29.1.08

FC PORTO FOI UM DOS AFASTADOS NA ESTREIA DA TAÇA DE MACAU
“Grandes” qualificaram-se para fase seguinte

Nenhum dos clubes do escalão principal do futebol do território ficou pelo caminho na primeira eliminatória da Taça. Mas agora vão defrontar-se em alguns jogos, agendados só para Março. Hoi Fan e Vong Chiu obtiveram as maiores goleadas. Vem aí o Ano Novo Chinês e os relvados estão queimados. Precisam de descanso

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Depois de ter terminado a primeira volta do campeonato de futebol do território, surgiu a Taça, com os desafios da qualificação (para acerto de calendário) e da primeira eliminatória. Agora, o “desporto que não é rei em Macau” vai descansar durante cerca de um mês.
Segundo os responsáveis pela Associação de Futebol “não há campos para dar seguimento às actividades programadas.” Pelos vistos, vai iniciar-se um período de descanso da relva dos dois recintos que têm albergado as partidas do futebol macaense, o Campo do Canídromo e o Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia.
Para quem se desloca com frequência aos dois campos ou para quem vê as imagens na televisão, facilmente se apercebe que os relvados estão saturados e começa a haver grandes manchas peladas. Daí a Associação de Futebol aproveitar esta fase festiva do Ano Novo Chinês para “mandar para casa” os jogadores, fazendo-os regressar lá para Março, mas ainda sem uma data oficialmente marcada.
Por isso mesmo, os clubes não podem programar nada em relação ao futuro imediato, até porque também não contavam com a realização da Taça, pelo menos nesta altura.

AFM não informa clubes
sobre datas e calendário

Continua, por isso, a registar-se alguma desorganização associativa, que teria de fazer decisões ainda antes da temporada se iniciar. Mas é o que temos e as “especificidades” também atingem o futebol, já há vários anos.
A realidade é que o futebol vai parar pelos vistos mais de um mês, voltando em Março ainda com a Taça e só depois disso, Abril ou Maio, com a segunda volta do campeonato. Relativamente à Taça, os apurados para a segunda eliminatória ainda não sabem quando terão novos desafios.
Mas, apesar das discordâncias dos clubes relativamente à realização de competições, que não estavam agendadas no arranque da época, ou no que diz respeito a paragens repentinas, nota-se algum interesse das equipas na participação na Taça, pela primeira vez nos últimos anos a congregar as três divisões do futebol macaense.
Primeiro teve lugar a fase (curta) de qualificação, para acerto de calendário. Foram só dois desafios, com Ieong Heng a vencer Veng Kei por 1-0 e Cheok Lun a conseguir o apuramento na marcação de grandes penalidades (2-1) após um nulo no final do tempo regulamentar de 60 minutos, face ao Jardim Amizade.

Superioridade total
dos clubes da I Divisão

Também na semana passada se efectuou, com jogos todos os dias, a primeira eliminatória da competição, com desafios distribuídos pelos dois relvados disponíveis, o Campo do Canídromo e o Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia.
Foi igualmente a estreia das formações da I Divisão, consideradas sem dúvida as candidatas a irem longe na Taça.
E as credenciais dos clubes de escalão superior confirmou-se, provando que, num território onde o futebol é muito fraco, existe igualmente uma enorme diferença entre as formações da I Divisão e as restantes, ainda que com algumas notas positivas a tirar da ronda inaugural.
Nenhum dos “onzes” da I Divisão ficou pelo caminho, mas também terá de dizer-se que, segundo os regulamentos, não era possível defrontarem-se entre si na eliminatória que abriu a Taça.
Todos os oito “grandes” superaram os seus adversários, destacando-se, em primeiro lugar, os que ocupam as primeiras posições no campeonato.

Monte Carlo e Lam Pak
passam sem esmagar

O líder Monte Carlo actuou quase na máxima força, como prometeu o seu treinador Tam Iao San e venceu o difícil Hong Lok por 3-1. E dizemos dificil porque o clube da II Divisão tem um plantel “de luxo” para uma formação de nível secundário, tendo o seu “patrão” apostado em quatro reforços da República Popular da China, num claro objectivo de subida ao escalão maior já no decorrer desta época.
Mesmo sem todas essas vedetas chinesas, o Hong Lok deu alguma réplica ao Monte Carlo e esteve mesmo empatado (1-1) nos primeiros minutos da segunda metade, acabando por perder face à maior experiência dos adversários.
O Monte Carlo surgiu com o jovem Nuno Peres no “onze” inicial e apontou os seus três golos através de Lam Chiu Meng (China), por duas vezes, e ainda Chan Kin Seng. O Hong Lok fez o tento de honra por intermédio de Lei Weng Kit.
O actual campeão de Macau e segundo na classificação deste ano, Lam Pak, ganhou também por 3-1, mas esteve em vantagem por 2-0. Todos os golos do conjunto de Chan Man Kin foram apontados por Mok Kin Fong, que substituiu o habitual goleador da equipa, o chinês Un Chon Fai, desta feita poupado.
Lau Wai Lon fez o golo do Hac Ieng, uma formação da III Divisão.

Hugo Afonso marca dois
no “treino” do Hoi Fan

Nos restantes desafios, destaque para a super-goleada do Hoi Fan (14-0) sobre o Chon Heng, que se apresentou com o mínimo de jogadores (7) necessário para que o desafio se efectuasse. Era inevitável a superioridade do Hoi Fan, equipa que tem sido a grande revelação do campeonato e que igualmente nesta Taça está numa situação expectativa, como referiu um dos portugueses do plantel, Hugo Afonso (autor de dois golos):
“Tal como acontece na I Divisão, estamos na Taça para ir o mais longe possível e tentar surpreender os mais cotados. Vamos até onde pudermos, mas há confiança na equipa. Temos de reconhecer que o plantel vive muito à custa dos oito chineses contratados no exterior, a que se juntam os elementos locais. Mas estamos bem e queremos discutir todos os jogos.”
Hugo Afonso está lesionado (pubalgia) e vai aproveitar um período de férias para repousar e “aparecer em forma para os restantes encontros da época”
O Vong Chiu também registou um elevado número de golos na Taça, vencendo por 10-0 o conjunto da Autoridade Monetária e Cambial.
Aqui ficam os resultados dos outros encontros em que participaram as equipas da I Divisão:
Vá Luen, 3 – Pau Peng, 0
Heng Tai, 3 – Hong Nam, 0
Clube 48, 0 – Polica, 4
Sub 21, 2 – Lim Cheng, o

FC Porto quer subida
na prova da III Divisão

De entre os clubes afastados nesta primeira eliminatória da Taça, está o FC Porto, formação representativa da Casa do FC Porto em Macau, que integra uma maioria de jogadores de várias nacionalidades, mas com chineses em minoria (apenas dois).
O “onze” treinado por Rui Cardoso (um adepto do Benfica, passe a curiosidade…), foi derrotado pelo Clube Desportivo dos Serviços de Alfândega, por 3-0.
Segundo o dirigente Adelino Silva, a equipa azul e branca “foi vencida por um adversário mais experiente, mas com erros grosseiros da arbitragem, incluindo uma grande penalidade que não foi assinalada sobre Pelé e que poderia ter dado outra feição ao desafio.”
O FC Porto (é com este nome que se inscreveu na temporada), participa pela primeira vez no futebol de onze e por isso na III Divisão, onde teve de fazer dois jogos de qualificação para entrar na fase regular.
“Ganhámos os dois desafios e estamos assim num dos dois grupos da prova, tendo realizado um jogo. Vencemos as Obras Públicas por 5-1 e temos fortes hipóteses de atingirmos os dois primeiros lugares, que dão acesso às meias-finais e depois à subida à II Divisão.”
O FC Porto, que ao intervalo estava empatado a zero, integra jogadores como Pelé, os irmãos brasileiros Fábio e Filipe Ritchie, os irmãos luso-franceses Eric e Jean (este é um dos marcadores de serviço), o chileno Edu, o cabo-verdiano António e outros portugueses como Jorge, Travassos , o guarda-redes João Guedes.
O próximo desafio do campeonato da III Divisão está já agendado para amanhã, quarta-feira, diante do Hac Ieng.

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