22.9.08

Jovens partem para estudar Direito e aprender português
De Macau para Lisboa

São jovens, residem em Macau, querem estudar Direito ou já tiraram o curso e pretendem apenas desenvolver o português e vão agora para Lisboa estudar na Universidade Católica.
Sónia Kuan, Margarida Chan, Anabela Chao e Benjamim Fong são apenas quatro dos 20 jovens residentes em Macau que vão fazer os estudos pré-universitários na Católica de Lisboa já a partir de Outubro.
Uns querem seguir Direito, outros levam um curso concluído no território ou no continente chinês, e o primeiro objectivo de todos é melhorar o português.
Benjamim, que primeiro quis saber se a notícia seria publicada apenas em português, até explicou que pretende “arranjar namorada para aprender a língua mais depressa”.
Os nomes portugueses foram arranjados na escola -“todos temos um” -, permite uma maior aproximação à língua e cultura que vão aprender melhor e, talvez, facilita a vida aos futuros colegas que teriam mais dificuldade em pronunciar um “Chan Cheok Kei”, o verdadeiro nome da Margarida.
Sónia Kuan e Margarida Chan já são licenciadas tendo a primeira concluído o curso na China e a segunda em Macau. Vão para Lisboa porque querem aprender mais, querem saber mais coisas do Direito português, que é a base do Direito de Macau, querem conhecer novas pessoas, e aprender a falar melhor português, mas confessam algum receio de viverem sozinhas.
A Sónia quer ficar na capital portuguesa dois anos, tem mais dificuldades em português mas consegue entender a maioria das perguntas. Quando não percebe bem, quer a Margarida, quer a tradutora dos Serviços de Educação explicam em chinês e ela vai misturando os sons do cantonense com algumas palavras de português.
Já a Margarida, que estuda português há quatro anos, mantém uma conversa normal em bom português, aprendido na Universidade de Macau, enquanto tirava o curso de Direito em língua chinesa.
No final dos estudos, ambas querem regressar a Macau, como a Anabela e o Benjamim, dois dos estudantes que ainda não têm o curso de Direito, mas que o querem fazer em Portugal.
”Temos de aprender mais a língua”, dizem os dois estudantes, num português sem muitos erros, até já bastante fluente para quem, como Benjamim, estuda apenas a língua há três meses.
De Portugal sabem pouco porque nunca lá foram, mas sabem o suficiente para afirmarem que é famoso pelo futebol, com Cristiano Ronaldo a ser o mais popular, pelos monumentos e pelo vinho do Porto, que a Anabela quer provar.
Na capital portuguesa, a maioria dos estudantes não sabe onde vai ficar, se em casa de uma família, se num quarto arrendado.
Além do receio de viverem sozinhos, a alimentação é outro factor de alguma preocupação mas, pelo menos estes quatro estudantes, pensam que os desafios ”são importantes” para seguir em frente e ultrapassar dificuldades.
Mais cedo ou mais tarde, todos irão regressar a Macau para trabalhar na área do Direito mas nenhum deles mostra interesse, pelo menos para já, em abraçar uma carreira na magistratura, uma das carências do território.
Não sei ou ainda não decidi é a resposta quase pronta dos jovens, que no dia em que regressarem a Macau terão um emprego à espera, uma obrigação da administração que paga os estudos em Portugal, mas exige em troca anos de trabalho.

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