Uma situação que, avaliar pela nota de imprensa da DSEJ, está em vias de ser resolvida, através de uma colaboração com o Instituto Inter-Universitário de Macau.
A aguardada inclusão de textos em português no plano de leitura na internet é apenas uma das medidas com que os serviços de educação e juventude pretendem reforçar o ensino da língua portuguesa no território. Segundo o comunicado adereçado às redacções dos órgãos de comunicação social, a DSEJ dá conta de um protocolo de colaboração com o Ministério da Educação de Portugal, com o intuito de "obter melhores apoios, de forma a fornecer mais oportunidades de aprendizagem de modo mais amplo e flexível. A Escola Portuguesa de Macau continuará a desempenhar um papel importante neste desígnio tendo sido encarregue, mais uma vez, de ministrar cursos de língua portuguesa para os alunos do secundário do território. Estes cursos têm sido bastante procurados, estando previstas 5 turmas para o ano lectivo que se inicia.
Também o Centro de Difusão de Línguas da DSEJ vai manter a aposta em cursos em português em diversas escolas da RAEM, estando em estudo a possibilidade de os professores prolongarem o tempo de permanência nos estabelecimentos de ensino. O objectivo da DSEJ é que os docentes possam compreender melhor os alunos e a própria escola, de forma a aumentar a "interactividade mutua e elevar a eficiência pedagógica".
Igualmente previsto, está um reforço das avaliações da qualidade de ensino. O processo iniciado em 2006/2007 já contemplou 35 escolas e irá, agora, estender-se a outras escolas, incluído as escolas secundárias luso-chinesas.

Subsidiar e melhorar as qualidades dos professores

Como já referimos, uma linhas mais acima, a DSEJ prepara-se para atribuir mais subsídios para o ensino. Além das 50 mil patacas para as turmas que cumpram o rácio 1,5 professores para cada turma do ensino infantil, 1,8 no ensino primário, e 2,1 no ensino secundário ou para cada turma que não exceda os 25 alunos, também o número de bolsas de estudo crescerá. Assim, e de para "estimular os alunos a seguir o ensino superior", o governo vai conceder mais 1900 bolsas-empréstimo sem juros, 20 bolsas extraordinárias e 120 especiais. Fazendo as contas, a DSEJ chega à conclusão que 5 mil e 30 pessoas têm direito a bolsas-empréstimo, outras 414 viram ser-lhes atribuída uma bolsa de mérito, 74 estudantes conseguiram uma bolsa extraordinária e 135 vão obter bolsas especiais.
Os professores vêem também o montante dos subsídios que lhes são atribuídos aumentar. O valor máximo de 2500 patacas mensais, concedido directamente aos docentes, o ano passado passará, este ano, para as 4 mil patacas. A DSEJ explica que esta é uma forma de respeitar professores e ensino, bem como uma das medidas para estabelecer a estabilidade da equipa de docentes.
Na nota de imprensa, a DSEJ frisa que já iniciou a reforma dos currículos e pedagogia escolas, que é encarada como um dos meios eficazes na promoção do crescimento dos docentes. Para este novo ano lectivo, a DSEJ irá implementar o "plano de intercambio com docentes excelentes do interior da China para Macau" que trará ao território cerca de 20 professores chineses, numa tentativa de servir de exemplo e elevar a eficiência do ensino, bem como "estimular o desenvolvimento profissional, de forma continua, dos decentes.

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