MONTE CARLO PERDE COM VONG CHIU, LAM PAK GANHA E ASSUME COMANDO
Mudança de líder no futebol de Macau
Era um jogo de grande importância principalmente para o Vong Chiu. Em caso de derrota, começaria a distanciar-se da corrida ao título. Mas ganhou ao líder, Monte Carlo, e assim o campeonato está mais interessante. O Lam Pak voltou a golear e agradece o deslize do rival, em véspera do jogo entre ambos
Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
Mudança de líder no futebol de Macau
Era um jogo de grande importância principalmente para o Vong Chiu. Em caso de derrota, começaria a distanciar-se da corrida ao título. Mas ganhou ao líder, Monte Carlo, e assim o campeonato está mais interessante. O Lam Pak voltou a golear e agradece o deslize do rival, em véspera do jogo entre ambos
Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
Sabia-se que o Vong Chiu iria apostar tudo neste embate com o até aí primeiro classificado do campeonato, Monte Carlo. A formação de Wu Kam Fai, técnico que também exerce funções de adjunto no South China de Hong Kong, já tinha desperdiçado cinco pontos até à sexta jornada, tendo averbado uma derrota, face ao Lam Pak.
Por isso mesmo, estava “proibido” perder, pelo menos, no confronto com um dos dois mais credenciados candidatos ao título. E encarou o desafio da tarde de ontem, no relvado do Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia, com um único objective: surpreender o adversário, que até aí não tinha sequer deixado cair um ponto nesta temporada.
O Vong Chiu apostou claramente no contra-ataque e o sistema resultou em pleno, ainda que o facto de ter marcado bem cedo, logo aos dois minutos (Iek Kin Pan) na sequência de um livre indirecto, tenha contribuído para alterar desde logo a estratégia montada do outro lado, pelo treinador Tam Iao San.
O Monte Carlo cometeu muitos erros defensivos e pareceu acusar em demasia o golo sofrido, ainda as duas equipas estavam como que a aquecer.
Algumas alterações
não deram resultado
não deram resultado
O técnico dos “azuis e amarelos” havia alertado os seus jogadores para o perigo desta equipa do Vong Chiu, recheada de bons executantes, entre os quais os reforços da República Popular da China.
Tam Iao San mudou ligeiramente o esquema do seu “onze”, voltando a apostar no cabo-verdiano Samiro para defesa central, mas agora ao lado de Lai Kok Hou, fazendo adiantar para o “miolo” o queniano John, que tinha actuado na defesa na partida anterior em que o Monte Carlo dera muito boa conta de si, goleando o Vá Luen por 6-0.
Mas não há jogos iguais e este embate com o Vong Chiu veio provar isso mesmo. O Monte Carlo sofreu um golo bem cedo e ainda na primeira parte acabaria por ver aumentada a desvantagem, num período em que, curiosamente, os dois conjuntos se viram reduzidos a dez unidades.
O primeiro a ver a cartolina vermelha (duas entradas duras com amostragem de amarelo) foi o rápido jogador do Quénia, John, que por vezes não consegue travar o seu ímpeto, fazendo faltas duras sobre os adversários. A primeira foi numa entrada de “carrinho” (algo desnecessária) sobre um seu adversário, no lado direito da sua defesa. A segunda (ainda mais desnecessária porque já tinha visto um cartão), aconteceu no meio-campo, levantando o pé e atingindo a perna de um jogador do Vong Chiu.
Segundo golo do Vong Chiu
acelerou derrota do líder
acelerou derrota do líder
O árbitro foi peremptório em expulsar John, numa altura em que o Vong Chiu já ganhava por 1-0. Só que, alguns minutos depois, também o Vong Chiu ficou com dez jogadores. Dois amarelos a Ku Weng Lin e o consequente vermelho, numa partida com minutos iniciais de alguma dureza e vários cartões, pretendendo o juiz segurar o encontro.
Antes do descanso, o Vong Chiu fez o Segundo golo e a partir daí começou a sentir-se que o vencedor estava encontrado. Tudo saía mal ao Monte Carlo e, do outro lado, a tarde era de inspiração atacante, ainda que, como dissemos atrás, tenha funcionado em pleno o contra-ataque, muito por “culpa” de dois homens fundamentais na manobra do “onze” de Wu Kam Fai, o centro-campista Chiu Lai Pan (reforço da República Popular da China, de excelentes recursos técnicos e boa visão de jogo) e o avançado nigeriano Nwardo.
O Monte Carlo pareceu uma equipa nervosa, num encontro que constituia a primeira prova de fogo do campeonato e em vésperas de defrontar outro rival ao título, Lam Pak.
Contra-ataque e segurança,
as armas do Vong Chiu
as armas do Vong Chiu
O clube de Firmino Mendonça não esteve feliz, para além dos erros na rectaguarda, na “zona da verdade para o golo”, ainda que tenham ficado algumas dúvidas num lance em que Allison introduziu a bola na baliza contrária, mas o tento foi anulado por fora-de-jogo. Antes o jovem cabo-verdiano pediu grande penalidade.
Nos segundos quarenta e cinco minutos, o Vong Chiu recuou, como seria de esperar, partindo agora com mais “veneno” para o contra-ataque, face a um Monte Carlo a carregar no acelerador mas sem conseguir marcar. Chan Kin Seng, o habitual goleador da equipa, desperdiçou algumas boas ocasiões e a equipa ficava, por isso, intranquila.
Situação aproveitada pelo Vong Chiu para fazer mais dois golos. O terceiro da autoria de Nwardo (81 minutos) e o quarto por intermédio de Iu Hok Man (jogador de Hong Kong), dois minutos depois. O jogo estava decidido.
Mesmo assim, o Monte Carlo aproveitou o adormecer “à sombra de um resultado francamente dilatado” do seu adversário, para quase fazer um milagre.
Que resposta do Monte Carlo
já no jogo com Lam Pak?
já no jogo com Lam Pak?
O antigo comandante do campeonato marcou três golos nos derradeiros cinco minutos: Chan Pak Chun (87), Oseas (90) e Chan Kin Seng (tempo de descontos). Mas já era tarde para uma reviravolta total e assim ficaram no relvado os primeiros pontos desperdiçados em toda a prova.
Um a derrota que pode ter reflexos negativos no estado de espírito da equipa, como referiu ao PONTO FINAL, no final do desafio, o treinador Tam Iao San:
“A estratégia que eu montei foi por água abaixo logo nos minutos iniciais, porque o Monte Carlo cedo se mostrou sem entrosamento. Esse foi o nosso problema e agora, para o desafio diante do Lam Pak, no próximo sábado, vou ter de mudar o esquema que tinha idealizado, até porque já não vou contra com o queniano John.”
O treinador do Monte Carlo diz que faltou concentração, “uma vez que os meus jogadores estavam avisados para o perigo desta equipa do Vong Chiu. Por outro lado, acusámos em demasia a falta do jogador da China, Lam Chiu Meng, que tão bem tinha actuado na vitória diante do Vá Luen. Agora, para o confronto com o Lam Pak, espero contar com ele para ajudar a equipa a recuperar os índices de confiança.”
“O Vong Chiu esteve muito bem no contra-ataque e é sem dúvida mais um sério candidato ao título. Claro que tivemos várias oportunidades, em especial nos segundos quarenta e cinco minutos, mas não soubemos concretizar, caso contrário a história do jogo seria outra.”
Tirar ilações da derrota
e jogar para ganhar
e jogar para ganhar
Relativamente ao grande cartaz da última ronda da primeira volta, Tam Iao San é peremptório: “Vou jogar para ganhar, mas penso que o Lam Pak também. Por isso pode ser um excelente desafio. Vamos tentar rectificar os erros cometidos neste jogo e tirar as ilacções necessárias.”
Com este resultado o campeonato, como dissemos atrás, renasceu para o Vong Chiu e igualmente para o Hoi Fan. A prova ganhou interesse, mas quem lucrou mais foi o Lam Pak, que assumiu a liderança com um ponto de vantagem sobre Monte Carlo e três em relação a Vong Chiu e Hoi Fan.
O Lam Pak voltou a golear (5-0 no confronto com os sub 21) e parte para a última jornada da primeira volta e para o frente-a-frente com o Monte Carlo, em situação de vantagem, podendo considerer o empate um resultado positive, ainda que isso possa significar a aproximação de um dos dois rivais, uma vez que se defrontam também no próximo fim-de-semana.
Novo comandante goleia
jovens dos sub 21
jovens dos sub 21
O Lam Pak não sentiu problemas para ultrapassar, com um certo à vontade, os sub 21, patrocinados como se sabe pela Associação de Futebol de Macau, com mais três golos da vedeta Iun Chon Fai e dois de Leong Hong.
A formação de Chan Man Kin está a atravessar um bom momento de forma, sabendo-se que o entrosamento entre os seus jogadores é a arma principal, num conjunto que não tem sofrido grandes alterações de plantel há já vários anos. É por isso considerado favorito para o jogo de sábado com o Monte Carlo.
Relativamente aos restantes encontros da penúltima ronda da primeira volta, o Hoi Fan cumpriu com a sua obrigação” ao impor uma derrota ao frágil Vá Luen (4-0), com dois golos do português Hugo Afonso.
O Hoi Fan continua assim na corrida e aposta na experiência dos seus oito jogadores chineses (só podem actuar quatro ao mesmo tempo) para tentar surpreender os seus adversários, o primeiro dos quais já no domingo, diante do Vong Chiu. Igualmente um embate de cartaz.
O Clube Desportivo da Policia de Segurança Pública também cumpriu, mas com dificuldade, ganhando ao lanterna vermelha Heng Tai, por 1-0, que continua sem pontuar e, mais grave, sem marcar qualquer golo.
O veterano Dedé, que actua ao lado de outro experiente destas andanças de Macau, Mandinho, referiu ao PONTO FINAL que “está a faltar alguma sorte a esta equipa recheada de jovens que actuaram nos sub-18 da temporada passada. Tentámos segurar um ponto, através do empate, mas não conseguimos e foi pena um dos nossos jogadores ter sido expulso, dificultando-nos a missão. Já merecíamos ter marcado, pelo menos.”
Um ponto de vantagem
tem agora o Lam Pak
tem agora o Lam Pak
Depois desta jornada, a classificação está assim ordenada:
Lam Pak 16 (29-4)
Monte Carlo 15 (19-7)
Hoi Fan 13 (11-6)
Vong Chiu 13 (16-13)
Policia 6 (6-11)
Vá Luen 4 (5-21)
Sub 21 3 (7-17)
Heng Tai 0 (0-14)