27.12.07

1449 Série III Ano XVI

MACAU/DELTA

IGREJA CATÓLICA ATRAVESSA CRISE NO BERÇO DO CRISTIANISMO NA ÁSIA
A cidade que parece ter esquecido Deus

Actualmente, existem em Macau tantos casinos como igrejas - 28 para cada lado, numa reedição dos tempos modernos da luta entre o Bem e o Mal. Quase cinco séculos de encontro de culturas entre o Ocidente e o Oriente e 450 anos depois de os portugueses terem aberto as portas a missionários que fizeram de Macau o berço do catolicismo na China e na Ásia Oriental, a Igreja Católica atravessa tempos de crise.
É pelo menos essa a leitura que o padre Lancelote Rodrigues faz ao jornal New York Times, que assistiu a uma missa na Igreja de Santo António no passado domingo. Uma missa matinal de apenas 30 minutos, pois o padre de 84 anos sabe que um sermão que se estenda demasiado no tempo está condenado.
Na missa de domingo, dois dias antes da data em que os católicos assinalam o nascimento de Cristo, poucas dezenas de pessoas foram ouvir o padre Lancelote, e os que o fizeram são os mesmos que o têm feito ao longo dos últimos anos, nalguns casos décadas. "É triste. O fervor religioso das pessoas diminuiu", confessou o padre ao jornal norte-americano.
Os números parecem não deixar dúvidas quanto à observação do religioso. Nos últimos trinta anos, o número de católicos apostólicos romanos e a sua proporção no seio da população de residentes de Macau entrou em profundo declínio. Esta queda contrasta com o crescimento de 45 por cento do número de fiéis que Roma contabiliza em todo o mundo no mesmo período.
Registados, a diocese de Macau tem 18.122 fiéis, menos de metade dos de há 30 anos. Do mesmo modo, a fatia de macaenses que se diz católica é agora menos que 4 por cento, comparada com os 15 por cento da década de 1970.
Cada vez há menos baptismos, e os padres também se queixam de que os católicos já não se casam pela igreja. O declínio, nota o New York Times, passa também pelos próprios sacerdotes. A média de idades entre os padres é de 60 anos, e já há cerca de 15 anos que a diocese não ordena nenhuma padre.

Falta de afinidade

Em Macau, entre capelas e igrejas, há 28 templos do cristianismo. Exactamente o mesmo número de casinos, com a abertura, no passado dia 18, do MGM Grand Macau. E, ao contrário das igrejas, os casinos estão sempre cheios de pessoas.
Para o padre Lencelote, os casinos são a um mesmo tempo uma bênção e uma maldição. "Não estávamos preparados para esta avalanche de dinheiro que tem entrado em Macau. É o dinheiro que nos traz estes benefícios todos, mas leva-nos a esquecer os benefícios da religião. A igreja, e Deus, foram esquecidos."
As razões para este esquecimento vão, contudo, mais além do que o efeito do jogo. Segundo Cheng Hing Wan, investigador na área da filosofia da religião na Universidade de Macau, enquanto o catolicismo tem experimentado todo este declínio nos últimos anos, tanto o taoísmo como o budismo têm-se mantido fortes. "Têm uma afinidade com a cultura chinesa que o catolicismo não tem", explica o académico.
Mas no continente, o catolicismo parece estar a prosperar, como atestam os números mais recentes. A igreja autorizada por Pequim conta sete milhões de praticantes, enquanto a ilegal, fiel ao Vaticano, estima em 10 milhões o número de seguidores. Também em Hong Kong os católicos têm crescido. A explicação para o sucesso no território vizinho talvez se prenda com o perfil carismático e interventivo do Cardeal Joseph Zen.
Já o bispo de Macau, D. José Lai, é mais discreto e diz-se apolítico.


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BISPO DE MACAU ALERTA PARA EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO
José Lai critica "menor respeito pela vida humana"

O bispo de Macau, José Lai, associou o desenvolvimento "deveras acelerado" da actual Região Administrativa Especial ao "cada vez menos respeito pela vida humana", na sua mensagem de Natal do passado dia 25.
"Nestes últimos anos, Macau, antes uma cidade serena e simples, tem vindo a registar um ritmo de desenvolvimento deveras acelerado e a transformar-se cada vez mais numa cidade de grande atracção de consumismo", afirmou José Lai ao alertar que, ao mesmo tempo, "a vida humana parece ser cada vez menos respeitada e quase perde o seu sentido".
Na sua mensagem de Natal, o bispo salienta que "há pessoas que cometem o suicídio devido à pressão do trabalho ou também devido a perturbações emocionais ou ainda por causa da excessiva dependência do Jogo".
Por outro lado, continuou, há também quem, "do alto de um edifício, em situação de desespero, lance a própria criança para a morte" ou "quem, depois de ter bebido muito acabe por ser vítima de um acidente mortal".
O bispo católico alertou também para a questão do aborto não criticando mas salientando que se mata uma vida e lembrou problemas derivados do consumo de drogas e do álcool
"Perante esta realidade existente na diocese de Macau" não pode deixar de apelar ao "devido respeito pela vida e à necessidade da sua defesa, seja da própria vida seja da dos outros".
O bispo de Macau reconheceu também da parte do Governo, dos dirigentes das várias religiões, de agentes da educação ou das obras de caridade, empenho e esforço na protecção e defesa do valor da vida humana e fez "sinceros votos que possam continuar a manter vivo" esse objectivo.


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DATA PREVISTA É INÍCIO DE 2009
Jay-Z vai abrir clube nocturno em Macau

O rapper que mais discos vendeu na história da música prepara-se para abrir um clube nocturno em Macau. Jay-Z, cujo nome de baptismo é Shawn Carter, acaba de anunciar a sua demissão da presidência da empresa discográfica Def Jam, e nos seus planos de curto e médio prazo consta a abertura de um bar 40/40 em Macau, semelhante aos que já possui nos Estados Unidos. Trata-se de um franchise inspirado nas façanhas dos melhores praticantes de baseball, e a mais recente unidade será inaugurada dia 30 deste mês no Pallazo, a segunda torre do hotel Venetian em Las Vegas.
“Estou muito entusiasmado com este projecto”, disse Jay-Z numa entrevista recente. “O clube será em plena Strip, e será o nosso terceiro em quatro anos. Macau será a seguir, e depois Singapura. Estávamos a trabalhar com (o ex-jogador de basquete) Magic Johnsson num 40/40 em Los Angeles, mas essa ideia nunca se materializou. Por isso acabámos por nos mudar para Las Vegas. Estamos a pensar iniciar a construção em Macau em princípios de 2008, e acabarmo-la em finais de 2008, ou início de 2009”.
Na entrevista, e noutras notícias entretanto publicadas, não é avançado o local onde o clube 40/40 vai ser construído em Macau, mas tudo indica que será no Venetian. Jay-Z é há uns anos companheiro de Beyonce Knowles, que em Novembro actuou na Arena do Venetian Macau, e é também num hotel do grupo Las Vegas Sands que se prepara para abrir ainda este ano mais um clube da mesma marca.
Jay-Z abandona a Def Jam, a mais famosa fábrica da música hip hop – só este ano são 26 nomeações para os Grammys –, para se dedicar à sua carreira como músico, e também aos negócios que não pára de diversificar. Para além dos clubes nocturnos, Jay-Z tem também interesses em hotéis e empresas cinematográficas. A revista Forbes elegeu-o o rei do hip hop em Agosto último, depois de ter facturado 34 milhões de dólares em vendas no ano passado.
O seu último álbum, American Gangster, subiu rapidamente ao primeiro lugar do top de vendas nos Estados Unidos, o que lhe acontece pela décima vez em 10 anos, igualando assim proeza antes conseguida por Elvis Presley, o rei do rock n’roll. Melhor do que eles só os Beatles, que viram 19 dos seus álbuns chegarem a nº1 nos tops de vendas dos EUA.


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UM MORTO E TRÊS FERIDOS NO AEROPORTO DE ALMATY, CASAQUISTÃO
Acidente em voo com destino a Macau

Um jacto privado explodiu quando descolava ontem do aeroporto de Almaty, capital do Casaquistão, rumo a Macau. Segundo o governo cazaque, o acidente provocou a morte do único passageiro a bordo e deixou feridos os três tripulantes, que se encontram hospitalizados.
O aparelho era um Canadair CL-60 e pertencia à empresa alemã Jet Connection Business Flight. Por razões ainda desconhecidas, o avião saiu da pista no momento da descolagem, embateu num muro e explodiu, relata o comunicado do ministério das Emergências do Casaquistão.
O comunicado do governo de Almaty não deu qualquer indicação sobre a nacionalidade da única vítima mortal. Sabe-se apenas que o aparelho fazia uma paragem para reabastecimento na capital cazaque, num voo que tinha como origem a cidade alemã de Hanover, e Macau como destino final.


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CAHORA-BASSA, SONANGOL, GEOCAPITAL E EXIMBANK ENTRE AS GRANDES OPERAÇÕES
Stanley Ho marcou ano de negócios lusófono africano

O ano de 2007 nos negócios no mundo de língua portuguesa foi marcado pela passagem do controlo da hidroeléctrica de Cahora Bassa para Moçambique, expansão da Geocapital de Stanley Ho, reforço da presença da Sonangol em Portugal e ainda pelo novo acordo financeiro Eximbank - Angola.
Qualificada por Moçambique como "uma segunda independência", a data de entrega formal de Cahora-Bassa (26 de Novembro) dá ao país africano não só o controlo sobre a segunda maior empresa do país, mas também uma acrescida importância estratégica - a maior hidroeléctrica da África Austral, região carente em termos energéticos, onde países como o Zimbabué e mesmo a África do Sul dependem das importações de Moçambique. Com um potencial hidroeléctrico claramente inexplorado, Moçambique pode vir a ganhar via exportações de electricidade uma influência a nível regional semelhante à que Angola hoje tem via exportações de petróleo.
Também em Moçambique aterrou, já no final do ano e depois de uma tentativa abortada, a Geocapital de Stanley Ho e Ferro Ribeiro, sociedade que a Macauhub identifica como uma das protagonistas de um intenso ano de negócios no espaço de negócios lusófono.
O empresário entra no mercado bem acompanhado: segundo noticiou a Agência Lusa, nada menos do que centena e meia de investidores, quase todos pessoas individuais e empresas moçambicanas, compõem a Moçambique Capitais, que será accionista maioritário do Moza Banco com 51 por cento, cabendo os restantes 49 por cento à Geocapital. Sinal da forte aposta em Moçambique, Ho coloca na presidência do Moza Banco o antigo governador do Banco de Moçambique, Prakash Ratilal, um "peso pesado" do sector.
Virado para o investimento e serviços a empresas e gestão de património, o Moza Banco abre o seu primeiro balcão em 2008, num mercado onde o BIM, do grupo português Millennium Bcp, se mantém como o principal banco comercial, à frente do BCI-Fomento.
Stanley Ho assegura assim a presença da Geocapital num mercado com um crescimento pujante, em que no ano passado os lucros dos nove bancos comerciais moçambicanos aumentaram duas vezes e meia, segundo o mais recente relatório da Associação Moçambicana de Bancos em associaçao com a consultora KPMG.
Numa primeira tentativa de abordagem ao mercado, a Geocapital tinha estado perto da compra do Banco de Desenvolvimento e Comércio (BDC), relatando então a imprensa moçambicana que Almeida Santos, na condição de advogado da Geocapital, teria inclusivamente contactado o presidente moçambicano, Armando Guebuza, no sentido de obter uma aprovação célere à operação, então dependente do Banco de Moçambique.
Depois da ruptura das negociações e afastamento da Geocapital, os portugueses do Montepio Geral passaram os sul-africanos do First National para a frente no negócio.
Mas no ano que agora termina a Geocapital abriu outra frente no sector financeiro - a Guiné Bissau, com a compra de 60 por cento do capital do Banco da África Ocidental (BAO), onde Ho e Ferro Ribeiro terão entre os seus associados o empresário guineense Carlos Domingues Gomes.
Apesar da pequena dimensão do mercado bancário guineense, o BAO apresenta a mais-valia de estar autorizado a abrir sucursais nos países-membros da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) – Benim, Burkina-Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo.
Noutra frente, Stanley Ho vendeu em Agosto mais de 70 por cento do Banco Seng Heng ao Banco Comercial e Industrial da China, o maior banco chinês em termos de activos.
”Vendi o Seng Heng porque o Banco Comercial e Industrial da China está muito interessado em ter uma presença no mercado português e o acordo inclui o nosso escritório em Portugal que será usado como uma plataforma para negociar em Portugal e nos países africanos e no Brasil”, revelou Stanley Ho à Agência Lusa, salientando que "negócio é negócio” e a oferta da instituição chinesa foi muito boa.
Em Angola, parece mais incerta a aproximação da Geocapital, que chegou a dar como certo o lançamento do Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC), onde tinha como parceiros influentes personalidades angolanas, como José Pedro de Morais, actual Ministro das Finanças, e Kundi Paihama.
Por Angola, como seria de esperar e em particular pelos sectores financeiro e petrolífero, passaram alguns dos mais importantes acontecimentos do ano de negócios no espaço lusófono.
No ano passado, salientar a assinatura do novo acordo financeiro entre o governo angolano e o Eximbank da China, no valor de 2 mil milhões de dólares, que será aplicado, segundo o ministro das Finanças angolano, em "projectos de grande envergadura" como a conclusão do edifício do Palácio de Justiça, o campus da Universidade Agostinho Neto, infra-estruturas de telecomunicações e construção de barcos de pesca.
Segundo dados avançados pelo Ministério das Finanças angolano, o apoio financeiro chinês comprometido para reconstrução do país aproxima-se de sete mil milhões de dólares e destina-se, entre outros projectos, à nova cidade de Luanda e ao aeroporto internacional da capital, de acordo com o governo angolano.
Além das duas linhas de crédito - no valor de dois mil milhões de dólares cada - Angola dispõe da primeira no âmbito do Fundo Internacional da China (CIF, na sigla em inglês), que atinge um valor de 2,9 mil milhões de dólares, mas que tem um montante total previsto de 9,8 mil milhões de dólares, de acordo com dados recentemente veiculados pelo Banco Mundial, com base em estatísticas do governo angolano.
Atento ao investimento chinês está também Cabo Verde, cuja economia vive actualmente um dos períodos mais favoráveis da jovem história do arquipélago lusófono.
Depois de ter assegurado já no final do ano a entrada para a Organização Mundial de Comércio (OMC) e a esperada parceria estratégica com a União Europeia, entra oficialmente no próximo ano para o grupo de países de desenvolvimento médio.
Recebido recentemente pelo chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho, o ministro da Economia cabo-verdiano lançava o desafio à China para ver no arquipélago uma "base comercial e económica" para os mercados europeu e americano, projecto em relação ao qual se aguardam desenvolvimentos no próximo ano.


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Marcas brasileiras querem explorar
mercado de Macau em 2008


Marcas brasileiras de gastronomia, vestuário e cosméticos pretendem aproveitar a expansão do sector hoteleiro em Macau para instalar unidades no primeiro semestre de 2008, revelou o director-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Ricardo Camargo, que esteve na China durante as últimas duas semanas, manifestou-se impressionado com os empreendimentos Galaxy e The Venetian, que segundo ele já fizeram solicitações à abertura de franquias brasileiras.
“Algumas marcas gastronómicas brasileiras, como a de um restaurante de culinária italiana, já receberam solicitações e foram convidadas para conhecer os locais. A nossa ideia é aproveitar, agora em 2008, uma parte das zonas comerciais destes casinos, que estão a crescer, para levar marcas brasileiras”, comentou.
“Inicialmente pensámos em levar restaurantes e churrascarias, assim como marcas de moda praia e confecções de bolas. Há também a possibilidade de levarmos a indústria de beleza e de cosméticos, mas com linhas que diferem do que eles estão acostumados, como os perfumes brasileiros. Já identificámos que há mercado para todos estes produtos em Macau”, disse.
Camargo, que participou da missão organizada pela Prefeitura de São Paulo à China neste mês, trabalha actualmente na promoção de um evento que deve acontecer em Fevereiro de 2008 com o objectivo de atrair empresários brasileiros para investirem em Macau.


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SONDAGEM REVELA DESCONTENTAMENTO DA POPULAÇÃO
Níveis de confiança no governo
de Hong Kong em baixo


A população de Hong Kong está a perder confiança no executivo e os níveis apurados numa sondagem feita este mês indicam que Donald Tsang consegue recolher os mesmo níveis baixos de confiança que o Governo Central.
Segundo uma sondagem da Universidade de Hong Kong, com entrevistas a 1.011 pessoas residentes na antiga colónia britânica entre os dias 11 e 14 e com uma margem de erro calculada em três por cento, apenas 50,8 por cento dos entrevistados confia no Governo de Donald Tsang, um valor que tem diminuído significativamente desde Agosto de 2007, quando a mesma sondagem apresentava uma confiança no Executivo de 64,9 por cento dos inquiridos.
Ao mesmo tempo que baixa a confiança, aumenta a taxa de desconfiança, que subiu de 6,3 por cento verificados em Agosto passado para 14,5 por cento em Dezembro.
O Governo Central chinês tem a confiança de 48,6 por cento dos residentes de Hong Kong, um valor que também baixou face a Agosto de 2007 quando era de 55,5 por cento dos inquiridos.
A desconfiança perante Pequim não aumentou, contudo, tanto como no Governo de Hong Kong já que os 14,7 por cento que desconfiavam do Governo Central em Agosto são agora 19,2 por cento.
O líder do Governo de Hong, actualmente uma Região Administrativa Especial da China com autonomia legislativa, financeira e judicial, é escolhido por um colégio eleitoral de 800 membros de representantes dos vários sectores da sociedade.


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Jogo deverá chegar às 83 mil milhões de patacas

O sector do jogo deve encerrar as contas de 2007 com um lucro bruto na ordem dos oitenta e três mil milhões de patacas, ou seja, um crescimento de 46,5 por cento em relação a 2006, segundo os números avançados ontem pelo Macau Post Daily, citando fonte da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos.
Só em Dezembro, as receitas brutas dos 28 casinos em funcionamento contabilizam já 8,1 mil milhões de patacas, cerca de 10 % do total já apurado ao longo destes 12 meses de 2007. Estes valores incluem os primeiros dois dias de operações do recentemente inaugurado MGM Grand Macau, que facturou 51,5 milhões de patacas.
As estatísticas anteriores relativamente aos primeiros onze meses indicavam um crescimento face ao mesmo período do ano passado de 34,9 por cento, sendo que os impostos sobre as receitas dos casinos representaram 71,4 por cento das receitas averbadas pelo Governo no mesmo período.
Recorde-se que em 2006, as receitas brutas do sector do jogo foram de 57 mil milhões de patacas.


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Roubo no dia de Natal

Foi detido na noite de 25 de Dezembro, num supermercado nas Portas do Cerco, um indivíduo suspeito de um roubo de 110 mil patacas.
No momento da sua detenção, o homem, de cerca de 20 anos e oriundo da província de Hubei, tinha apenas na sua posse 90 mil patacas, mas confessou que tinha deixado no local do roubo uma mala pertencente à vítima contendo o restante valor.
A vítima, uma mulher de 30 anos que regressava a casa, avisou a polícia assim que o suspeito se pôs em fuga, e as autoridades conseguiram localizar o homem passados 20 minutos num supermercado. Segundo as autoridades, o homem estava em Macau ilegal.


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ESPECTÁCULO EM CENA ATÉ DIA 30 NO CENTRO CULTURAL
"Cats" entrou em Macau com a "pata" direita

O musical Cats estreou-se na noite de segunda-feira no Centro Cultural de Macau (CCM) perante um Grande Auditório lotado com cerca de mil espectadores entusiastas a baterem palmas no fim do espectáculo. As outras seis sessões esgotadas do conceituado musical de Andrew Lloyd Webber vão continuar a decorrer até 30 de Dezembro.
Depois desta temporada de abertura no CCM, para a qual contou com o apoio da Wynn Macau, o espectáculo vai prosseguir a sua digressão pela China, passando por Cantão, Pequim, Wuhan, Chengdu, Dongguan e Shenzhen.
De acordo com o CCM, o musical tem sido um fenómeno de recordes em termos de vendas e reacção do público: as sete actuações, cada com uma capacidade para cerca de mil pessoas, totalizam-se em mais de sete mil bilhetes vendidos.
Juntamente com o seu co-apresentador The Really Useful Group, representante mundial dos musicais de Lord Webber, o CCM também tem nas suas mãos a sua maior produção de sempre, o que se tem traduzido num movimento espantoso de pessoas e mercadorias nos bastidores do CCM: nove volumosos contentores de aproximadamente 75 toneladas, e um elenco e equipa de produção de quase 70 pessoas.
Não obstante, a presença do musical em Macau não se limita às noites de espectáculo. Numa parceria com o CCM, Cara Hamilton, coreógrafa profissional do Cats, dirigiu um workshop no dia 19, partilhando os seus conhecimentos com os futuros criadores de musicais de Macau. Esta iniciativa inseriu-se no Projecto Residências Artísticas do CCM “Um Musical Criado em Macau Ganha Vida”, que está de momento a formar os primeiros encenadores de musicais da cidade.
Recorde-se que, em 26 anos, o musical Cats tornou-se o espectáculo mais conceituado e conhecido por todo o mundo, viajando por mais de 26 países, sendo traduzido para 10 línguas e visto por mais de 65 milhões de espectadores. O mais relevante fenómeno de bilheteiras da história dos musicais, Cats foi a produção mais duradoura da Broadway e do West End londrino e continua a ser a digressão mais longa de sempre nos EUA.


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I DIVISÃO DO FUTEBOL DE MACAU REGRESSA NO FIM-DE-SEMANA
Revelação Hoi Fan tem teste a sério
diante de comandante Monte Carlo


O Monte Carlo é a única equipa só com vitórias no futebol principal de Macau. Joga domingo com o Hoi Fan, no desafio de maior cartaz da quarta jornada da prova. Clube Desportivo da Policia é o adversário do campeão Lam Pak

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Após os dois jogos da selecção principal de Macau, no tradicional confronto com Guangdong, assim como o embate de um misto da RAEM face ao South China, do português José Luís, ambos para comemorar mais um aniversário da passagem de soberania do território para a República Popular da China, está de regresso o campeonato do primeiro escalão.
Os jogos vão desenrolar-se sábado e domingo no relvado do Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia e há um encontro que sobressai, aquele que coloca frente-a-frente as duas formações “mais portuguesas” da prova.
Como se sabe, o Monte Carlo tem tido, através dos anos, uma componente lusa muito forte, até porque o clube do presidente Firmino Mendonça nasceu com essa característica. No entanto, a presença de jogadores portugueses começa a ser escassa, resumindo-se, nesta época, ao jovem Nuno Peres, a que se junta o macaense e capitão Geofredo Sousa.

Jogadores portugueses
as duas equipas

Pode dizer-se que o Monte Carlo, isso sim, continua a integrar vários elementos fora da comunidade chinesa, como são os casos dos cabo-verdianos Samiro, Allison, do brasileiro Oseas, do camaronês Wamba (entretanto afastado da equipa por razões disciplinares), e agora do queniano John.
Mandinho, angolano de origem e naturalizado português, já não faz parte do plantel do Monte Carlo, uma vez que é agora um veterano e está por isso na fase descendente da sua carreira, actuando no “irmão” Heng Tai, depois de ter mostrado grande classe ao serviço dos “azuis e amarelos” ao longo de muitos anos.
Quanto ao Hoi Fan, apresenta este ano dois jogadores portugueses, o avançado Hugo Afonso e o médio Vasco, que têm dado nas vistas e foram determinantes nos jogos anteriores da ex-equipa comandada por António Machado, que, recorde-se, subiu o Hoi Fan à I Divisão e foi “dispensado” pela nova equipa dirigente do clube.

Dificuldades frequentes
na defesa do M. Carlo

É por isso um jogo curioso, com vários futebolistas “não chineses” em campo, mas continuando a ser uma minoria no “mundo chinês”, quer no que diz respeito a atletas locais, quer no que se refere a reforços vindos da República Popular da China e de Hong Kong.
O Monte Carlo ganhou todos os desafios até esta altura, mas “a procissão ainda vai no adro” e o conjunto treinado pelo jornalista da TDM, Tam Iao San, venceu sempre pela margem minima.
O próprio técnico reconhece que há alguns desequilíbrios na equipa:
“Concretamente na defesa tem havido alguns erros que nos têm custado golos e alguma dificuldade nos jogos realizados até aqui. Tenho chamado a atenção dos meus jogadores para deslizes que não podemos continuar a cometer, mas não é fácil rectificar determinadas situações no futebol de Macau”, começou por salientar ao PONTO FINAL, Tam Iao San, em jeito de antevisão da partida, que é considerada como a mais importante da ronda do próximo fim-de-semana.
“Espero que seja um bom jogo, até porque o Hoi Fan já mostrou ser uma boa equipa, com dois portugueses de bom nível e alguns chineses como reforços. Claro que estamos confiantes em ganhar o desafio e continuar a ser lideres destacados, mas reconheço que não vai ser fácil. O Hoi Fan está moralizado, mas nós também temos razões para isso.”

Queniano John
último reforço

O Monte Carlo vai utilizar domingo pela primeira vez, um dos reforços da República Popular da China, o avançado Lam Chio Meng e isso acaba por tornar a equipa mais forte para o embate da próxima jornada. Por outro lado, foi contratado o queniano John, um elemento com características mais defensivas, que pode actuar como defesa central ou médio. No entanto, o futebolista, que terá jogado na Tailândia e em Hong Kong, não deverá alinhar de inicio, constituindo um trunfo a ser jogado por Tam Iao San ao longo do encontro.
Recorde-se que o Monte Carlo ganhou, no passado fim-de-semana, ao Clube Desportivo da Policia de Segurança Pública, mas uma vez pela margem mínima (2-1), com golos do cabo-verdiano Allison e do ponta-de-lança da selecção, Chan Kin Seng. Os policiais empataram na segunda parte e só consentiram a derrota em cima dos noventa minutos. Este foi o Segundo jogo em que o Monte Carlo assegurou o triunfo nos derradeiros momentos, depois do confronto com o Heng Tai.

Hoi Fan sem Vasco
mas com ambições

O Hoi Fan vai, assim, tentar explorar as debilidades defensivas do adversário, apostando no contra-ataque e no factor surpresa, com o português Hugo Afonso lá na frente, ao lado do chinês Cheong Chun. Aliás foram estes dois avançados que resolveram a partida do último domingo, no jogo com os sub-21. O Hoi Fan estava a perder ao intervalo, mas deu a volta nos primeiros minutos do período complementar.
Para o embate com o líder do campeonato, o Hoi Fan não vai contra com o outro português do plantel, Vasco, de ferias em Portugal. Uma baixa que poderá fazer-se sentir, uma vez que Vasco, para além de ser um bom marcador de livres, é importante na segurança a meio-campo.
O Monte Carlo é, na nossa opinião, o favorito à vitória neste encontro que marca a quarta jornada.

Lam Pak goleador
à espera da Polícia

Nos restantes jogos, outro destaque vai para o Lam Pak-Clube Desportivo da Policia de Segurança Pública. Também aqui o Lam Pak parte com a maior dose de favoritismo, até porque tem subido gradualmente de produção, depois do deslize inicial, um empate face ao Hoi Fan.
A partir daí, o conjunto treinado por Chan Man Kin tem mostrado a sua veia goleadora, como que a querer vingar-se dos dois pontos desperdiçados no arranque da temporada. Duas vitórias claras, 6-0 ao Vá Luen e 5-2 sobre Vong Chiu, dois adversaries fortes que até pensam igualmente nos primeiros lugares do campeonato.
A Policia é uma equipa aguerrida e com jogadores experientes, em especial no ataque onde pontificam Cheong Kit Leong (autor do golo diante do Monte Carlo na jornada anterior) e Chao Koi Wa.
A formação policial só ganhou o primeiro desafio (1-0 aos sub 21), mas só perdeu os restantes pela margem mínima (3-2 com Vong Chiu e 2-1 com Monte Carlo). Só por isso o jogo promete.

Vong Chiu e Vá Luen
ainda acreditam

O Vong Chiu defronta Heng Tai e tem uma boa oportunidade para recuperar a moral e continuar na luta pelo título, depois do Segundo lugar da época passada. Mas o Heng Tai, de Dedé e Mandinho, precisa de pontos.
Finalmente o Vá Luen-Sub 21. A formação treinada por Pereirinha começou bem, mas caiu logo a seguir com aquela goleada sofrida no confronto com o Lam Pak. Redimiu-se com dificuldade ao ganhar aos sub-21 (1-0, golo de Choi Weng San, jogador da China).
Quanto aos sub-21, não conseguiram qualquer ponto até esta altura (assim como o Heng Tai), apesar de réplica em todas as jornadas (1-0 com Policia, 3-2 com Monte Carlo e 2-1 com Hoi Fan).
Pode ser um dos encontros com maior equilíbrio da ronda, que decorre mais uma vez em dois dias no relvado do Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia.

Aqui fica o calendário:

Sábado
Policia/Lam Pak (14.00)
Vong Chiu/Heng Tai (16.00)

Domingo

Vá Luen/Sub 21 (14.00)
Hoi Fan/Monte Carlo (16.00)

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